SUV mais vendido do Brasil aposta na exclusividade e no custo-benefício, mas é preciso fazer contas Branding: estratégia de gestão da marca envolvendo todas as ações que visam torná-la mais reconhecida pelo seu público e presente no mercado. Desde 2011, uma prática de branding da Volkswagen é se aliar a festivais de música. Já são quatro edições como patrocinadora do Rock In Rio (a quinta, em 2025, já está até confirmada) e agora do The Town, dos mesmos criadores do evento carioca, mas que acontece em São Paulo. Claro que o objetivo final da VW, além de marcar presença, ser vista e reconhecida pelo público, é aumentar a venda de seus carros. Com o T-Cross The Town não é diferente.
Carro oficial do festival, a edição especial do SUV mais vendido do Brasil aposta na exclusividade das três mil unidades produzidas e no custo-benefício. O suposto apelo da edição limitada é ser baseada na versão de entrada 200 TSI, mas trazer equipamentos de configurações mais caras ou que são vendidos como opcionais. E que isso faça sentido de um ponto de vista financeiro. Mas será que faz mesmo? Vamos as contas.
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Nem rock, nem town
Ao contrário das edições Rock In Rio (ostentadas por Fox, Gol e Saveiro), o T-Cross The Town é minimalista no quesito adereços visuais. Sem adesivos de guitarras, notas musicais nas portas ou até mesmo o logotipo do festival na traseira, a identificação da versão exclusiva aparece apenas com o badge “The Town” próximo da linha de cintura, ligeiramente abaixo dos retrovisores e nas duas laterais do veículo — onde geralmente fica o nome da configuração do SUV, como Comfortline ou Highline.
Os equipamentos diferentes do T-Cross The Town, de iniciais R$ 149.990, em relação a versão que se baseia, 200 TSI, de R$ 140.690, são: câmera de ré, espelhos retrovisores externos eletricamente ajustáveis e rebatíveis com função tilt-down no lado direito, rodas aro 17 e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros. Outra adição é a central multimídia VW Play, de 10,1 polegadas.
Volkswagen T-Cross The Town pode vir em quatro cores: preto, cinza, azul e prata
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Em termos de segurança, a VW fala que o T-Cross vem com controle de cruzeiro Adaptativo (ACC) e frenagem autônoma de emergência — os dois equipamentos são de série na versão 200 TSI, assim como a função start/stop.
Agora vamos colocar os equipamentos de forma opcional. O pacote Interactive IV, de R$ 3.210, é o que traz câmera de ré, espelhos retrovisores externos eletricamente ajustáveis e rebatíveis com função tilt-down no lado direito, rodas de 17″ (sem o acabamento escurecido) e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros. A central VW Play, sozinha, é ofertada opcionalmente por R$ 1.550.
Cores? A Volkswagen disponibiliza quatro cores para a versão The Town. Apenas a carroceria pintada na cor única preto Ninja não é cobrada — assim como na opção 200 TSI. Se o comprador optar pelo tratamento em prata, cinza ou azul (sempre com o teto no tom preto), é preciso adicionar R$ 1.750 ao total. Aí o preço do T-Cross The Town já sobe para R$ 151.740. Ou seja, elas por elas.
Volkswagen T-Cross The Town tem rodas escurecidas de 17 polegadas
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A conta final. Some os R$ 140.690 iniciais do T-Cross 200 TSI com os dois opcionais. O total é R$ 145.450 — ou R$ 4.540 a menos e (bem) mais interessante que os R$ 149.990 da edição especial e limitada. Já dá pra comprar o ingresso mais caro do festival…
Mas aqui vale ressaltar. O T-Cross The Town tem itens, digamos, exclusivos, que só aparecem em versões mais caras ou que não podem ser comprados nem como opcionais na versão 200 TSI. São eles: bancos de couro (que, aliás, têm costuras aparentes em azul), o apoio de braços dianteiro acolchoados e parcialmente em vinil, o acabamento escurecido das rodas de 17 polegadas, uma USB-C extra e, claro, os badges alusivos aos festival.
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Um fator não muito preponderante (a não ser para os que curtem realmente o festival de música), mas que não podemos esquecer o fator limitado do SUV, que fará do T-Cross The Town ser um carro, digamos, raro por aí. Ah, e os compradores ganham um mimo também: um kit exclusivo com mochila dobrável com logotipo VW e The Town, squeeze de metal e boné.
Volkswagen T-Cross The Town tem nome alusivo ao festival emum badge na porta e para-lama
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Só que a VW tem um coelho na cartola. Uma condição especial oferece bônus de R$ 8 mil e taxa zero (desde que seja 50% de entrada e o saldo parcelado em 24 vezes) na versão The Town. Só há um detalhe: a promoção só vale nos dias do festival e você precisa estar lá. Em algumas ativações da marca no Autódromo de Interlagos há QR Codes que devem ser escaneados pelos interessados. Depois disso, basta ir a uma concessionária para efetivar o desconto. Por R$ 141.990 e com todos estes equipamentos, aí sim o T-Cross The Town pode começar a valer a pena. Mas fique ligado: no começo do ano que vem, o SUV compacto vai passar por uma leve reestilização.
Ah, o SUV compacto vem equipado com o motor 1.0 TSI. Ou seja, o “mil” turbo de 128 cv e 20,4 kgfm de torque. A força máxima surge a 2.000 rpm, o que transforma o tricilíndrico em um motorzinho ágil. São 10,6 segundos para chegar aos 100 km/h. A retomada de 60 a 100 km/h é feita em 5,8 s. As frenagens também são curtas: 24,7 metros para estancar vindo a 80 km/h. Se agrada no desempenho, o T-Cross 1.0 decepciona no consumo. A média na cidade fica em 7,6 km/l com etanol. Não chega a superar 10 km/l na estrada: 9,5 km/l. Muita sede para um motor pequeno…
Volkswagen T-Cross The Town acelera de 0 a 100 km/h em 10,6 segundos
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O acerto de suspensão é de VW, um pouquinho mais firme. Mas nada que jogue contra no quesito conforto. O T-Cross é bem acertado e bom de dirigir. O espaço interno está dentro do esperado para o segmento, tal como o porta-malas (420 litros). Por dentro, os plásticos dominam o interior, o painel de instrumentos é digital (porém com gráficos mais simples) e a central, VW Play, é de versões mais caras (ou opcional).
Se a VW vai vender as três mil unidades do The Town, eu não sei. Mas é bom fazer contas antes de comprar…
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