Venda de carros depende de juros e dólar para voltar a crescer em 2025

Mercado automobilístico nacional pode prosperar este ano caso a economia favoreça; entenda Tivemos em 2024 um crescimento representativo do mercado automobilístico nacional. Falando em carros e comerciais leves, após quatro anos entre 2 e 2,2 milhões de veículos, fechamos o janeiro-dezembro com 2.483.696 unidades licenciadas – alta de 13,9% em relação a 2023 (2,18 milhões).
Existe um potencial para crescimento do mercado como um todo em 2025, mas muito dependerá da economia, em especial das taxas de juros que estão altas e do valor do dólar – que atualmente é de R$ 6,11. A tendência otimista inicialmente observada para o ano é de uma alta de 6% em relação a 2024. Desse modo, devemos caminhar para a casa dos 2,6 milhões de veículos.
Fiat Strada foi, mais uma vez, o carro mais vendido do ano em 2024
Murilo Góes
Quanto aos preços dos veículos automotores, tudo indica que tenhamos uma pequena elevação em relação à inflação em comparação a 2024. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano de 2024 com variação acumulada de 4,7%. Os juros mais altos irão conter a inflação, mas o dólar causará impacto no preço dos automóveis, já que um veículo fabricado têm muitos elementos com valores balizados em nível internacional. O carro mais barato do Brasil neste início de ano é o Fiat Mobi, que parte de R$ 74.990.
No entanto, mesmo assim, espera-se que o setor tenha um bom 2025. Entretanto, quem dita as regras é, evidentemente, o próprio mercado. Este será um ano de controle de estoques, custos e de posicionamento de preços de produtos em função de novas tecnologias. Quase todos os novos lançamentos serão eletrificados e, de forma majoritária, com o híbrido leve como forma principal de propulsão.
As taxas de juros elevadas e a restrição ao crédito poderão ser problemas que afetarão novamente o mercado automobilístico brasileiro em 2025, freando de certa forma o crescimento observado.
As vendas diretas tiveram em dezembro, por exemplo, um mês padrão, acima dos 50%, mas aquém do esperado (cerca de 55%). 2024 fechou de forma muito parecida com os anos anteriores, inclusive, nesse aspecto, com 49,9% dos licenciamentos ocorrendo na modalidade vendas diretas. Estas ocorrem do fabricante para o cliente final em regime legal de exceção, podendo ser direcionada para locadoras, taxistas, PCDs, produtores rurais…
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Fiat Strada na liderança e crescimento dos eletrificados
Agora vamos aos modelos mais emplacados no ano. A campeã em 2024 foi a Fiat Strada, com 144.697 unidades vendidas. Com apenas 4.507 unidades a menos, o Volkswagen Polo (140.187) foi o segundo colocado. Já bem distante, o Chevrolet Onix ficou na terceira colocação com 97.508 unidades – apenas 425 unidades à frente do Hyundai HB20. O Fiat Argo (91.460) aparece em quinto e o Volkswagen T-Cross (83.997) surge na sexta posição, sendo o primeiro SUV no ranking geral.
Entre os eletrificados, BYD Dolphin Mini (21.968 unidades) e BYD Song Plus (18.029) foram os líderes. GWM Haval H6 completou o pódio com 17.912 unidades. Se somado o H6 GT, pularia para 22.893 e alcançaria o primeiro lugar, mas este colunista entende ser um veículo de performance superior e, neste sentido, seriam dois modelos distintos… Polêmica à vista.
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Os eletrificados fecharam 2024 com 175.259 emplacamentos, um aumento de 86,6% em relação a 2023. Ainda existe margem para crescimento, mas além dos fatores acima citados, para estes veículos ainda incidirão as novas alíquotas de importação (35%) que tendem a ser antecipadas para antes de junho de 2026.
A pressão da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea) junto ao governo é grande nesse sentido. Bom? Ruim? Depende. É importante para a indústria nacional, pois a ajuda a ganhar tempo para se desenvolver e tentar se tornar mais competitiva. Por outro lado, altera a regra do jogo preestabelecida, o que não é nada interessante sob o ponto de vista da estabilidade jurídica.
A você, leitor, um feliz ano novo repleto de saúde, paz, alegria e realizações.
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