Descubra quais cuidados você precisa ter, quando a troca deve ser realizada e qual lubrificante escolher Realizar a troca de óleo é fundamental para garantir o bom funcionamento do seu carro. Só que nem todo mundo sabe quais cuidados devem ser tomados no dia-a-dia.
Por isso, Autoesporte conversou com dois especialistas, que responderam as principais dúvidas relacionadas à troca do óleo do seu carro.
Deixar de trocar o óleo do motor ou não respeitar os prazos estipulados pode gerar problemas no funcionamento do veículo
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O que acontece se eu não realizar a troca de óleo nos intervalos indicados pelo fabricante do veículo?
Seguir os intervalos estabelecidos para trocar o óleo do carro é vital para evitar dores de cabeça maiores no futuro.
“Se o prazo de troca não for respeitado, haverá o favorecimento à formação de borras e vernizes, deficiência na lubrificação e até perda de volume de óleo, que pode ocasionar o travamento do motor”, afirma Danilo Silva, Engenheiro de Aplicação da Motul Brasil.
Vitor Gomes, consultor técnico da Gulf Oil Brasil, acrescenta que não realizar a substituição dentro do prazo estabelecido pode prejudicar a durabilidade de vários componentes do veículo.
“A vida útil do motor, câmbio, sistemas hidráulicos de freios, direção e arrefecimento serão reduzidas, inclusive por conta de depósitos de sujeiras que influenciam negativamente no desempenho do conjunto, podendo causar rompimentos ou travamentos dos mecanismos”, salienta o consultor.
Travamento do motor é uma das principais consequências da falta de óleo no motor
Chevrolet Montana LT MT. Renato Durães/Autoesporte
Devo realizar a troca de óleo por quilometragem ou tempo de uso?
Apesar de cada fabricante sugerir intervalos para trocar o óleo, pode ser necessário realizar a substituição de forma antecipada. Isso acontece em casos específicos, incluindo o uso excessivo em congestionamentos, uso em ambientes com temperaturas externas elevadas ou quando o motorista não costuma utilizar seu carro com frequência.
“Se eu sempre rodo em estradas pavimentadas e por longos trechos e eventualmente rodo em trânsito urbano, a troca pode ser realizada pela quilometragem sugerida no manual do veículo. Mas se o veículo roda pela maioria do tempo em trânsito urbano ou estradas empoeiradas ou sem pavimentação, a substituição deve ocorrer por intervalo de tempo. Isso também vale para os ‘carros de garagem’, que pouco rodam ou fazem viagens muito curtas todos os dias”, aconselha Gomes, da Gulf Oil Brasil.
Enfrentar congestionamentos com frequência pode interferir no intervalo de troca do óleo do motor
Autoesporte/Vitória Drehmer
Quais são os erros mais comuns cometidos pelo cliente ao escolher um óleo?
Na hora de escolher o óleo para o motor do carro, o primeiro passo é levar em consideração as normas exigidas pela montadora.
Um erro comum é verificar somente a viscosidade do lubrificante e basear a escolha apenas nesse critério. Danilo Silva ressalta que dois produtos podem apresentar a mesma viscosidade, mas perfis completamente distintos.
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Outro erro comum é acreditar que é preciso trocar a viscosidade do óleo utilizado em veículos com alta quilometragem.
“Isso é um mito que vem do passado quando as montadoras permitiam diferentes viscosidades para um mesmo motor. Atualmente, com a evolução tecnológica, as montadoras são mais exigentes quanto a essa variação e, portanto, não se deve alterar a viscosidade se a montadora não permitir”, alerta o especialista da Motul.
O que muda quimicamente no óleo dentro do sistema de lubrificação? Por que ele escurece?
Há quem diga que o óleo escurecido indica que o produto é de má qualidade e até que estaria “queimando” no motor. Só que isso não passa de mito.
“A verdade é que, quanto mais ‘sujo’ o óleo do motor fica, mais limpo o motor estará internamente. Se ele está escurecido é porque os resíduos contaminantes formados durante a queima do combustível estão sendo expelidos com o óleo usado”, afirma Gomes.
Em tempo: quem realiza essa “limpeza” são os aditivos acrescentados na formulação do óleo.
Dizer que o óleo do motor escurecido representa má qualidade não passa de um mito
Reprodução
Silva, da Motul, explica que o lubrificante precisa lidar com diversos fatores de contaminação provenientes da queima de combustível, temperatura e esforços mecânicos ao longo do uso.
“A alteração de cor do lubrificante pode ser mais acentuada conforme o tipo de combustível utilizado. Nos motores diesel o óleo escurece rapidamente, mas isso não significa que o lubrificante está degradado. Já nos motores flex é comum que o óleo de veículos que rodam com etanol no tanque permaneçam mais claros do que os que utilizam gasolina”.
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Quais as vantagens e desvantagens de óleo Mineral, Semissintético e Sintético?
Um lubrificante é composto pela combinação do óleo básico com os aditivos. Essa base é dividida em três categorias: mineral, semissintético e sintético.
O óleo mineral é o mais tradicional e sua fórmula combina óleos básicos do refino do petróleo com aditivos. Sua aplicação principal é em veículos mais antigos movidos a gasolina ou diesel.
O lubrificante sintético é formulado a partir da combinação de óleos sintéticos obtidos pelo processo de refino severo do petróleo mais aditivos. Tem maior durabilidade e, além de reduzir a oxidação do óleo, evita a formação de borra e diminui o desgaste das peças do motor do veículo.
Entenda as principais diferenças entre os óleos minerais, semissintéticos e sintéticos
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Já o óleo semissintético combina óleos básicos minerais com sintéticos mais aditivos. Seu maior diferencial é uma tecnologia capaz de reduzir a formação de depósito, borra e verniz, mesmo sob altas temperaturas. Com isso, ele pode ajudar a aumentar a vida útil do motor.
Quais são as dicas para o cliente que quer fazer a troca de oléo por conta própria?
Caso você queira realizar a troca por conta própria é preciso tomar algumas precauções. Além de ter em mãos a quantidade certa e o tipo certo de óleo, especialistas recomendam ter um reservatório para recolher o óleo retirado e, claro, o filtro e as ferramentas certas para realizar todas as etapas da substituição.
“Antes de finalizar o processo é preciso verificar se o bujão do cárter está no lugar correto e com o aperto certo”, afirma Vitor Gomes, da Gulf Oil.
Guarde o óleo usado nas embalagens vazias do produto novo ou em embalagens resistentes à vazamentos antes de levá-lo para descarte. Não se deve descartar, em hipótese alguma, o óleo usado na natureza. Isso por se tratar de uma mistura de produtos químicos altamente perigosa para o meio ambiente.
Descarte de óleo usado deve ser feito em pontos de coleta, e nunca em contato com a natureza
André Schaun
Além disso, é importante não misturar o lubrificante usado com produtos químicos, combustíveis, solventes ou outras substâncias que inviabilizem sua reciclagem.
A orientação é levar o óleo velho para um ponto de coleta autorizado, normalmente encontrado em postos de combustível ou oficinas de troca de óleo. “Lá eles poderão encaminhar esse lubrificante para agentes que realizam o tratamento adequado desse resíduo”, completa Gomes.
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