Especialistas explicam como funciona a substituição do lubrificante por sucção e quando ela é indicada O óleo do motor baixou. Você leva o carro para fazer a troca e, em vez de subirem o veículo no elevador, trazem uma máquina sugadora que rapidamente esgota o lubrificante do cárter. O serviço é mais ágil, mas será que a prática é eficaz?
Roberta Teixeira, diretora de Lubrificantes da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), explica que a troca de óleo por sucção ou a vácuo, tem vantagens e desvantagens. A engenheira conta que esse método pode causar avarias no motor a longo prazo, caso o óleo antigo tenha formado borras.
Já o método por gravidade – ou drenagem – garante a retirada de praticamente todo o lubrificante, ainda que o carro tenha excedido a quilometragem de troca ou que tenha havido formação de borra ou de partículas metálicas no cárter. “A troca de óleo por sucção é mais rápida, realizada em cinco minutos, e traz menos risco de danificar o bujão (parafuso) do cárter. Por outro lado, há menor eficiência na substituição a vácuo, já que o processo aumenta o risco de mistura do fluido novo com o antigo. Quando isso acontece, diminui-se o desempenho do lubrificante recém-acomodado”, diz Roberta.
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Para a engenheira, o esgotamento por sucção é indicado quando o carro tiver alguma anomalia no bujão que impeça sua remoção com facilidade. E também em casos em que o tempo for um fator muito crítico. “A troca por gravidade ainda é a mais indicada. Mas há casos em que o tempo, as condições do bujão e outros detalhes tornam a substituição por sucção mais vantajosa para o cliente. Destaco que a troca por sucção deve ser muito criteriosa e feita por profissionais bem treinados”, reforça.
Para Everton Lopes, mentor de energia a combustão da SAE Brasil, além da vantagem da agilidade na troca por sucção há a questão ambiental e a de saúde. O engenheiro explica que, como a mangueira sugadora é inserida no cano da vareta do óleo, o operador acaba não tendo contato com o lubrificante – o que, para a saúde, é uma vantagem: “O motor tem de estar quente para que o óleo esteja a uma temperatura entre 80 ℃ e 90 ℃. Nessa condição, ele fica mais fino e menos viscoso, o que agiliza sua retirada por completo do motor. A desvantagem de fazer isso rápido é que você pode acabar deixando resíduo no cárter, e esse resíduo pode contaminar o outro lubrificante”, diz Everton.
Segundo o engenheiro, outra desvantagem que pode ocorrer relaciona-se à pressão da sucção: se for muito forte, pode danificar os componentes internos do motor. É preciso ter atenção na regulagem da pressão e checar se todo o volume foi drenado. Se o profissional tiver conhecimento e a troca por sucção for bem-feita, ela pode ser melhor opção do que a tradicional.
No método convencional, o mais usado, abre-se o bujão e o óleo é esgotado por gravidade. A vantagem é que em até 20 minutos o fluido é drenado por completo. Mas, para além da questão ambiental do descarte do óleo, outra desvantagem é o contato manual com o fluido, que traz riscos à saúde. “Em resumo, se você está em uma oficina desconhecida e não sabe qual é a qualificação dos profissionais, peça a troca por drenagem para garantir que não haja sobra de óleo contaminado no cárter.
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Agora, se o profissional é conhecido e capacitado, opte pela troca a vácuo. Esta traz vantagens ambientais e para a saúde e a garantia de que a drenagem será realizada por completo”, conclui Everton. Maicon Chagas, gerente da rede Rei do Óleo, localizada na cidade de São Paulo, afirma que quando a troca de óleo por sucção é feita corretamente não fica resíduo no motor ou no filtro.
O profissional conta que a troca de óleo de um Chevrolet Onix 1.0, por exemplo, custa R$ 261 – já inclusos os 4 litros de óleo e o filtro. E que o mesmo serviço, realizado em um Toyota Corolla, sobe para R$ 324, também inclusos os 4,5 litros de óleo e o filtro. A mão de obra, segundo Chagas, é gratuita. “O critério que nos faz optar pela troca por sucção em vez de realizar o serviço por baixo do carro é a presença de cárter de alumínio, que é mais frágil. Ou, ainda, se o carro apresentar alguma irregularidade no bujão, como a presença de cola ou fita. Aí nós orientamos a fazer a troca por sucção. Se não houver irregularidades, só tiramos por baixo mesmo”, finaliza Chagas.
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