Hatch tem motor de carro de entrada, mas equipamentos de modelos mais caros. Faz sentido? Antes tidos como modelos franciscanos e despojados de quaisquer itens de conforto e segurança além do indispensável, os carros com motor 1.0 aspirado evoluíram e hoje trazem até recursos incomuns em modelos de segmentos superiores. O Peugeot 208 Style talvez seja o maior bastião dessa nova classe de carros, que já não podem mais ser chamados de populares.
Afinal, por mais que os preços estejam elevados, um modelo que custa R$ 100 mil transcende o que é considerado hoje a porta de entrada para quem quer se motorizar com um veículo novo. Prova disso é que a própria Stellantis, dona da Peugeot e de outras marcas, oferece opções mais em conta do que o 208 Style.
Peugeot 208 Style é modelo de entrada, mas com visual de carro mais caro
Renato Durães/Autoesporte
Os Fiat Argo e Mobi e o Citröen C3 são três exemplos caseiros. Posto isso, a pergunta que fica é: vale a pena pagar essa quantia por um carro 1.0? Sem querer ficar sobre o muro (mas já ficando), a resposta é: depende. Comecemos pelos maiores atrativos do 208, que são visual e equipamentos.
Peugeot 208: os problemas e defeitos mais comuns do hatch
Te desafio, caro leitor, a encontrar algum carro nessa faixa de preço que ofereça itens como teto solar panorâmico, ar-condicionado digital, rodas de liga leve de 16 polegadas e faróis de LED. A Peugeot conseguiu colocar recursos que são comuns em carros mais caros em um hatch 1.0.
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Peugeot 208 Style 2025 traz lanternas conectadas por uma peça preta
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A atratividade do Peugeot 208 Style 2025 só aumenta ao considerarmos a embalagem que abarca esses itens. O francês produzido na Argentina é, de longe, o mais bonito do segmento. E a equipe de estilo da fabricante fez um bom trabalho na recém-lançada reestilização de meio de geração ao manter os principais elementos que caracterizam o compacto.
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No caso da versão Style, as rodas de 16 polegadas são pintadas de preto e casam bem com a proposta geral do carro. A grande grade frontal em forma de hexágono tem as tramas internas renovadas.
No centro, o novo logotipo da Peugeot troca o corpo inteiro de um leão pela cabeça posicionada em uma espécie de escudo. Falando no rei dos animais, as luzes diurnas de LED trocam o estilo de presa do leão escorrendo pelos faróis por três barras diagonais que simulam as garras de um felino. O tema se repete nas lanternas, mas agora os traços são horizontais, não mais verticais. Ainda na traseira, o nome Peugeot na barra que liga as duas peças teve a fonte aumentada algumas vezes.
Motor 1.0 Firefly do Peugeot 208 também equipa outros modelos da Stellantis
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Porém, se o estilo segue fazendo referências ao leão, o desempenho do 208 está mais para o de um gatinho. Os parcos 75 cv de potência entregues pelo motor 1.0 Firefly se esforçam para empurrar a massa do pequeno franco-argentino. Para ir de zero a 100 km/h, o hatch leva intermináveis 15,4 segundos.
No uso cotidiano, falta força em baixas rotações, aumentando a ansiedade do motorista que precisa entrar em uma rua mais movimentada. A explicação está na faixa de rotação do torque máximo, 10,7 kgfm, disponível só a 3.500 rpm. E olha que, por ter duas e não quatro válvulas por cilindro, o torque em baixa é até maior. Para extrair o máximo do 208 Style é preciso gerenciar muito bem o câmbio manual de cinco marchas de engates longos e relação curta, e também não se importar de fazer as trocas em rotações mais altas.
Câmbio manual de 5 marchas tem engates longos, mas precisos
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Aos que não estão familiarizados, o quadro de instrumentos exibe a hora indicada para as trocas. Também é possível checar o conta-giros do lado direito. A curiosidade é que o ponteiro sobe no sentido anti-horário, algo incomum. É a vitória da forma sobre a função. De todo modo, a visualização do painel é boa e segue o padrão recente da Peugeot de cluster elevado, para que o condutor veja as informações acima do volante de diâmetro reduzido.
Conta-giros e velocímetro correm em direções opostas
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A direção de assistência elétrica tem leveza um pouco acima do desejado, principalmente a velocidades mais altas, quando se espera um pouco de firmeza. A suspensão, no entanto, segue o caminho contrário, garantindo rigidez na conta certa para um hatch compacto.
Cabine moderna sempre é um diferencial no hatch compacto, mas o acabamento piorou
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Para rechaçar de vez o rótulo de carro popular, a Peugeot caprichou nos bancos, que abraçam bem o corpo, têm tecido agradável ao toque e espuma de densidade correta. A cabine moderna também agrada, mas seu acabamento pobre dificulta o trabalho de afastar o estigma de carro básico.
Teto solar do Peugeot 208 Style é exclusivo no segmento
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Com virtudes e defeitos colocados à mesa, aquela resposta “depende”, no início deste texto, passa a fazer sentido. Afinal, se você preza pelo desempenho, a melhor saída é investir alguns milhares de reais a mais e escolher um hatch turbo. O próprio 208 tem essa opção, mas há rivais interessantes na casa de R$ 105 mil a R$ 110 mil, como VW Polo TSI, Onix AT e Hyundai HB20 Comfort Plus. Contudo, se estilo e itens de conforto estiverem no topo da sua lista de desejos, o Peugeot 208 Style é um popular que subiu na vida.
Pontos positivos: Estilo moderno e itens de série fazem versão parecer de segmento superior
Pontos negativos: Acabamento pobre destoa do restante do conjunto; desempenho deixa a desejar
Peugeot 208 Style 2025
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