Mitsubishi aposenta o nome L200 na nova geração da picape, que está mais potente, com maior capacidade off-road e custa até R$ 329.900 A nova Mitsubishi Triton aposenta o nome L200 na sexta geração da picape média, que é fabricada em Catalão (GO) desde 1998. Aos mais entusiastas, o nome pode até fazer falta, mas o salto de qualidade de uma geração para outra foi tão grande, que a caminhonete está melhor em basicamente tudo e isso vira apenas um detalhes.
Autoesporte foi de São Paulo até a Serra da Canastra (MG), que dá mais de 600 km de distancia, e testou a nova Triton do asfalto ao cascalho. A viagem foi feita com a versão topo de linha, Katana, que custa R$ 329.990. Clique aqui para ver a lista completa de versões, preços e equipamentos. A pré-venda começa em dezembro e as primeiras unidades chegam às lojas em fevereiro.
Nova Mitsubishi Triton GL MT – R$ 249.990
Nova Mitsubishi Triton GL – R$ 259.990
Nova Mitsubishi Triton GLS – R$ 265.990
Nova Mitsubishi Triton HPE – R$ 284.990
Nova Mitsubishi Triton HPE-S – R$ 314.990
Nova Mitsubishi Triton Katana – R$ 329.990
O nova Mitsubishi Triton mantém o motor MIVEC 2.4 turbodiesel de quatro cilindros da atual geração (que segue à venda), porém recalibrado para entregar 205 cv de potência e 47,9 kgfm de torque, e com um bloco de alumínio novo. São 15 cv e 4,9 kgfm a mais do que a atual geração, que tem 190 cv e 43 kgfm.
Este motor é twin-turbo, que é quando as duas turbinas são exatamente iguais — solução muito usada em motores de quatro cilindros. A marca de 0 a 100 km/h e o consumo de combustível no Inmetro ainda não foram revelados.
Nova Mitsubishi Triton tem o mesmo motor 2.4 turbodiesel, mas agora com 205 cv e 47,9 kgfm
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Todas as versões da nova Triton são 4×4, mas só a de entrada, GL MT, tem câmbio manual de cinco marchas. As demais são automátics de seis marchas. As duas opções mais caras, HPE-S e Katana, têm no console central os seletores de modo de tração: 2H (tração traseira), 4H (tração integral), 4HLc (tração 4×4 com diferencial central bloqueado) e 4LLc (tração 4×4 com diferencial central bloqueado e reduzida).
O chassi da nova Triton é o mais robusto já desenvolvido pela fabricante, de acordo com a Mitsubishi. Ele tem 60% mais rigidez flexional e 40% mais rigidez torcional em relação à geração anterior. A nova estrutura de carroceria sobre chassi de longarinas também é consideravelmente maior em relação à geração anterior, com 13 centímetros a mais na distância entre eixos, 8 cm a mais no comprimento e 5 cm a mais de largura.
Nova Mitsubishi Triton está 15 cv mais potente
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Nas dimensões, a nova Mitsubishi Triton tem 5,36 metros de comprimento (+8 cm), 1,93 m de largura (+1 cm), 1,81 m de altura (+2 cm) e 3,13 m de distância entre-eixos (+13 cm). A capacidade de carga anunciada é de 1.080 kg (+ 25 kg) e a de reboque com freio, 3.500 kg, mas o volume da caçamba não é revelado. O ângulo de entrada é de 31° e o de ângulo de saída, 23°.
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Como é a nova Mitsubishi Triton
O teste começou em São Paulo e logo o trânsito parou. Visualmente, a nova Triton não mudou muito na traseira. As lanternas estão maiores que as da atual geração e o arranjo interno agora tem um design com formato de T — em posição deitada. O que atrai olhares é a dianteira.
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A dianteira está com linhas menos agressivas e mais quadradas, o que confere à picape média um visual mais robusto e imponente, atraindo muitos olhares dos curiosos. Nesta nova encarnação, a caminhonete abandonou o famoso estilo “Dynamic Shield”, ou seja, o X cromado nas laterais da grade.
A fabricante optou por uma grade retangular com três divisórias filetadas horizontais — no caso da versão Katana, a malha tem a mesma cor da carroceria — e um design interno em forma de colmeia. Duas molduras formando a letra C contornam as laterais da grade e dividem o conjunto óptico dianteiro em duas partes. A versão topo de linha tem essa moldura preta, enquanto nas demais, é prata.
Nova Mitsubishi Triton tem novo interior
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or dentro, as mudanças também são muitas, mas, como todo bom veículo de marca japonesa que se preze, não há muitos exageros. O desenho do painel está todo renovado e promove muitas mesclas de texturas de plástico. Tem imitação de fibra de carbono, aço escovado e preto piano.
O volante também é novo e menor do que o da atual geração. A direção passa a ser elétrica e não mais hidráulica. Os mostradores de velocidade, temperatura, nível de combustível e tacômetro são analógicos, enquanto as demais informações são mostradas em um painel de instrumentos digital de 7 polegadas. A versão Katana tem o teto forrado internamente de preto. Nas outras opções, a forração é toda cinza.
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As versões HPE, HPE-S e Katana oferecem carregador de celular sem fio e entradas USB-A e USB-C, tanto para a fileira da frente quanto para a de trás. A topo de linha ainda tem câmera com visão 360°, ar-condicionado digital de duas zonas e central multimídia de 9 polegadas com Apple CarPlay e Android Auto (com fio).
Ainda que a multimídia deixe a desejar na qualidade da imagem, está melhor. Além disso, o banco do motorista tem ajustes elétricos, então pegar trânsito até que não foi tão desconfortável.
Como anda a nova Mitsubishi Triton
Nova Mitsubishi Triton HPE-S tem a grade toda preta
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Chegando na estrada, finalmente consigo acelerar a nova Triton. O ganho de potência e torque é perceptíveis em relação à antecessora L200. Contudo, quando você pisa fundo no acelerador, aquele barulho típico do motor a diesel invade a cabine.
Além disso, mesmo a picape média ficando bem mais potente e ligeira, acima dos 200 cv, o motorista ainda sente o peso de seus 2.130 kg, até porque a caminhonete da Mitsubishi continua com um pouco menos de torque que suas principais rivais. Em ultrapassagens, é preciso afundar o pé no pedal do acelerador para ganhar fôlego.
Na comparação com com Ford Ranger, Chevrolet S10 e Toyota Hilux, a nova Mitsubishi Triton é a única com menos de 50 kgfm de torque. A Hilux, por exemplo, tem 204 cv (1 cv a menos), mas alcança um torque máximo de 50,9 kgfm e o condutor sente isso na prática nas retomadas a velocidades mais baixas.
Nova Mitsubishi Triton ficou maior do que a atual geração
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Em questão de segurança, a nova Triton é muito bem equipada, obrigado. Tem sete airbags, alerta de ponto cego, alerta de frenagem de emergência e controle de cruzeiro adaptativo (ACC). Na rodovia asfaltada, o modo de tração foi o 2H e a Triton balança um bocado, como qualquer picape média, ainda mais sem carga na caçamba. Contudo, rivais como Ranger e Volkswagen Amarok são mais confortáveis neste sentido.
O curso de suspensão ficou 2 cm maior que a da geração anterior, para melhorar os impactos e ter melhor aderência e tração em trechos de terra, lama, pedra e cascalho. E foi justamente nesses terrenos que a nova Triton mostrou seu potencial, que é onde ela criou sua fama de picape média, robusta e que aguenta tudo.
O modo 4H é para estradas e pisos irregulares, inclusive asfalto. O sistema distribui a tração entre os eixos dianteiro e traseiro. O 4HLc é usado em terrenos acidentados com superfícies de baixa aderência. O 4LLc é o mais extremo que a picape oferece, com diferencial central bloqueado e reduzida para encarar subidas ou descidas íngremes, rochas, areia e lama.
Nova Mitsubishi Triton está mais potente com 205 cv
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A Triton Katana tem sete opções de modo de direção: Normal, Eco, Gravel, Snow, Mud, Sand e Rock – que ajustam a tração e a performance de acordo com o piso escolhido. Na quinta geração, a caminhoenete tinha apenas quatro modos de condução.
Depois de encarar muitos quilômetros na estrada de terra batida com a tração 4H ativada, a Triton entregou tudo o que se espera de uma picape média na terra, mesmo com o balanço excessivo da carroceria e a suspensão molenga.
Mas confesso que queria algo mais desafiador. E aí veio um baita desafio. No coração da Serra Canastra, enfrentamos uma subida bem Íngreme e cheia de pedras. E não é pedrinha, não. São pedras do tamanho das rodas aro 18 da nova Triton. Paro a picape, giro o seletor de tração para o 4LLc e ativo o modo Rock. Vamos nessa!
Nova Mitsubishi Triton tem sete modos de condução
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Com diferencial central bloqueado e marcha reduzida, aquele barulho de motor invade a cabine e o frio na barriga vem junto. A Triton desliza nas pedras e passa a primeira parte sem sufoco. Do meio para o final, as pedras começam a ficar maiores e é preciso ter mais cuidado e paciência, diminuindo a velocidade. A carroceria torce de um lado para o outro. Um passageiro que tenha labirintite vai precisar de muito autocontrole em situações como essa, porque o terreno é desafiador.
No final da subida, aciono o botão (R/D-Lock), que fica na parte inferior do painel. O sistema bloqueia o diferencial traseiro e faz com que as rodas girem na mesma rotação, impedindo, por exemplo, que uma delas gire em falso sem contato com a superfície. Desafio de uns 300 m em um solo tomado por cascalho superado com maestria pela nova Triton.
Por fim, “lavamos” parte da poeira que ficou na caminhonete passando por um riacho no meio do mato. A capacidade de imersão da nova Triton é de 70 cm.
Nova Mitsubishi Triton aguenta até 70 cm de imersão
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Nova Mitsubishi Triton vale a pena?
Particularmente, prefiro o visual reestilizado da quinta geração. A nova Triton também poderia ter um acabamento melhor e uma multimídia mais moderna pelo preço, por isso não digo que ficou melhor em tudo. Por outro lado, está maior, mais potente, com maior capacidade off-road e mais segurança. Foi um salto de qualidade generoso.
Assim como a Hilux, a Mitsubishi L200 Triton conquistou a fama de ser um veículo com alta durabilidade e resistente. Por ser um público muito exigente, ter esse status de robustez no mercado de picapes médias é meio caminho andado para vender. A nova Triton não é a mais confortável das caminhonetes nem a mais tecnológica, mas certamente é uma das mais robustas. Se você precisa chegar a lugares de difícil acesso e desbravar terrenos desafiadores, é com ela mesmo.
Pontos positivos: aumento de potência, nível de segurança, robustez e capacidade off-road.
Pontos negativos: nível de torque, limitações da central multimídia e padrão de acabamento.
Mitsubishi Triton Katana
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