Sedã compacto traz mudanças pequenas, mas bem-vindas, de visual e equipamentos; nem tão bem-vindos são os preços Minha ex-namorada sempre deixava a toalha molhada em cima da cama. Eu pedia, gentilmente, que ela não mais o fizesse. Todavia, no dia seguinte, lá estava a bendita felpuda encharcando os lençóis. Feitiço do tempo. Tudo igual… É praticamente o mesmo caso do Honda City 2025.
A família City passou por sua primeira atualização desde 2021, ano de lançamento da atual geração. Contudo, estamos distantes de uma mudança profunda. Hatch e sedã receberam alterações visuais similares às que já havíamos visto nos seus pares asiáticos, em fevereiro, e ficaram um pouco mais equipados — mas também mais caros. No quesito conjunto mecânico, nada de novo no front. Mais do mesmo.
Com as atualizações, os preços mudaram. Partem de R$ 117.500 tanto na variante hatch quanto na sedã. Sofreram, dependendo da opção, reajustes de até R$ 4.900. São, aliás, quatro versões de acabamento para ambas as carrocerias, todas com as mesmas nomenclaturas: LX, EX, EXL e Touring.
Honda City EX 2025 teve poucas mudanças, que se concentram na dianteira
Renato Durães/Autoesporte
Quanto ao design, há apenas algumas novidades — que ficam, bom salientar, mais concentradas na dianteira. A grade, no caso do hatchback, adota o estilo colmeia e se torna mais côncava e aberta. Tem ainda um acabamento em preto piano, que confere ao modelo um quê de esportividade.
No caso do sedã, foi mantida a barra cromada presente no antecessor. Todavia, ela ficou mais estreita, o que dá mais ênfase à grade. Esta, por sua vez, traz um acabamento filetado bem bacana, que garante um tom elegante ao três-volumes.
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O para-choque dianteiro dispõe de linhas um pouco mais dinâmicas, com elementos horizontais. Já o traseiro exibe um ar mais robusto, com refletores horizontais no hatch e verticais no sedã aplicados com novo acabamento. De acordo com a Honda, essas poucas nuances garantem um pequeno aumento no comprimento total do três-volumes, que ganhou 2,5 centímetros em relação ao predecessor.
Honda City continua disponível em quatro versões no Brasil
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A família Honda City 2025 também traz novas rodas de liga leve, com desenhos idênticos tanto para o sedã quanto para o hatch. A versão de entrada, LX, vem com rodas de 15 polegadas de diâmetro com acabamento diamantado. Já a configuração avaliada, EX, bem como EXL e Touring, têm rodas de 16” com acabamento diamantado e detalhes em preto.
Uma coisinha aqui, outra colá
No interior, também há apenas mudanças pontuais no Honda City 2025. A dupla conta agora com freio de estacionamento eletrônico, algo raro para o segmento de hatches ou sedãs compactos. Retumbante, não?
No entanto, como consequência, o console central foi redesenhado nas configurações EX, EXL e Touring, em ambas as carrocerias. Vale destacar que, posicionado ao centro do console, além do freio, fica o sistema auto hold. A chegada desses equipamentos, segundo a montadora, também trouxe a “adoção de freios traseiros a disco nas versões mencionadas”.
Honda City recebeu freio de estacionamento eletrônico na linha 2025
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O novo console oferece um carregador de celular por indução, embora um pouco chatinho de ser usado. Isso porque sua disposição faz com que o smartphone entre em rota de fuga a cada frenagem. Há, ainda, central multimídia. É a mesma de sempre, mas, de acordo com a Honda, tem nova interface e dispensa fio para Android ou Apple CarPlay.
As versões EX, EXL e Touring dispõem também de portas USB do tipo A (duas na dianteira) e do tipo C (duas para ocupantes do banco traseiro) para carregamento.
Honda City 2025: como é o hatch comparado a Toyota Yaris e Volkswagen Polo
No que concerne à segurança, a família Honda City 2025 passa a contar com o excelente assistente de permanência em faixa do HR-V nas versões EXL e Touring do sedã; no hatchback, só na opção de topo. Além disso, há câmera de ré a partir da configuração EX para o hatch. Outra novidade, em termos de conveniência, é o ar-condicionado digital de duas zonas, equipamento exclusivo da opção Touring.
Outro fator bacana é a adição do pacote Sensing, de assistência de condução, às versões EX e EXL. Traz controle de cruzeiro adaptativo (ACC), sistema de frenagem atenuante de colisões e comutação automática de farol alto, por exemplo. E, ainda, figurinhas já “carimbadas” no tópico segurança, como controles de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampas e monitoramento da pressão dos pneus.
Console exibe duas das novidades do City 2025: freio de estacionamento eletrônico e auto hold
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Dinâmica agrada
Como já dissemos, o Honda City 2025 mantém o conjunto mecânico de seu predecessor. Segue, então, o motor 1.5 16V aspirado flex, quatro cilindros em linha, com injeção direta, que entrega 126 cv de potência e 15,8 kgfm de torque. O câmbio também é o mesmo: automático CVT com sete marchas simuladas.
Prometo, portanto, que não irei me alongar nessa seara. O motor tem certa elasticidade, mas as retomadas são algo prejudicadas pelo pico de torque só a 4.600 rpm e pela transmissão CVT. Na estrada, o sedã de 1.170 kg se comporta bem, mas não entrega performance de brilho intenso. Tem seus lampejos.
Novo Honda City 2025: veja preços, versões e equipamentos
A cidade é o seu habitat natural. Em ciclo urbano, a caixa de relações continuamente variáveis faz com que o City tenha um rodar absolutamente tranquilo. Em baixas rotações, temos um habitáculo silencioso e agradável para a realidade do segmento.
Faróis de neblina são halógenos na versão EX
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Agrada também o ajuste da suspensão — McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. Deixando para trás a fama de carros “duros” da Honda, é macia, prima pelo conforto e filtra bem as irregularidades do solo. Tende ao subesterço em curvas mais acentuadas, mas nada que tire do City um comportamento predominantemente estável.
A direção, por sua vez, é um tanto indireta. Tem maior relação de desmultiplicação, mas é progressiva, o que garante controle do veículo em curvas e velocidades elevadas.
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Quanto ao consumo, existem pequenas nuances. O sedã faz 9,3 km/l (etanol) e 12,8 km/l (gasolina) na cidade e 10,4 km/l (etanol) e 15,5 km/l (gasolina) na estrada, segundo o Inmetro. Os números, excelentes, mudam um pouco em relação ao antecessor, porém a Honda afirma que não fez alterações de calibração no trem de força. Modificações em seus testes garantiram tais resultados.
De resto, como você pode notar, é basicamente o carro de sempre. O Honda City 2025 deixa a toalha molhada em cima da cama em situações como o preço, mas, tal qual minha ex-namorada, tem muito mais acertos do que erros. As coisas, ainda que pouco, mudam. E o tempo… Esse, cruel, não volta.
Pontos positivos: Confiabilidade; consumo; pacote de equipamentos com itens de segmentos superiores
Ponto negativo: Desempenho correto, mas não empolga; na linha 2025, sedã está ainda mais caro
Honda City EX 2025
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