SUV híbrido flex nacional chega em 2026 com preço abaixo de R$ 200 mil e capaz de fazer 26 km/l Que a GWM atrasou o início da produção de seus carros na fábrica de Iracemápolis (SP) não é novidade. O cronograma inicial previa o começo das operações em maio do ano passado. E, desde quando a fabricante estreou no Brasil, em março de 2023, apenas dois modelos foram lançados: Haval H6 e Ora 03. A dupla até tem algumas variações dentro de seus portfólios, mas, como produtos em si, foram apenas os dois.
Nos próximos anos, a promessa da GWM é compensar o atraso na produção e movimentar o mercado com lançamentos de impacto. Autoesporte foi ao Chile conhecer com exclusividade uma das principais apostas nessa nova fase da marca, o Haval H4, que será um SUV híbrido flex abaixo de R$ 200 mil e deverá ser produzido no Brasil a partir de 2026.
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A empresa já confirmou que a produção da picape Poer e do Haval H6 começará no segundo semestre deste ano em Iracemápolis. O H4, conhecido em outros mercados como Chitu, Jolion ou Jolion Pro (caso do Chile), deverá ser o terceiro integrante com fabricação nacional. Afinal, a própria marca chinesa afirmou que terá um terceiro produto fabricado no Brasil, e que será um SUV. Sua chegada deve ocorrer no ano que vem.
Como é o Haval H4?
Haval H4 é um híbrido paralelo, (HEV), sem recarga externa, como o Corolla Cross
Renato Durães/Autoesporte
O H4 é um híbrido pleno (HEV), sem recarga externa, com baterias de 1,6 kWh, que vai usar o mesmo conjunto mecânico do H6 HEV2 na Brasil — estamos falando do motor 1.5 turbo quatro-cilindros 16V de 155 cv, com injeção direta e ciclo Miller, em conjunto com um dual motor elétrico dianteiro gerador e de tração. Juntos, entregam ótimos 243 cv de potência e 54 kgfm de torque combinados.
No Chile, números mais discretos. O 1.5 aspirado tem 94 cv. Combinado com a unidade elétrica, a potência fica em 154 cv.
A tração é 4×2 dianteira e o câmbio, conhecido como DHT, tem apenas duas marchas mecânicas, que operam a velocidades de cruzeiro. As demais relações são preenchidas pelo motor elétrico. Assim como acontecerá com o H6 nacional, o H4 será híbrido flex. Ainda não é certo que o SUV seja lançado já podendo ser abastecido com etanol, mas sem dúvida, em algum momento, isso acontecerá.
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Acabamento é destaque
Com porte similar ao de um Jeep Compass ou Toyota Corolla Cross, o SUV médio tem 4,47 metros de comprimento, 2,70 m de entre-eixos, 1,84 m de largura e 1,62 m de altura. Nosso teste foi breve, mas fizemos um roteiro bem completo para extrair o máximo do carro nas poucas horas que tivemos. Saímos do bairro de Vitacura, em Santiago, e seguimos sentido San José de Maipo, na região das Cordilheiras dos Andes, num percurso de pouco mais de 50 km com estradas boas e ruins, além de muitas subidas e descidas.
No Chile, o Jolion Pro tem um acabamento muito bom. Portas e painel são emborrachados e há forração de tecido em várias partes.
O interior do Haval H4, ou Jolion Pro, tem ótimo acabamento, com painel todo emborrachado
Renato Durães/Autoesporte
O teto solar panorâmico passa uma imagem de maior sofisticação ao SUV, que ainda traz freio de estacionamento eletrônico, ar-condicionado digital, carregador de celular por indução, quatro entradas USB — sendo duas para o banco traseiro, que também tem saídas de ar —, central multimídia de 12,3” com Apple CarPlay e Android Auto via cabo, painel de instrumentos digital, câmera com visão em 360 graus, ajustes de altura e de profundidade do volante e ajustes elétricos no banco do motorista.
Apesar de o entre-eixos ser ótimo (6 centímetros maior que o do Corolla Cross e 7 cm acima do Compass) e deixar um bom espaço para os passageiros, senti um pouco de desconforto no ajuste do banco do condutor, porque seu trilho é curto. Não chega a ser incômodo, mas ficaria melhor se o banco fosse um pouco mais para trás.
GWM Haval H4 oferece bom espaço interno, mas trilho do banco do motorista é mais curto
Renato Durães/Autoesporte
Eu gostei mesmo foi do console central alto, que deixa o motorista isolado do passageiro. Em relação ao desempenho, o H4 vai muito bem. Nas sinuosas estradas em meio às cordilheiras, o SUV não perdeu fôlego mesmo com o motor menos potente que o que terá no Brasil.
Segundo a GWM do Chile, o Jolion Pro acelera de zero a 100 km/h em 5,9 segundos. Porém, o que brilha aos olhos é o consumo: 26 km/l na cidade e 16,6 km/l na rodovia, de acordo com a marca. Com a gasolina brasileira, dotada de 30% de etanol, o consumo deve ser pior aqui. Ainda mais com etanol.
Segundo a GWM, o Haval H4 leva menos de 6 segundos para ir de 0 a 100 km/h
Renato Durães/Autoesporte
Na parte de segurança, o H4 tem recursos como frenagem automática de emergência, alerta de ponto cego e sistema de permanência em faixa com correção no volante, que interfere demais na direção e mostra certo “desespero” sem necessidade em alguns momentos. Tecnologias assim são mais do que bem-vindas, mas às vezes mais atrapalham do que ajudam. Por outro lado, um dos aspectos mais bem resolvidos é a frenagem, com respostas suaves e progressivas do pedal — uma evolução e tanto na comparação com o H6.
Com preço abaixo dos R$ 200 mil, o H4 é um dos carros mais promissores para 2025. O projeto é muito aguardado pela rede de concessionárias, por acreditarem que ele deve ser o “carro de volume” que a marca precisa. E essa empolgação é válida. Agora, é esperar para ver se a GWM cumprirá a promessa de produzir o Haval H4 no Brasil, pois o SUV tende a ser bem-aceito pelo público, que já recebeu o H6 de braços abertos.
GWM Haval H4 tem visual moderno, mas que pode mudar para o Brasil
Renato Durães
Pontos positivos: Desempenho, acabamento interno e ótimo consumo de combustível
Pontos negativos: O sistema de permanência em faixa age de forma muito agressiva
GWM Haval H4 (que será vendido no Brasil)
Um Só Planeta (atualizado)
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