Terceira maior vendedora de elétricos no mundo, GAC é mais uma chinesa que vai estrear em breve no Brasil e o SUV médio Aion V é um dos modelos escolhidos para a missão Mesmo sendo desconhecida fora da China, a GAC Motor (Guangzhou Automobile Co) é uma fabricante estatal, fundada em 1955, que vende 2,5 milhões de veículos por ano. Cerca de um quinto desse volume se refere a modelos elétricos da submarca Aion, criada em 2017, o que faz da GAC a terceira maior fabricante mundial de carros elétricos, atrás das gigantes BYD e Tesla.
A empresa decidiu agora apostar na sua internacionalização. O plano prevê a instalação de fábricas fora da China e um volume de vendas próximo a 500 mil unidades só para exportação em 2030, conforme revelado pelo diretor da expansão internacional da GAC, Wei Heigang, no salão de Paris 2024.
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O Brasil tem papel fundamental nessa estratégia. Aqui, a GAC já está montando uma sede e definindo os produtos, que devem começar a ser lançados já em 2025. Um deles será o deste teste, o Aion V (número cinco, em algarismos romanos). Outro SUV elétrico? Esse foi o primeiro pensamento que tivemos quando nos foi dada a chance de dirigi-lo. As dimensões tampouco nos empolgaram: 4,60 metros de comprimento e 1,85 m de largura. Um SUV médio. Há vários assim.
Tampa do porta-malas com caimento vertical dá à traseira do SUV um ar de MPV
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Porém, quando vimos o Aion V em pele e osso, ficamos impressionados com sua aparência angular, a pintura multicolorida e o interior bem executado. Afinal, o SUV parece a escolha certa para essa aventura da GAC fora da China, em mercados como o brasileiro.
A sensação positiva perdura quando sentamos ao volante. Uma pequena geladeira entre os bancos dianteiros garante bebidas frescas em viagens longas. Os bancos com estofamento espesso são confortáveis e o couro sintético é macio; mais do que isso, há uma função massagem com oito pontos e três programas, que só contribui para melhorar o ambiente a bordo.
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A cabine segue a premissa “menos é mais” sem levar essa filosofia ao extremo, como os Tesla. À frente, duas telas: a dos instrumentos tem 8,9″ e a multimídia, 14,6″. Só não há head-up display. Fora dois botões de rolo no volante, todas as funções são controladas pela sistema de entretenimento ou por comandos de voz, mas não pudemos testar este último recurso porque não estava instalado na unidade que dirigimos. Ficará para quando o Aion V chegar ao Brasil. Mas, em contraste com outros carros chineses, a navegação multimídia é bem simples e intuitiva.
Há espaço suficiente na frente e atrás, porém quatro passageiros viajam com mais conforto do que cinco. O assoalho plano, as saídas de ar dedicadas e o teto panorâmico (cujo vidro não abre) tornam qualquer viagem mais agradável na segunda fileira, cujo banco é convenientemente mais alto do que o da primeira. Só o porta-malas de 427 litros, atrapalhado pelas caixas de roda traseiras, deixa a desejar.
GAC Aion V 2025 está disponível em duas configurações no mercado chinês
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O Aion V existe em versão de 204 cv ou 224 cv (a que testamos), sempre com 24,5 kgfm de torque. Um ligeiro pisar no freio, um toque no seletor de marcha na haste da coluna de direção e lá vamos nós. O zero a 100 km/h em 7,9 segundos faz do Aion V um SUV ágil para o dia a dia. No entanto, o típico “disparo instantâneo” dos carros elétricos é suavizado nele, o que torna os trajetos urbanos mais tranquilos.
GAC Aion V 2025 tem central multimídia de 14,6 polegadas
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São três modos de condução: Sport, Comfort e Eco. Este último eleva a intensidade da frenagem regenerativa e cria a chamada condução “one pedal”, dispensando o acionamento do pedal do freio. Contudo, é possível alterar o nível de regeneração para “fraco”, “médio” ou “zero”.
As baterias de íons de lítio são do tipo LFP (lítio-ferro-fosfato), com 75,3 kWh, gerando autonomia WLTP de 521 km. Na China, há versões de 90 kWh que chegam a 750 km. Segundo a GAC, o consumo é de 15,9 kWh/100 km, mas em nosso teste ficamos até abaixo disso em percurso urbano.
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A ficha técnica indica ser possível recuperar entre 30% e 80% da carga em 20 minutos. A recarga rápida a 150 kW é decente, assim como a lenta a 11 kW. A fabricante promete também lançar uma configuração com carregamento em corrente alternada a 22 kW. Para quem gosta de ver vídeos de gente usando carro elétrico como churrasqueira, o novo SUV chinês tem sistema V2L.
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O conforto de marcha do Aion V é suficiente na maioria dos pavimentos urbanos e menos bamboleante do que o de outros SUVs chineses, mas ainda um pouco mole demais para dirigir em estradas sinuosas.
Quando o piso tem muitas imperfeições, o eixo de torção traseiro prejudica o conforto na segunda fila. A direção deveria ser mais direta e dar mais “informação” sobre o que se passa nas rodas. Em modo Comfort, é leve até demais.
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Em suma, o Aion V não chega a ser entusiasmante. Entretanto, com uma cabine espaçosa, autonomia interessante, desempenho razoável e preço potencialmente competitivo, pode conquistar clientes de híbridos de BYD e GWM.
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Em viagens, dá até para economizar com hotel, pois os encostos dos bancos dianteiros se deitam por completo e formam uma cama, como os da Honda. Falando nela, a GAC conta com orgulho que estabeleceu acordos industriais de desenvolvimento com Honda e Toyota, o que seria um diferencial na confiabilidade dos carros.
No Brasil, o GAC Aion V deve custar um pouco abaixo de R$ 300 mil. Agora resta saber se o brasileiro o aceitará tão bem quanto aceitou as famílias Song ou Haval H6.
Pontos positivos: Visual criativo; acabamento caprichado; nível de conforto, espaço e tecnologia; autonomia
Pontos negativos: Desempenho; porta-malas; direção leve demais; suspensão traseira muito simples
GAC Aion V 2025 – Divulgação
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