Versão da picape média voltou ao Brasil com motor 2.0 turbodiesel e tração 4×2; veja o que achamos A nova Ford Ranger Black 2025 parada na frente do hotel na Praça Castro Alves, Centro Histórico de Salvador (Bahia), foi ofuscada pelo belíssimo mar azul da Baía de Todos-os-Santos ao fundo, naquela manhã ensolarada. O jeito foi entrar no carro e ligar o ar-condicionado digital para aliviar o calor. A picape tem um apelo e tanto para fazer com que eu volte minhas atenções para ela: o preço, R$ 219.990. A cifra é bem atrativa, mas será que a nova Ranger entrega a promessa de ser urbana?
Não há como começar este teste sem falar do preço, já que as especulações indicavam algo na faixa dos R$ 250 mil. Para ter uma ideia, a Ford Ranger Black é mais barata do que a própria Maverick, exatamente R$ 10 mil mais cara (R$ 229.990).
Outra concorrente é a Fiat Titano, lançada em fevereiro, que parte dos mesmos R$ 219.990. Dentro do portfólio da Ranger, a versão com preço mais próximo é a XL com câmbio manual de cinco marchas, que custa R$ 244.990, com a qual a Black compartilha o motor 2.0 turbodiesel.
Ford Ranger Black 2025 estreou com proposta urbana, mesmo tendo vocação natural para o off-road
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Assim como na geração passada, a Ranger Black continua sendo importada de General Pacheco (Argentina) e traz o motor 2.0 turbodiesel de 170 cv de potência e 41,2 kgfm de torque, com câmbio automático de seis marchas e tração 4×2 traseira. A marca de zero a 100 km/h não foi revelada. Na opção XLS (R$ 264.490), com o mesmo motor e tração 4×4, a prova é cumprida em 12 segundos.
Como o apelo da Ranger Black é urbano, o motor V6 3.0 turbodiesel de 250 cv e 61,2 kgfm, que é oferecido a partir da versão XLS V6 (R$ 244.990), seria um exagero na Ranger Black. Além disso, também deixaria a versão mais cara. Portanto, o 2.0 é mais do que suficiente.
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Por fora, a Ranger Black tem a grade toda preta, faróis (inclusive os de neblina) de LED, retrovisores escurecidos, santantônio, estribos laterais e rodas de liga leve de 18 polegadas escurecidas. Contudo, ela não é vendida apenas na cor Preto Gales, a opção mais óbvia para uma versão que se chama Black. Além do preto, há outras quatro tonalidades: Cinza Moscou, Prata Geada, Azul Belize e Branco Ártico. Em nenhum caso há cobrança extra no valor.
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Na cabine, o acabamento é sempre escurecido com costuras brancas e não há outra opção de cor. Os bancos têm texturas diferentes e misturam couro e tecido preto, com a assinatura “Black” na parte superior dos encostos dianteiros.
Na lateral do banco do passageiro há a descrição “So long as it’s black” (“Enquanto for preto”), uma das frases mais famosas de Henry Ford, proferida, na época, em resposta às opções limitadas de cores oferecidas pelo Ford Model T no início do século passado. De acordo com a marca, essa descrição não fica no banco do motorista justamente para estar no campo de visão dele.
Ford Ranger Black 2025: o que é bom ou faz falta na versão de R$ 219.990
A lista de equipamentos de série é boa, com destaque para sete airbags (frontais obrigatórios, laterais, cortinas e joelho para o motorista), ar-condicionado digital, sistema de frenagem de emergência, três modos de condução, câmera e sensor de estacionamento traseiros, volante multifuncional com ajustes de altura e de profundidade, carregador de celular por indução, painel de instrumentos digital colorido de 8 polegadas e central multimídia de 10 polegadas com conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay.
Ford Ranger Black 2025 está disponível com tração 4×2
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A ausência de alerta de ponto cego faz diferença, ainda que os espelhos retrovisores deem um bom campo de visão. Uma picape média como a Ranger, com as dimensões que possui, por si só, já proporciona dificuldades para rodar no trânsito intenso das grandes cidades. Qualquer recurso que facilite o trafegar e a segurança é bem-vindo.
A Ranger Black não traz ajustes exclusivos para a cidade, como uma Maverick, por exemplo, nem tem a dinâmica de uma Volkswagen Amarok. Portanto, por mais que seja bem confortável dirigir a nova geração da Ranger, saiba que ainda sim é uma caminhonete média e que, no dia a dia da cidade, o conforto não será o mesmo de um carro de passeio.
Guiar em baixa velocidade pela Avenida Oceânica, margeando a orla de Salvador, faz bem aos olhos e nos faz esquecer do balanço da carroceria, mas basta chegar a uma via de maior velocidade, com curvas mais fechadas, para lembrar que estamos em uma caminhonete sem estrutura monobloco.
Tela da central multimídia é a mesma das outras versões e fica na vertical
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Quando está sem carga na caçamba, principalmente, a Ranger Black balança muito — e a rolagem excessiva da carroceria é sentida dentro da cabine. Afinal, é um projeto com carroceria montada sobre um chassi de longarinas, feito para aguentar impactos fortes, ter flexibilidade sobre terrenos acidentados e suportar peso. Uso urbano não é a sua proposta original.
Por outro lado, para os amantes de picapes (como é o meu caso), nenhum SUV dessa faixa de preço entrega a boa altura em relação ao solo da Ranger Black nem a robustez que ela tem para encarar a cidade e seus asfaltos irregulares. Ao todo, são quatro modos de condução: Normal, Eco, Rebocar e Escorregadia. A capacidade de reboque (com freio) é de 3.100 kg.
A Ford optou pela tração 4×2 traseira para reduzir o peso e aumentar a competitividade da Black. E, assim como no caso do motor V6, a tração nas quatro rodas não vai fazer falta na cidade. Do mesmo modo, nos trechos menos desafiadores de terra, ela não vai te deixar na mão.
Bancos têm texturas diferentes e assinatura “Black” em baixo–relevo no encosto
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A Ranger Black não tem vocação natural para a cidade. Sua essência é mostrar serviço fora dela, e não são detalhes estéticos que mudarão isso. Se você preza por conforto e mais agilidade, investir R$ 10 mil a mais em uma Maverick parece mais racional.
Agora, se você é do time que cansou de passar sufoco com asfalto ruim da cidade, valoriza mais a robustez do que o conforto e quer se arriscar em alguma aventura fora da estrada no fim de semana, por R$ 219.990 a Ranger Black é, com sobra, a melhor opção de picape nessa faixa de preço.
Ponto positivo: O pacote de equipamentos é bom e o preço é bem atrativo
Ponto negativo: Não é confortável para andar na cidade e não tem alerta de ponto cego
Ford Ranger Black 2025
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