Enquanto a argentina Niagara será híbrida e terá posicionamento premium, a brasileira Oroch seguirá em linha com foco em frotistas Quando o conceito da Renault Niagara foi apresentado, em 2023, a imprensa rapidamente a posicionou como uma picape intermediária que seria uma espécie de sucessora da Oroch, derivada do Duster. Mas não será exatamente o caso. Ambas as caminhonetes vão conviver no mercado brasileiro, de acordo com Pablo Sibilla, presidente da marca na Argentina, país no qual a produção da Niagara já está confirmada a partir de 2026.
“Decidimos que o ideal seria torná-la [a fábrica Santa Isabel, na cidade argentina de Córdoba] especializada em utilitários, para distingui-la dos [carros de passeio] que se produz no Brasil. Definido isso, pensamos em uma picape de meia tonelada [de capacidade], uma substituta da Oroch. Mas o projeto Niagara não vai ser uma sucessora da Oroch. Ambas podem conviver”, afirmou Pablo Sibilla, presidente da Renault na Argentina, em entrevista ao jornal La Nación.
Renault Niagara ainda não foi revelada; imagem é uma projeção
Kleber Silva/KDesignAG
A estratégia faz sentido quando pensamos que o projeto Niagara — este ainda é um nome provisório, que pode ser mudado na versão de produção — prevê uma caminhonete com porte similar ao da Fiat Toro: cerca de 4,95 metros de comprimento, 1,85 m de largura, 1,70 m de altura e entre-eixos já estabelecido em 2,95 m.
Recentemente, o flagra de uma mula esticada do Duster de terceira geração deixou claro como será o porte da futura picape. Os preços da Niagara devem ficar entre R$ 150 mil e R$ 180 mil.
+ Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte.
Renault Oroch deve sobreviver com motor 1.6 SCe para ser vendida a frotistas
Divulgação
Já a Renault Oroch é um bocado menor: 4,70 m de comprimento (-25 cm), 1,82 m de largura (-3 cm), 1,63 m de altura (entre 5 e 7 cm a menos) e 2,83 m de entre-eixos (-12 cm).
Assim, enquanto a Niagara usará sempre motor 1.3 turbo flex de 170 cv, podendo adotar uma variante híbrida leve de 48V desse conjunto, já em testes no Brasil, a Oroch deve sobreviver com motor 1.6 SCe aspirado flex de 120 cv e foco nas vendas diretas a frotistas. Os valores ficariam entre R$ 120 mil e R$ 150 mil.
Voltando a falar da Renault Niagara, a futura picape intermediária será construída a partir da plataforma modular RGMP, a mesma do Kardian, porém usando como base estrutural os europeus Dacia Duster G3 e Bigster, da mesma forma que a marca fará com o futuro SUV médio nacional (projeto R1312) que será lançado no final de 2025, com produção em São José dos Pinhais (PR).
Initial plugin text
Renault Niagara Concept, apresentada em outubro de 2023, dará vida à nova picape intermediária da marca
Renan Bandeira/Autoesporte
No fim deste ano, a Renault usará as férias coletivas da fábrica de Córdoba para iniciar os preparativos da linha para o novo produto e, assim, iniciar o fabrico artesanal dos primeiros protótipos com os componentes definitivos. “No fim do ano, vamos fazer a parada técnica na fábrica e começaremos a trazer o ferramental e os robôs para adaptar a planta ao projeto. Vamos investir no ferramental dos fornecedores também”, explicou o executivo argentino.
O investimento para criar a Niagara é de US$ 350 milhões, o equivalente a cerca de R$ 2 bilhões. A meta da marca é produzir 65 mil unidades por ano, destinando mais da metade desse volume à exportação. Boa parte da produção virá para o Brasil.
Segundo Pablo Sibilla, o visual definitivo da Niagara já está definido e terá inspiração no conceito apresentado pela Renault em 2023, mas ainda não há nenhum exemplar com carroceria final pronto. A projeção que ilustra este artigo, meramente ilustrativa, foi gentilmente cedida a esta reportagem pelo perfil @kdesignag.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Mais Lidas
Fonte: Read More