Descubra o que é verdade e o que é mito sobre lubrificantes e evite erros na manutenção do seu carro O óleo lubrificante é um dos elementos mais importantes para o funcionamento eficiente e duradouro do motor. Sua função principal é reduzir o atrito entre as peças internas, evitando o desgaste prematuro e garantindo que o motor opere com o máximo desempenho. No entanto, ao longo dos anos, diversos mitos surgiram sobre o uso e a troca de óleo, o que pode levar muitos motoristas a cometerem erros na manutenção do veículo. Para esclarecer as principais dúvidas, conversamos com especialistas e entender o que é mito e o que é verdade.
A ocasião é mais do que oportuna. Afinal, a partir desta terça-feira (1), entram em vigor novas regras para a venda de lubrificantes no Brasil, como uma forma de atender às exigências dos motores híbridos, que possuem ciclos de funcionamento diferentes dos motores convencionais.
As especificações API SQ e ILSAC GF-7A trazem avanços na formulação dos lubrificantes, garantindo maior proteção e eficiência para esses veículos. “As novas especificações têm quatro grandes benefícios: proteções contra pré-ignição, gelificação e corrosão, controle na formação de cinzas sulfatadas e economia de combustível”, explica Thiago Veiga, gerente de desenvolvimento de produto da Vibra.
óleo lubrificante motor
Jeffrey Greenberg/Getty Images
Todo óleo lubrificante é igual?
Mito. Existem diferentes tipos de lubrificantes, que variam tanto na composição quanto no desempenho. Os principais tipos são:
Minerais: extraídos diretamente do petróleo e menos refinados, oferecendo menor resistência a altas temperaturas e degradação mais rápidas.
Sintéticos: desenvolvidos por meio de processos químicos avançados, garantindo maior durabilidade, proteção e desempenho em condições severas.
Semissintéticos: uma mistura entre óleos minerais e sintéticos, oferecendo um equilíbrio entre custo e eficiência.
Motores modernos são projetados para operar com lubrificantes sintéticos, pois esses produtos oferecem maior resistência a variações extremas de temperatura e garantem menor formação de depósitos. “Cada motor possui exigências específicas, e o uso do óleo correto é fundamental para a durabilidade e eficiência do conjunto”, explica Danilo Sad, Gerente de Marketing de Aditivos da Lubrizol para a América Latina.
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Carro híbrido precisa de óleo específico?
Carros híbridos, como o BYD Song Plus Premium, precisam de lubrificantes específicos
Divulgação/BYD
Verdade. Os motores de veículos híbridos operam de maneira diferente dos convencionais, alternando entre o motor a combustão e o sistema elétrico. Isso faz com que o motor funcione em temperaturas mais baixas e por períodos intermitentes, exigindo lubrificantes com características especiais. “Para esses veículos, o motor quase nunca está em temperatura ótima. Isso faz com que o motor não evapore todos os líquidos depositados e aumenta o risco de corrosão”, explica Saulo Brazil, diretor de lubrificantes para a linha Lubrax.
Pensando nessas particularidades, foram desenvolvidas novas especificações de óleo, como a API SQ e o ILSAC GF-7A. Além de uma linha específica para híbridos, com opções de baixa viscosidade, como 0W20 e 5W30, que garantem melhor desempenho e proteção ao motor.
“As novas especificações têm quatro grandes benefícios: proteção contra pré-ignição, proteção contra gelificação e corrosão, controle na formação de cinzas sulfatadas e economia de combustível”, afirma Thiago Veiga. Essas novas formulações também proporcionam um ganho médio de 3,6% na economia de combustível para os óleos 5W30 e 4,3% para os 0W20. No entanto, devido às melhorias tecnológicas, o custo do litro do óleo deve ficar cerca de 10% mais caro em comparação às especificações anteriores.
Óleo sintético dura para sempre?
Mito. Nenhum óleo lubrificante dura indefinidamente, pois, com o tempo, ele sofre degradação térmica e oxidação. Mesmo os óleos sintéticos, que possuem maior resistência, precisam ser substituídos conforme as recomendações do fabricante. “Os aditivos contidos no óleo se desgastam ao longo do uso, e rodar além do período recomendado pode comprometer a proteção do motor”, alerta o especialista. Ignorar os prazos de troca pode levar à formação de borra e ao aumento do atrito entre as peças, reduzindo a eficiência do motor e elevando o consumo de combustível.
Trocar o óleo antes do prazo faz bem para o motor?
Troca de óleo deve ser feita no tempo certo; antecipar o procedimento não traz benefícios para o motor
Envato
Mito. Embora pareça uma prática benéfica, a troca antecipada não oferece vantagens ao motor. Os lubrificantes são formulados para manter suas propriedades por um determinado período ou quilometragem, e trocas antes do tempo geram apenas desperdício de dinheiro e impacto ambiental. “Além do custo desnecessário para o motorista, o descarte frequente de óleo contribui para um maior impacto ambiental”, comenta Danilo Sad.
Misturar óleos de marcas diferentes prejudica o motor?
Parcialmente verdade. Se a mistura for feita entre óleos que atendem às mesmas especificações técnicas, o impacto pode ser pequeno. No entanto, sempre que possível, o ideal é utilizar um único lubrificante recomendado pelo fabricante do veículo. “Diferentes marcas podem ter formulações de aditivos distintas, e a mistura pode comprometer a eficiência da lubrificação”, destaca o especialista. Em emergências, a mistura pode ser necessária, mas a melhor prática é manter um padrão de lubrificação consistente.
Óleo mais grosso protege melhor o motor?
Mito. A viscosidade do óleo precisa ser compatível com o projeto do motor. Utilizar um lubrificante mais espesso do que o recomendado pode dificultar a lubrificação correta, aumentar o desgaste das peças e até elevar o consumo de combustível. “Os motores modernos são projetados para operar com óleos de baixa viscosidade, que garantem menor atrito e maior eficiência energética”, explica Danilo Sad.
O óleo lubrificante melhora o consumo de combustível?
Verdade. Um lubrificante com a viscosidade correta reduz o atrito entre as peças do motor, tornando a operação mais eficiente e contribuindo para um menor consumo de combustível. “Óleos com baixa viscosidade, como o 0W-20, são desenvolvidos para minimizar as perdas por atrito e garantir maior economia”, afirma o especialista. Além disso, padrões internacionais, como o ILSAC GF-6 e, futuramente, o ILSAC GF-7, asseguram que esses lubrificantes sejam formulados para otimizar o desempenho dos motores.
O nível do óleo precisa estar sempre no máximo da vareta?
Na ponta da vareta que faz a medição do óleo, é possível ver marcadores que indicam se o volume está adequado ao veículo
Pixaay
Mito. O nível correto do óleo deve estar entre as marcas mínima e máxima da vareta medidora. Exceder o limite máximo pode causar problemas como formação de espuma, consumo excessivo de óleo e até vazamentos. “Óleo em excesso pode atrapalhar a lubrificação adequada, gerando problemas no motor a longo prazo”, alerta Danilo Sad. O ideal é verificar o nível regularmente e completar apenas quando necessário.
Motores modernos podem usar qualquer tipo de óleo?
Mito. Os motores mais avançados exigem lubrificantes específicos para suportar altas temperaturas e pressões, além de prevenir problemas como pré-ignição em baixa rotação (LSPI). “Cada motor tem especificações rigorosas de lubrificação, e usar um óleo inadequado pode comprometer seu funcionamento e até causar falhas mecânicas”, adverte o especialista. Por isso, sempre consulte o manual do veículo antes de escolher o óleo.
Aditivos extras melhoram a lubrificação?
Os óleos lubrificantes já vem com aditivos próprios e não se deve colocar outros para “melhorar” seu motor
Pixabay
Mito. Os óleos lubrificantes já contêm aditivos desenvolvidos para oferecer a melhor proteção possível ao motor. A adição de produtos extras pode alterar a composição química do óleo e até comprometer sua eficácia. “Os lubrificantes modernos possuem pacotes de aditivos balanceados, e qualquer interferência pode gerar reações químicas indesejadas”, explica Danilo Sad. O uso de aditivos só é recomendado em aplicações específicas, como em motores de competição.
Rodar com óleo vencido pode danificar rapidamente o motor?
Verdade. À medida que o óleo envelhece, suas propriedades lubrificantes se deterioram, aumentando o risco de desgaste prematuro das peças internas. Isso pode levar ao aumento do consumo de combustível, maior emissão de poluentes e até falhas mecânicas graves. “Rodar com óleo degradado é um risco, pois ele pode formar depósitos indesejáveis e entupir canais vitais de lubrificação”, alerta o especialista. Para evitar esses problemas, siga sempre os intervalos de troca recomendados.
Conclusão
Utilizar o óleo correto e seguir as recomendações do fabricante são medidas essenciais para garantir a durabilidade e a eficiência do motor. “A manutenção preventiva com o lubrificante adequado evita desgastes prematuros e garante que o motor funcione sempre com o máximo desempenho”, finaliza Danilo Sad. Informação confiável e revisões periódicas são os melhores aliados para proteger seu veículo e evitar custos desnecessários com reparos futuros.
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