Marca chinesa revela que também conversa com tradicionais fabricantes para tentar viabilizar início das operações no país em 2026 “O logo da Neta tem alguns pilares espirituais”, ressalta Cesar Gomes, diretor de rede de concessionários da marca chinesa no Brasil. Um deles é o florescer, representado por meio de uma árvore. E é justamente isso que a empresa busca ao, enfim, inaugurar sua primeira loja física, localizada no bairro do Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ). No entanto, tal florescer também passa pelo início da produção dos seus modelos no país.
Pois é. A marca, que garantiu já ter superado suas dificuldades na China, com novo aporte e sob nova administração, afirmou que mantém inalterados seus planos de produção no Brasil. E já há, inclusive, plano muito bem delineado para tal.
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“Sim. Tivemos um período de dificuldades na China. No entanto, recebemos novos investimentos e agora temos nova administração justamente para definir as melhores maneiras para gastar esse montante”, comentou Joseph Zhu, gerente geral da Neta Auto Brasil.
Com essa recuperação dentro de casa, a empresa pretende expandir as operações para outros mercados. No Brasil, quer começar a produção em 2026 por meio de Aya e Neta X– os dois já à venda em nosso país. Posteriormente, deseja fazer outros carros por aqui, como o L, rival do BYD Song Plus, e o S (10 unidades dos modelos serão importadas em breve para sentir o “termômetro comercial”).
Neta X é um dos modelos cogitados para serem feitos no Brasil
Renato Durães/Autoesporte
A princípio, a empresa revelou oficialmente que avalia algumas possibilidades. Uma delas é antiga fábrica da Troller, que se tornará unidade multimarcas da Comexport, no Ceará. “É uma opção muito interessante e que não envolve custos elevados”, apontou César Gomes, diretor de rede de concessionárias da Neta Auto. “Além disso, os incentivos [em Horizonte] são atraentes”, completou o executivo. A Kia, vale destacar, também estuda fazer o Sportage na planta.
Na Comexport, a produção poderá se dar em regime CKD (totalmente desmontados) e SKD (com kits parcialmente desmontados). Gomes, contudo, também disse que a Neta foi procurada por grandes montadoras que têm no momento fábricas com capacidade ociosa. A Caoa foi uma delas, segundo o diretor, com a qual a marca discutiu parcerias. No entanto, esta não é, digamos, a “favorita”.
Parceria da Neta com a HPE no Brasil
Interlocutores garantem que a Neta conversa com a HPE a fim de criar uma espécie de joint venture no Brasil. Assim, a marca poderia utilizar a unidade da empresa em Catalão (GO) para montagem em regime CKD. Atualmente, a planta tem capacidade para 120 mil veículos e passa longe de atingir tal número.
NETA L seria produzido no Brasil em um segundo momento
Divulgação
Adaptar uma linha de montagem para os veículos elétricos da Neta em Catalão não seria um bicho de sete cabeças. De todo modo, num primeiro estágio, a marca chinesa anunciou que irá investir R$ 70 milhões para fazer de 15 a 20 mil unidades por ano do Aya e do X já a partir de 2026. Em 2027, numa segunda fase com índice de nacionalização robusto, novo aporte de R$ 50 milhões irá garantir a produção o L – elevando a capacidade para até 40 mil unidades anuais.
“Essas parcerias fazem sentido porque reduziríamos custos e já teríamos estruturas basicamente prontas para operar”, salientou Gomes. O representante da Neta afirmou que o martelo sobre qual caminho deverá ser tomado pela empresa em março. O anúncio da fábrica no Brasil será feito ainda no primeiro semestre deste ano.
Para completar, o executivo também disse que a Neta não descarta ter unidade própria (falamos sobre o assunto aqui) e já conversa com fornecedores locais a fim de atuar no país. “O Brasil é estratégico para nós. Os carros que serão fabricados aqui poderão ser exportados para mercados vizinhos”, destacou Joseph Zhou.
Procurada pela reportagem da Autoesporte, a HPE nega contato com a marca chinesa. Em comunicado, afirmou que “não existem conversas e/ou negociações entre a HPE Automotores e a montadora chinesa Neta para quaisquer assuntos”.
Fontes, no entanto, dizem que a companhia avalia e tem interesse em buscar parceiros em decorrência da capacidade ociosa de sua fábrica. A Kia, como já citamos, seria uma delas.
Neta quer vender 6 mil carros em 2025
Além da fábrica no país, a Neta seguirá em paralelo com o fortalecimento de sua rede de concessionárias e do pós-venda. A primeira loja física, inaugurada no Rio de Janeiro, fica sob o guarda-chuva do Grupo Genial, que também tem pontos de Fiat, Jeep, Ram e Kia espalhadas pelo território fluminense, e tem cerca de 20 funcionários e área construída de 2 mil metros quadrados.
Além do ponto na capital, o grupo pretende inaugurar, entre março e abril, nova loja da Neta em Niterói. Esta ficará ao lado de revenda Fiat – o que pode ajudar a atiçar a curiosidade de clientes que ainda não conhecem a empresa chinesa. O grupo espera vender 40 unidades por mês no Rio de Janeiro e de 25 a 30 veículos na cidade vizinha.
A Neta quer emplacar 6 mil carros em 2025, com um mix inicial de 60/40 entre Aya e X, respectivamente. O número indica 3% de market share no segmento de eletrificados se levarmos em consideração os licenciamentos de 2024.
Além disso, a companhia quer fechar o ano com mais de 30 lojas em 20 cidades do país (em sua maioria capitais). De acordo com César Gomes, 36 nomeações já foram concretizadas.
São Paulo ganhará duas lojas até abril. De acordo com a marca, uma delas ficará localizada nos arredores da Avenida Europa, tradicional pelas lojas de fabricantes de veículos premium e de luxo.
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