Voltz se destaca na eletrificação e atrai investidores, mas precisa lidar com atrasos nas entregas; veja mais sobre a marca que ficou conhecida como a “Tesla do Nordeste” O fechamento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) revela que 2022 foi um ano excelente para as vendas de motos elétricas no Brasil. Especialmente para a marca pernambucana Voltz.
A empresa foi apelidada de “Tesla do Nordeste” pelo jornal Valor Econômico. De acordo com a Fenabrave, a marca emplacou 4.546 unidades em 2022.
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Apesar de o volume não surpreender em escala nacional, trata-se de um grande avanço na comparação com 2021, quando a Voltz emplacou 967 motos elétricas. A empresa pernambucana foi a que mais cresceu no Brasil em qualquer segmento de mobilidade, incluindo marcas de carros, caminhões, ônibus e tratores. Nenhuma outra fabricante quadruplicou seu volume de vendas em tão pouco tempo.
Entre as motos, a Voltz superou o volume de nomes tradicionais, como Harley-Davidson, Ducati e Suzuki. O sucesso foi alavancado principalmente pelo aumento do valor dos automóveis, a alta dos combustíveis e a parceria com o aplicativo de entregas iFood.
O ano das motocicletas
Vendas de motocicletas novas cresceram 17,7% no Brasil
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Enquanto os automóveis e comerciais leves registraram baixa de 0,8% nas vendas em 2022, as motos estão bombando. Ao todo, a indústria nacional emplacou 1,3 milhão de motocicletas nesse período, registrando crescimento expressivo de 17,7%, segundo a Fenabrave.
Vendas de motocicletas em 2022
Evidentemente, a marca que mais se beneficiou da alta na procura por motos foi a Honda, que emplacou mais de 1 milhão de unidades. Mas o ano também foi muito positivo para a Voltz.
Sucesso imediato e atraso nas entregas
Por conta dos atrasos nas entregas das motos, a Voltz também bombou no site Reclame Aqui
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A Voltz começou em 2017 como uma startup e teve seu crescimento alavancado por um aporte de R$ 100 milhões. A maior investidora da fabricante é a Creditas, mas as empresas UVC e Grupo Ultra também têm participação.
Em maio de 2022, a marca passou a produzir suas motos elétricas na Zona Franca de Manaus (AM). As operações começaram em junho – e apesar de ter capacidade para fabricar 15 mil unidades por ano, a Voltz encarou sérios problemas nas entregas de seus modelos. Alguns clientes chegaram a esperar um ano.
De acordo com a marca, criou-se um “gargalo” por conta das constantes paralisações devido à pandemia. Atualmente, a empresa garante um tempo de espera máximo de quatro semanas para as motos nacionais EV1 e EVS.
As motos elétricas
Voltz EV1 é scooter elétrica na mesma categoria da Honda PCX
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A scooter EV1 é a principal moto elétrica da Voltz. O modelo tem autonomia de 180 km, com velocidade média de 35 km/h. A aceleração de 0 a 60 km/h leva 12 segundos, com velocidade máxima de 75 km/h. O tempo de carga completa em carregadores bivolt é de cinco horas.
A EV1 tem baterias removíveis que podem ser carregadas separadamente. Portanto, o proprietário pode comprar uma extra para não esperar o tempo de recarga.
Voltz EVS é a concorrente elétrica da Honda CG
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A street EVS, por sua vez, chega a ser três vezes mais econômica que uma moto a combustão equivalente. As baterias proporcionam entre 100 km e 180 km de autonomia. Para melhorar o alcance, a velocidade máxima é limitada a 85 km/h. Em tomadas residenciais, a Voltz declara que a EVS leva em torno de cinco horas para recuperar toda a autonomia.
A Voltz divulga que o valor de manutenção da EVS Work é 50% menor na comparação com o de motos a combustão, já que não há partes móveis como cilindros, virabrequim ou bomba de injeção. O proprietário tampouco terá de se preocupar com a substituição de óleo, velas e filtros.
Parceria com o iFood
Voltz EVS Work é a moto elétrica oficial do iFood
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Combustível é a principal despesa dos entregadores. Por isso, em maio de 2022, a Voltz iniciou uma parceria com o aplicativo iFood para oferecer condições especiais na compra da EVS. Entregadores de São Paulo (SP) poderiam encomendar a moto elétrica por R$ 9.990.
A ideia era que o entregador não tivesse de parar durante o trabalho para esperar a recarga. Para isso, o iFood instalou estações exclusivas para a substituição das baterias compartilhadas, com planos de assinatura que variavam de R$ 129 por mês para quem roda até 2.000 km a R$ 319 para quilometragem e trocas ilimitadas.
Estação de substituição de bateria instalada pela Voltz em São Paulo
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As unidades de recarga estão localizadas nos pontos da cidade com maior concentração de restaurantes, como Lapa, República, Consolação, Pinheiros, Jardins, Aclimação, Paulista, Moema e Itaim Bibi.
A Voltz não é a única marca de motos elétricas no Brasil. Autoesporte já falou de outras quatro fabricantes que apostam na eletrificação como alternativas mais sustentáveis (e silenciosas) que as motocicletas convencionais. Clique aqui para conferir.
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