Dupla foi lançada em 2015 e revolucionou a forma que o brasileiro compra carro; vendas anuais da categoria subiram de 306 mil para 940 mil no período O início da popularização dos SUVs compactos no Brasil completa 10 anos em 2025. Ainda que o Ford EcoSport tenha inaugurado a categoria em 2003, e o Renault Duster seja o responsável pelo fortalecimento, faz uma década que a dupla Jeep Renegade e Honda HR-V foi lançada. Dali em diante, a forma que o brasileiro compra carro mudou.
O que corrobora para tal afirmação são os números de vendas da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave). Em 2015, o mercado emplacou 306 mil unidades, considerando todas as categorias de SUVs, sendo a dupla de Honda e Jeep a mais vendida. O segmento representou 14,8% de todos os licenciamentos de carros zero km, atrás dos hatches compactos (23,5%), hatches de entrada (23,4%) e sedãs compactos (17,2%).
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Dez anos se passaram e o mercado atingiu a marca de 940 mil unidades vendidas em 2024. Os SUVs agora representam 48,2% do mix, e os carros mais procurados são Volkswagen T-Cross e Chevrolet Tracker.
Clientes que antes se interessavam por hatches mais equipados ou até sedãs médios acabaram migrando para os utilitários após a popularização. Altinhos, não raspam com facilidade em qualquer valeta ou entrada de garagem. E como muitos compartilham suas mecânicas com hatchbacks, têm manutenção descomplicada e ainda são econômicos.
Mas como foi a história de HR-V e Renegade ao longo dos últimos dez anos? O que Honda e Jeep fizeram para deixá-los mais interessantes em meio à chegada de tantos rivais? É o que iremos analisar a seguir:
Honda HR-V: duas gerações e um novo patamar
Primeira geração do HR-V encantou pelo design
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Comecemos pelo carro que chegou primeiro, o Honda HR-V, lançado em março de 2015, somente 15 dias antes do rival da Jeep. O SUV apostava no visual esportivo e urbano inspirado no Civic, característica que agradou desde as primeiras semanas nas lojas. Acabou sendo o mais vendido da categoria nos três primeiros anos de mercado, em 2015, 2016 (emplacando 55 mil unidades, o melhor resultado histórico) e 2017.
O HR-V foi desbancado pelo Hyundai Creta em 2018, caindo para a segunda colocação no ranking. Desde então, a liderança dos três primeiros anos não se repetiu, nem com a chegada da versão 1.5 turbo em 2019. Iniciou-se uma queda livre, com o SUV da Honda alternando entre a quinta e a sexta colocação até 2020. As primeiras unidades camufladas da nova geração começaram a ser flagradas, indicando que a renovação estava no forno.
Renovação do Honda HR-V trouxe novo fôlego ao SUV compacto
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Como é normal durante as mudanças de geração, o HR-V caiu muito nas vendas em 2022. É o período que marca o fim dos estoques nas concessionárias, mas antecede a chegada da versão renovada. O SUV japonês amargou na 12ª colocação naquele ano, segundo a Fenabrave.
O novo HR-V foi reposicionado como um carro mais caro e sofisticado, com sua versão básica custando o mesmo que muitos rivais mais equipados. Ou seja, se tornou um modelo de maior valor agregado, deixando o volume de lado para focar na rentabilidade. Como consequência, virou coadjuvante para quem apenas observa o ranking de vendas.
Atualmente, o HR-V parte de R$ 151.200 na versão EX e chega a R$ 195.800 no pacote Touring. Nos próximos reajustes, deverá superar a faixa dos R$ 200 mil. Até por isso a Honda está desenvolvendo um modelo mais barato, a nova geração do WR-V, para concorrer nos segmentos inferiores.
Jeep Renegade: as pessoas se cansaram dele?
Visual do Renegade era ponto forte, mas o público deixou de se interessar
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Indo para o nosso segundo personagem, o Jeep Renegade sempre foi um carro “hypado” no Brasil. O que mais chama atenção é o visual aventureiro, que ia de encontro ao estilo adotado por outras fabricantes que buscam características mais urbanas. A Jeep passou a associá-lo a um lifestyle esportivo, e logo e o Renegade se destacou no trânsito.
Nos três primeiros anos de liderança do HR-V, o Renegade ficou na segunda colocação. O Jeep só chegaria ao topo do ranking em 2019, quando enfim se tornou o SUV compacto mais vendido. A alegria durou pouco, pois no ano seguinte o recém-lançado T-Cross foi o queridinho dos motoristas brasileiros.
A Jeep passou a apostar mais no potencial do Renegade nas vendas diretas, fator que alavancou os emplacamentos. Em 2021, voltou a ser líder isolado do segmento ao registrar 73 mil licenciamentos. A novidade foi a adoção do motor 1.3 turbo, que substituiu o antigo 1.8 aspirado. As versões a diesel foram descontinuadas.
Após o melhor resultado de sua história, a vida do Renegade se tornou difícil. Caiu para a quarta colocação em 2022 e despencou para oitavo no ano seguinte. Em 2024, ficou na sexta posição no ranking da Fenabrave ao vender 53.896 unidades.
Por mais que o Renegade registre números expressivos, o interesse do brasileiro visivelmente não é o mesmo de outrora, considerando um segmento que cresceu tanto. Autoesporte tem elaborado em testes recentes que se trata de uma consequência da defasagem.
Os SUVs lançados após o Jeep já foram renovados ao longo dos anos, como Honda HR-V, Hyundai Creta, Peugeot 2008 e Chevrolet Tracker. Já o Renegade segue estagnado na primeira geração, e as mudanças não foram suficientes para resgatar o frescor da novidade. E por que um carro tão importante não foi atualizado profundamente?
Isso está relacionado ao desempenho global. O Renegade faz sucesso no Brasil, mas não repetiu os resultados nos Estados Unidos e na China, onde foi descontinuado. A situação é um pouco melhor na Europa, mas a matriz ainda não aprovou o desenvolvimento de uma nova geração.
Apontado como sucessor do Renegade, o novo Jeep Avenger pode conviver com o modelo antigo
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Há quem aponte o Jeep Avenger como sucessor do Renegade. Ele será produzido em Porto Real (RJ), na fábrica da Citroën, a partir de 2026. Suas dimensões são mais modestas em comparação com o veterano, e existe a chance dos modelos conviverem enquanto a demanda for significativa. O Jeep Renegade custa R$ 118.290 na versão Base e chega a R$ 179.990 no pacote Willys.
Fica aqui o questionamento: o que esperar do segmento dos SUVs compactos na próxima década?
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