Além da tão aguardada estreia das fábricas locais das chinesas BYD e GWM, outras marcas começarão a produzir híbridos flex no país O parque da indústria automobilística no Brasil vai ficar diferente em 2025. Uma das maiores novidades será o início de produção de carros de marcas chinesas — híbridos no início e elétricos posteriormente. Além disso, o próximo ano marcará a entrada dos fabricantes veteranos no mercado dos híbridos a etanol, um movimento que tende a destacar o Brasil como polo de desenvolvimento de veículos movidos a biocombustíveis.
O início de produção de carros chineses no Brasil é muito diferente do que foi a estreia de marcas de outras origens, como as francesas Renault, em 1999, Peugeot e Citroën, em 2002, e a coreana Hyundai, em 2012. Tanto as francesas como a coreana — e mesmo as japonesas anteriormente — chegaram ao país de forma tímida, sem fazer alarde.
Fábrica da Renault em Pinhais
Divulgação
Mas as chinesas, sobretudo a BYD, já se tornaram conhecidas no mercado brasileiro muito antes de começarem a produzir no país. A BYD inicia a operação da linha de montagem em Camaçari (BA) sendo dona de quase 3% do mercado de automóveis e comerciais leves no Brasil. É a décima marca mais vendida. A GWM, com inauguração da fábrica em Iracemápolis (SP) marcada para maio de 2025, ocupa a 16ª posição.
A estreia dos chineses como produtores no Brasil é cercada de muita expectativa. A maior dúvida no setor é saber se essas marcas conseguirão, para os veículos produzidos localmente, preços tão competitivos quanto os que os consagraram com os carros trazidos da China.
A aposta de vários executivos do setor é que a situação mudará quando essas marcas tiverem de se adaptar ao custo Brasil. Por enquanto, as peças serão importadas. Há planos de nacionalizar os componentes, mas isso levará um tempo.
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Os importados vindos da China roubaram fatias das marcas que produzem no país. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, o licenciamento de veículos novos no mercado doméstico ficou 15% acima em relação a igual período de 2023. Já a produção avançou menos: 8,9%.
Plataforma híbrida da Stellantis
André Paixão
Além da estreia dos chineses como fabricantes locais, o perfil dessa indústria começa a mudar também com o aumento de produtores de carros híbridos que podem ser abastecidos com etanol.
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O movimento começou já em novembro, com o lançamento de dois modelos — Fiat Pulse e Fastback. A estreia da Stellantis nesse mercado marca o papel da indústria automobilística no Brasil no processo global de descarbonização do transporte. Mais híbridos de outras marcas, produzidos no país, chegarão em 2025.
Fiat Pulse e Fastback Hybrid
Divulgação/Fiat
O início de produção de híbridos e elétricos no Brasil coincide com um momento importante das discussões em torno da descarbonização do transporte.
O enfrentamento das mudanças climáticas e o desafio da transição energética para reduzir as emissões de gases de efeito estufa foram temas em destaque nas reuniões da cúpula do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) em 2024, no Rio de Janeiro, em novembro.
A indústria automobilística tem o dever, portanto, de estar em linha com esse novo cenário, principalmente em 2025, ano em que o Brasil sediará a próxima Conferência Anual das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30.
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