Decisão causou aumento de preços e pedido de retorno imediato do imposto pela Anfavea O fim do imposto zerado de importação era uma das promessas para 2024. A decisão foi tomada em novembro de 2023 quando o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) confirmou a retomada gradual da tarifa, sob a justificativa de “desenvolver a cadeia automotiva nacional, acelerar o processo de descarbonização da frota brasileira e contribuir para o projeto de neo-industrialização do país”. Será que o plano deu certo? A medida gerou polêmicas.
A escala prevê diferentes alíquotas conforme o nível de eletrificação, separando os veículos em híbridos, híbridos plug-in e elétricos. Duas mudanças ocorreram em 2024. Em janeiro, a tarifa subiu para 12% nos híbridos e 10% para os elétricos. Seis meses depois, o imposto foi para 25%, 20% e 18% para híbridos, híbridos plug-in e elétricos, respectivamente.
Como ficaram os preços dos carros eletrificados?
Apesar da mudança realizada em janeiro, os preços da maioria dos carros eletrificados não mudaram por causa dos estoques, alghttps://www.youtube.com/watch?v=X1KoKSZnO6so que só aconteceu após o reajuste de julho.
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O BYD Dolphin, que até então custava R$ 149.800, teve um expressivo aumento de R$ 10 mil e subiu para R$ 159.800 na versão de entrada GS — valor que se mantém até hoje.
Já o Volvo EX30 manteve os R$ 229.950 da versão de entrada Core, mas o restante da gama ficou mais cara. A configuração intermediária Plus passou de R$ 277.950 para R$ 280.950 e a opção topo-de-linha Ultra saltou de R$ 293.950 para R$ 299.950.
Como foram as vendas em 2024?
Volvo EX30 não aumentou de preço em todas as versões
Divulgação
Números divulgados pela Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) sugerem que a retomada do imposto de importação não afetou o desempenho das marcas.
De janeiro a novembro, 90.751 unidades foram emplacadas entre elétricos e híbridos, representando um crescimento de 171,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram licenciados 33.470 veículos.
Considerando apenas o desempenho das 10 marcas associadas à Abeifa, 83.295 veículos foram licenciados. Apesar do expressivo crescimento de quase 200% frente aos números do acumulado de 2023, a participação de mercado dessas companhias é de apenas 4%.
BYD Dolphin Mini foi o mais vendido do Brasil até o final de novembro
Renato Durães/Autoesporte
“Isso indica que, para um país que precisa se tornar cada vez mais competitivo, conhecer e desenvolver novas tecnologias é uma prática bastante salutar, especialmente no campo dos veículos eletrificados”, analisa Marcelo de Godoy, presidente da Abeifa e da Volvo Cars do Brasil.
Anfavea e Abeifa trocaram farpas
O ano também ficou marcado por um tenso embate entre Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e Abeifa. De um lado, a associação que representa as maiores fabricantes do país pleiteava junto ao governo a retomada imediata do imposto de importação, cujo calendário (previamente aprovado e divulgado, diga-se) prevê a retomada gradual da alíquota até julho de 2026, quando a tarifa chegará a 35% para carros híbridos, híbridos plug-in e elétricos.
O motivo era o grande volume de vendas de carros elétricos importados por marcas como a BYD, que praticam preços mais atraentes do que a maioria das associadas da Anfavea. No outro canto, a Abeifa se defendeu como pôde e aproveitou as sucessivas tentativas para criticar a postura da Anfavea, a qual classificou como “inadmissível”.
“A previsibilidade nas políticas industriais do setor automotivo brasileiro é essencial. A entidade reforça o argumento de que políticas protecionistas não trazem benefícios ao Brasil. Medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são ineficazes e, a médio e longo prazos, prejudiciais a toda a cadeia automotiva. Mas em especial ao Brasil”, concluiu Godoy, da Abeifa.
Apesar de não ter afetado diretamente as vendas, muitas polêmicas sobre o tema fizeram parte de 2024 e o assunto deve render bastante em 2025. Pelo menos neste ano, o plano de desenvolver a cadeia automotiva nacional e acelerar o processo de descarbonização da frota brasileira, ainda não deu certo.
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