Fabricantes podem formar a terceira maior montadora do mundo atrás somente do grupo Toyota e Volkswagen Honda e Nissan confirmaram uma fusão a fim de garantir sobrevivência a partir de 2026. A Mitsubishi, que já tem uma aliança com a Nissan, também participa das discussões. A união entre as duas companhias garantiria competitividade em um mercado cada vez mais desafiador, muito em decorrência das rivais chinesas.
Se bem-sucedida, a fusão pode ser finalizada até 2026, com a Honda devendo nomear a maioria dos diretores e o presidente da nova empresa. A entidade resultante se tornaria uma empresa de US$ 50 bilhões, tornando-se a terceira maior montadora do mundo em volume de vendas, atrás apenas da Toyota e do grupo Volkswagen.
Honda e Nissan vêm, bom frisar, estreitando laços recentemente – principalmente na seara de veículos elétricos. Tanto é que em agosto, as fabricantes se juntaram à Mitsubishi com o objetivo de fomentar parceria para trabalhar em softwares de gerenciamento e inteligência artificial e também na produção de componentes como baterias, motores e inversores.
Além de terem maior força para enfrentar a “ameaça” das montadoras chinesas, como GAC e BYD, a fusão de Honda e Nissan também teria condições, segundo interlocutores, de enfrentar a Tesla. Desse modo, a criação de uma gigante japonesa seria capaz de encarar guerras de preços e outras estratégias adotas por Elon Musk e pelas rivais asiáticas.
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Fim da aliança com a Renault?
Com a Honda, Nissan ficaria livre para deixar problemática aliança com a francesa Renault
Getty Images
Ademais, uma provável fusão entre Honda e Nissan faria sentido sob outro prisma. A Renault diminui cada vez mais sua participação na última e estaria aberta a vender seu share para a primeira. Tal reestruturação, segundo fonte próxima, seria “positiva” para a companhia francesa.
Procuradas pela agência Reuters, Honda e Nissan negaram quaisquer planos de fusão. Curioso é que as declarações emitidas foram idênticas.
“Conforme anunciado em março deste ano, Honda e Nissan estão explorando diversas possibilidades de colaboração futura, aproveitando os pontos fortes uma da outra”, disseram as montadoras à Reuters. As empresas acrescentaram ainda que as partes interessadas ficarão sabendo de “novidades” em “momento apropriado”.
A Renault, evidentemente, uma das partes interessadas, também foi procurada pela Reuters. À agência, afirmou que não tem conhecimento da movimentação e, por isso, evitou comentários.
A Nikkei, contudo, afirma que as gigantes nipônicas pretendem assinar memorando de entendimento para a formatação de uma nova holding. A publicação, porém, não citou fontes.
Salvação para a Nissan
Apesar de novidades como o Kicks, vendas globais da Nissan estão em queda
Divulgação/Nissan
No fim de novembro, executivo de alto escalão da Nissan revelou que a montadora havia entrado em “modo de emergência” e considerava “todas as possibilidades” para se manter viva. Em grave crise financeira, a companhia teria de encontrar um investidor-âncora em pelo menos 14 meses para não ter de fechar as portas.
A fusão com a Honda é uma boa possibilidade. No futuro, ainda de acordo com a Nikkei, a união ainda seria expandida de forma a contemplar a Mitsubishi. Tal movimento, claro, dependeria da Renault.
Atualmente, Honda e Nissan ocupam, respectivamente, o segundo lugar e a terceira colocação entre as montadoras japonesas. A liderança fica, de modo confortável, com a Toyota.
A título de comparação, juntas, Honda, Nissan e Mitsubishi venderam cerca de 4 milhões de veículos nos primeiros seis meses do ano. A Toyota, sozinha, emplacou 5,2 milhões de unidades.
Mesmo assim, não poderíamos, evidentemente, encarar a fusão entre as companhias como algo pequeno. O negócio seria o maior da indústria automotiva desde 2021, quando PSA e FCA se uniram para formar a Stellantis em uma trama que envolveu à época 52 bilhões de euros.
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