Geome Xingyuan deverá ter outro nome quando for lançado; modelo se destaca pelo espaço interno e porta-malas de SUV compacto A Geely voltará ao Brasil em julho com o SUV médio elétrico EX5. Mas, enquanto o acordo com a Renault, que prevê produção na fábrica de São José dos Pinhais (PR), não sair do papel, há planos de aumentar a linha com modelos importados. E isso deve acontecer ainda em 2025.
Autoesporte conversou com Luiz Fernando Pedrucci, CEO da Renault na América Latina, durante o Salão de Xangai. O executivo confirmou que um segundo carro já está sendo preparado para o Brasil, e que o lançamento pode acontecer até o fim deste ano, para que as 23 concessionárias da marca não vendam apenas um modelo.
+ Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte
O veículo, no entanto, ainda é um mistério. Uma possibilidade forte, corroborada pela apuração dos colegas do Autos Segredos, é o Geome Xingyuan, um hatch compacto elétrico que chegaria para disputar o mercado com BYD Dolphin e GWM Ora 03.
O “Dolphin da Geely”
Geome Xingyuan tem entre-eixos de 2,65 m, o mesmo de um Volkswagen T-Cross
André Paixão/Autoesporte
O Geome Xingyuan (o nome pode mudar para o Brasil) deve apostar no espaço interno e no porta-malas para se destacar em nosso mercado. No compartimento principal, que tem abertura elétrica, cabem 375 litros. Na frente, como não há motor, existe um segundo compartimento com abertura por meio de braços pantográficos e 70 litros adicionais.
Mesmo em uma carroceria compacta, de 4,14 metros de comprimento (mesmo porte de um Chevrolet Onix), o entre-eixos é de 2,65 m (igual a um Volkswagen T-Cross). A largura é de 1,81 m, com 1,58 metros de altura.
A cabine tem acabamento mais simples que o Dolphin, mas há soluções interessantes, como carregadores de celular por indução, quadro de instrumentos digital de 8,8 polegadas, central multimídia de 14,6 polegadas, comandos por voz e volante de dois raios.
Geome Xingyuan tem central multimídia de 14,6 polegadas
André Paixão/Autoesporte
Na China, onde o modelo já emplacou mais de 100 mil unidades em menos de um ano, superando o Dolphin, há diversos conjuntos de motor e bateria. A menos potente tem 78 cv. A segunda opção, de 114 cv de potência, faz o hatch compacto de 1.200 kg chegar a modestos 135 km/h.
Também há duas opções de bateria, ambas fornecidas pela CATL: 30,1 kWh para 310 km de autonomia no otimista padrão chinês, ou 40,2 kWh, com bom alcance de 410 km.
Falando de preços, os valores são competitivos. A versão de entrada custa 70 mil yuans, ou R$ 56.300 em conversão direta. Já a opção topo de linha sai por 98.800 yuans, o que equivale a pouco menos de R$ 80 mil. Como referência, o novo BYD Dolphin parte exatamente dessa faixa de 100 mil yuans.
Geome Xingyuan, assim como outros compactos chineses, tem linhas arredondadas
Divulgação
Produção nacional pode demorar
Além das ambições de ampliar a linha de produtos, o acordo entre Renault e Geely precisa ser aprovado por órgãos regulatórios para que a segunda fase seja concretizado. Quando isso acontecer, os chineses terão acesso ao Complexo Ayrton Senna, as fábricas de motores e veículos da Renault no Paraná. Atualmente, o local opera com ociosidade. Em 2024, foram produzidos 180 mil veículos, menos da metade das 380 mil unidades de capacidade total.
Initial plugin text
Autoesporte apurou que, a partir da assinatura do contrato, a produção de veículos da Geely deve começar entre um ano e um ano e meio depois. Ou seja, caso isso aconteça, por exemplo, no meio de 2025, os primeiros carros nacionais da fabricante chinesa chegarão apenas, na pior das hipóteses, em 2027.
Porém, segundo Pedrucci, não há pressa nas operações da Geely no Brasil. “Aquela ambição de ter uma grande participação de mercado, como no passado, acabou. Queremos fazer a melhor leitura do mercado e crescer de uma maneira sustentável”, completou o executivo.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Mais Lidas
Fonte: Read More