Gigante chinesa terá sete lançamentos no ano que vem; entre eles, dois SUVs com motor a gasolina para brigar com T-Cross, Creta, Corolla Cross e Compass A onda de marcas chinesas no Brasil ganhará força em 2025. Embaladas pelo sucesso de BYD e GWM, outras fabricantes buscam colocar o pé em nosso mercado. Autoesporte esteve no Salão de Guangzhou (China) e conheceu, com exclusividade, os planos da GAC, que desembarca no primeiro semestre do ano que vem com um ambicioso plano, diferente de todas as conterrâneas que chegaram nos últimos anos.
A GAC já havia anunciado investimentos de US$ 1 bilhão (na época, cerca de R$ 6 bilhões) no Brasil. O aporte ainda não foi detalhado, mas certamente prevê a instalação da rede de concessionárias e adaptação dos produtos.
No Salão de Guangzhou, a GAC pode ser considerada a marca da casa, já que sua sede fica instalada a poucos quilômetros do centro de exposições local. Como referência, só ela e a BYD tinham um pavilhão próprio dentro do evento. A BYD, por sua vez, também é local, já que foi fundada na cidade vizinha de Shenzhen.
A proximidade geográfica não acontece só na China. Afinal, a filial brasileira da GAC se instalou no mesmo condomínio empresarial da rival, na zona sul de São Paulo. Mas as semelhanças param por aí. A novata fará sua estreia no Brasil apostando, sim, na eletrificação, mas também vai vender modelos movidos apenas a combustão.
GAC escolheu modelos mais recentes para estreia no Brasil
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Em visita ao estande da marca em Guangzhou, Autoesporte descobriu que a GAC chegará ao Brasil com uma linha composta de, pelo menos, sete modelos. Eles serão lançados ao longo de 2025. Inicialmente, ainda no primeiro semestre, chegam dois veículos a gasolina: os SUVs GS3 e GS4, o SUV híbrido plug-in ES9 e outros quatro elétricos da submarca Aion: o hatch compacto UT, o sedã médio RT e os SUVs Aion V e Hiptec HT.
A explicação para a escolha é de Kevin Wang, gerente de vendas da GAC. “Queremos levar para o Brasil os nossos mais recentes lançamentos. Alguns deles ainda estão chegando às lojas aqui na China”. É o caso do sedã elétrico Aion RT. Veja mais adiante um detalhamento de cada um dos carros que a marca levará ao nosso mercado.
Estande da GAC no Salão de Guangzhou
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A operação da GAC no Brasil começará no primeiro semestre de 2025, ainda sem um mês definido. No entanto, já foram vistos alguns exemplares da marca no Brasil, provavelmente para homologação e clínicas de receptividade.
Se, por um lado, chega três anos depois das rivais (que estão para inaugurar suas fábricas), a GAC poderá se beneficiar de ter uma linha recheada e de diferentes matrizes energéticas, abarcando o público que ainda não deseja fazer o caminho da eletrificação.
De acordo com Wang, a marca também já trabalha para transformar seus motores a gasolina em flex e estuda oportunidades de produção local, seja com fábrica própria, ou usando as instalações que a Comexport prepara em Horizonte (CE). De todo modo, a própria Comexport será a responsável pelas importações para o Brasil.
GS3
GAC GS3 deve ser o primeiro representante da marca chinesa no Brasil
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O SUV, também conhecido como Emzoom em outros mercados, tem porte médio, similar ao de Jeep Compass e Toyota Corolla Cross. Porém, o posicionamento deve ser no andar inferior, como rival direto de Volkswagen T-Cross, Hyundai Creta e Honda HR-V.
São 4,41 m de comprimento, 1,85 m de largura, 1,60 m de altura e entre-eixos de 2,65 m. No salão, a unidade exposta trazia motor 1.5 turbo a gasolina com injeção direta de combustível de 177 cv e 27,5 kgfm de torque. O câmbio é automatizado de dupla embreagem e 7 marchas. Segundo o padrão chinês, o GS3 faz, em média, 16,2 km/l.
Interior do GAC GS3 agrada pelo visual e materiais
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Entre os equipamentos, há possibilidade de o GS3 sair de fábrica com ADAS de nível 2, ou seja, alerta de saída de faixa com correção, frenagem automática de emergência e controlador de velocidade adaptativo.
Apesar de parecer menor, o SUV chamou a atenção pelo desenho cheio de personalidade, com muitos vincos e dobras. Por dentro, a qualidade do acabamento parece superior à da maioria dos modelos deste segmento no Brasil.
GS4 Max
GAC prometeu versões híbridas para o GS4 Max
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A boa impressão do GS3 foi reforçada no GS4 Max. O SUV é quase 30 cm mais comprido, chegando a 4,68 m de comprimento. O entre-eixos também cresce, para generosos 2,75 m. Ainda assim, a motorização é a mesma do modelo menor. Ou seja, motor 1.5 turbo de 177 cv e 27,5 kgfm. Segundo Wang, a GAC já trabalha em uma versão híbrida plug-in do modelo, que também poderá chegar ao Brasil em um segundo momento.
GAC GS4 Max é maior que um Jeep Compass
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Enquanto isso não acontece, a versão a gasolina chega para brigar de frente com os SUVs mais vendidos do país, como Jeep Compass e Toyota Corolla Cross. Assim como no GS3, o porte mais avantajado deve ser um trunfo. Pacote de equipamentos e padrão de acabamento são similares ao do GS3.
GS8/ES9
GAC GS8 tem motor 2.0 turbo a gasolina
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O modelo topo de linha na primeira fase de lançamentos será um SUV de grande porte de 7 lugares. GS8 e ES9 são as opções da GAC no momento. Trata-se basicamente do mesmo carro, mas com variantes a combustão e híbrida plug-in. O porte, para acomodar todos os passageiros, é grande. São 4,98 m de comprimento e 2,92 m de entre-eixos.
Se optar pelo GS8, o SUV terá motor 2.0 turbo de quatro cilindros com 248 cv de potência e 40,8 kgfm de torque. A tração pode ser dianteira ou integral, sempre com câmbio automático de 8 marchas da japonesa Aisin.
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GAC GS8 segue padrão de acabaento refinado da marca
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A variante híbrida combina um motor 2.0 turbo de alta eficiência térmica e 190 cv com um elétrico de 150 cv. A potência combinada não foi divulgada. Porém, com bateria de 25,6 kWh, o alcance elétrico é de bons 143 km.
Na cabine, praticamente todas as superfícies são de material agradável ao toque, com plástico duro apenas na base das portas. Há iluminação ambiente, painel digital e central multimídia de 14,6 polegadas.
Aion UT
GAC Aion RT é maior que um BYD Dolphin
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Nem foi preciso que o executivo de vendas da GAC dissesse, à primeira vista é possível notar que o UT foi criado para ser um concorrente direto do BYD Dolphin. As linhas simpáticas e arredondadas e a coluna C larga dão ao mais recente lançamento da GAC um ar de familiaridade. E é exatamente essa função que o UT vai desempenhar na China e no Brasil.
Aion RT tem acabamento de boa qualidade
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Os trunfos em relação ao carro elétrico mais vendido do Brasil serão o porte e a autonomia. Com 4,27 m de comprimento e 2,75 m de entre-eixos, é ainda mais espaçoso que o rival direto. Além disso, a bateria de 68,1 kWh é cerca de 50% maior, garantindo alcance de 650 km no generoso padrão chinês.
O motor elétrico, por fim, entrega 134 cv, suficientes para mover o compacto de aproximadamente 1.500 kg.
Aion V
GAC Aion V é o SUV médio escolhido pela marca chinesa para ser vendido no Brasil
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Lançado em julho com foco nos mercados internacionais da GAC, o Aion V pode ser considerado um SUV elétrico de porte médio (tem 4,60 m de comprimento). Ainda assim, são quase 15 cm extras em relação a um BYD Yuan Plus. O visual, porém, segue pelo caminho de uma minivan, com grande área envidraçada, teto praticamente plano e coluna C vertical.
GAC Aion V praticamente não tem botões no console central
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O Aion V também é o primeiro carro da marca a usar arquitetura elétrica de 400 volts, que permite carregamento ultrarrápido. Na cabine, o Aion V segue o padrão da GAC com estilo minimalista, poucos botões e telas grandes. A central multimídia de 14,6 polegadas reúne praticamente todas as funções que antes eram acionadas por botões. Para completar, uma geladeira de 6 litros no console central pode resfriar ou esquentar alimentos e líquidos.
Na China, há duas opções de motores elétricos: de 203 cv ou 224 cv. Já o pacote de baterias tem tamanhos diversificados, entre 62,2 kWh e 90,2 kWh.
Aion RT
GAC Aion RT tem porte similar ao de um BYD Seal, mas é menos potente
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O sedã RT é outro lançamento recente, mesmo na China. Por lá, o elétrico tem as mesmas opções de motor do V, com 203 cv ou 224 cv. Porém, as baterias são menores: 55,1 kWh ou 68,1 kWh. O aproveitamento de energia promete ser referência no segmento, já que a autonomia no padrão chinês chega a 650 km.
O visual lembra o do BYD Seal, ainda que o desempenho seja inferior. No porte, são 4,86 m de comprimento, 2,77 m de entre-eixos, 1,87 m de largura e 1,52 m de altura.
Hyptec HT
GAC Aion Hyper HT tem duas opções de abertura de porta traseira
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O Hyptec HT pode ser considerado um concorrente para o Tesla Model X, principalmente por conta das portas traseiras com abertura estilo gaivota. Nesse caso, há versões com motores elétricos de 245 cv ou 340 cv e baterias que vão de 70 kWh a 99,5 kWh.
Ainda há opções de portas traseiras com abertura convencional, ou no estilo asa de gaivota, ao melhor estilo… Tesla. Junto com GS8/ES9, o HT pode ocupar o posto de modelo mais sofisticado da GAC no Brasil.
Aprendendo com as japonesas
Como dito acima, a GAC usou um pavilhão inteiro no Salão de Guangzhou. O espaço, porém, foi dividido entre as submarca Hyptec e Aion, além das parceiras estrangeiras, curiosamente, as rivais históricas japonesas, Toyota e Honda.
“Temos uma parceria de mais de 20 anos com elas. Isso nos possibilitou aprender muito e aprimorar a qualidade de nossos produtos”, completou Wang.
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