Pegamos o “hiperhatch” de 435 cv da marca inglesa, que hoje pertence ao grupo chinês Saic, em seus primeiros testes no Brasil O Brasil terá mais uma marca chinesa de carros elétricos e ela virá com um toque de molho inglês. Estamos falando da MG Motor, antiga Morris Garage, tradicionalíssima fabricante britânica que existe há exatos 100 anos — foi fundada em 1924 — e hoje pertence ao grupo chinês Saic. Nesta semana, flagramos aquele que deve ser o primeiro produto da operação no país: o “hiperhatch” elétrico MG4.
Hiperhatch é como a própria MG chama o MG4, um hatch médio com porte similar ao de um Volkswagen Golf GTI e diversas variantes de motorização e conjunto de baterias. A versão flagrada carregando em um posto de serviço da rodovia Carvalho Pinto, no interior de São Paulo, com a chamativa pintura Laranja Fizzy, é a de topo, Max Power, a mais potente da gama.
MG foi fundada na Inglaterra. Em crise, foi adquirida por gigante chinesa na década de 2000
Leonardo Felix/Autoesporte
Equipado com dois motores elétricos, um de 205 cv sobre o eixo dianteiro e outro de 230 cv no traseiro, o MG4 Max Power tem 435 cv de potência e 61,1 kgfm de torque combinados. Com esses números, o 0 a 100 km/h ocorre em 3,8 segundos e a velocidade máxima é de 200 km/h, número alto para os padrões de um carro elétrico.
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O flagra do MG4 confirma uma informação trazida por Autoesporte em primeira mão em abril deste ano, de que a MG planeja se instalar no Brasil. O cronograma da marca prevê o lançamento do hatch já no primeiro semestre de 2025, mas é claro que tudo depende do ritmo com o que a empresa conseguirá estruturar sua operação e sua rede de concessionárias. Uma sede deve ser instalada na capital paulista.
Insígnia na tampa do porta-malas expõe qual versão a MG está testando
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Além disso, nossa reportagem pode afirmar que a Saic estuda montar localmente, em regime SKD, o MG4 e outros modelos de passeio em uma fábrica que o grupo está instalando em Pouso Alegre (MG). Inicialmente, a planta serviria para produzir componentes de máquinas e veículos pesados da brasileira XCMG. Contudo, há a possibilidade de expansão do complexo.
Enquanto a MG decide se montará mesmo seus carros em MG (com o perdão do trocadilho), falemos mais a respeito do MG4. O hatch médio é construído sobre uma plataforma modular chamado MSP e tem como destaque o uso de um banco de baterias que jamais supera os 11 cm de espessura, tomando pouco espaço do assoalho do carro.
MG4 também tem versões mais comedidas, que podem pintar no Brasil
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Em dimensões, o MG4 mede 4,29 metros de comprimento, 1,84 m de largura, 1,51 m de altura e 2,71 m de entre-eixos. Seus motores elétricos são sempre síncronos de ímãs permanentes, mas há versões mais básicas com apenas um propulsor traseiro de 245 cv e 35,7 kgfm. Nessas variantes, as baterias são do tipo (lítio-ferro-fosfato) e têm 51 kWh de capacidade, promovendo uma autonomia de cerca de 350 km no ciclo europeu WLTP. Aqui, a recarga máxima é feita em 88 kW.
Já as versões bimotor trazem baterias NMC (óxido de lítio, níquel, manganês e cobalto), que podem ter capacidade de 64 kWh, com recarga máxima a 140 kW, (caso da versão Max Power, que tem 385 km de autonomia), ou 71 kWh e 144 kW de velocidade de recarga (versão Long Range, chegando a 450 km de alcance). Tais números permitem recuperar entre 20% e 80% da carga em menos de 30 minutos.
A opção esportiva Max Power traz ajustes exclusivos de suspensão, com molas e amortecedores mais rígidos, e um sistema chamado controle dinâmico de curvas, que combina um diferencial com bloqueio eletrônico e vetorização de torque. À frente, uma grade ativa se abre ou fecha automaticamente para priorizar a aerodinâmica ou a refrigeração dos componentes internos.
Assim como carros da BYD, o MG4 pode recarregar componentes eletrônicos
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Também há o chamado V2L, que permite usar a energia do carro para carregar equipamentos eletrônicos, e um painel à la BYD: quadro de instrumentos digital de 7 polegadas e uma central multimídia maior, de 10,25 polegadas.
Cabine do MG4 não é tão sofisticada quanto seu design exterior sugere
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O pacote de segurança ativa (Adas) inclui frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres e ciclistas, controle de cruzeiro adaptativo (ACC) com acelerações e retomadas automáticas, assistente de permanência em faixa, leitor de placas de velocidade, detector de fadiga, alerta de ponto cego, farol alto automático, assistente de tráfego traseiro cruzado e alerta de obstáculo para abertura das portas.
Produzido na China, o MG4 não deve custar menos de R$ 250 mil no Brasil, caso seja vendido na versão esportiva Max Power. Outras variantes mais básicas podem ser oferecidas com preço na faixa de R$ 200 mil.
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