Hatch mais simples da Fiat na Europa não tem calotas e central multimídia, mas oferece painel de instrumentos digital e motor híbrido A Fiat voltou a ter um hatch de entrada no mercado europeu: o Grande Panda. O novo modelo carrega a tradição de 55 anos dos compactos da marca italiana, cuja história passou pelos lendários 147, Uno, Palio e tantos outros carros memoráveis. E um tópico que chamou atenção durante o lançamento na última semana foi sua versão de entrada.
O Grande Panda parte de 17,9 mil euros na Itália, valor equivalente a R$ 110 mil na conversão atual. No entanto, a versão Pop não tem calotas e central multimídia, mas oferece painel de instrumentos digital e motor híbrido.
A título de comparação, o carro mais barato da Stellantis no Brasil, o Fiat Mobi, parte de R$ 76.990 na versão Like. Portanto, enquanto desbravamos a versão de entrada do hatch europeu, o modelo feito em Betim (MG) será a base de algumas comparações.
Como é o Fiat Grande Panda de entrada?
Plataforma do hatch europeu tem similaridades com a CMP que equipa modelos da Citroën no Brasil
Divulgação
+ Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte.
A quarta geração do Panda é feita sobre a plataforma STLA Smart Car, que tem similaridades com a CMP que serve de base para modelos como Citroën C3, C3 Aircross e Basalt, produzidos em Porto Real (RJ).
Inclusive, vários adereços do hatch francês — coluna A, para-brisa e formato das portas dianteiras — são exatamente os mesmos no modelo italiano. Como consequência da mesma plataforma, também compartilham os 3,99 m de comprimento e a distância entre-eixos de 2,54 m.
Rodas de aço evidenciam a simplicidade do Fiat Grande Panda
Divulgação
A versão básica do Grande Panda tem rodas de aço de 16 polegadas vendidas sem calotas — algo impensável mesmo para carros de entrada no Brasil. O Mobi, por exemplo, oferece calotas desde o pacote de entrada. Só veículos comerciais ainda são vendidos com rodas de aço em nosso mercado.
Diferentemente dos modelos mais equipados, que incorporam faróis com LEDs quadriculados em uma pegada retrofuturista, o Grande Panda mais simples tem lâmpadas halógenas. Nem a máscara fumê foi capaz de esconder este caráter mais rústico. De fato, a grade frontal acrescenta um toque mais sofisticado, com o logotipo da Fiat deslocado.
Lâmpadas são halógenas, mas parte acrílica recebeu acabamento fumê
Divulgação
Arcos de roda, retrovisores externos e o para-choque traseiro pintados de preto também não deixam mentir que se trata de um carro muito rudimentar. Na tampa traseira, o logotipo da Fiat foi projetado em relevo direto na chapa, assim como na Fiorino nacional. Seria uma inspiração mineira no visual do hatch italiano?
Initial plugin text
Carro pé-de-boi, mas nem tanto
O contraste do Grande Panda de entrada continua na cabine. O hatch traz freio de estacionamento eletrônico, painel de instrumentos digital e volante multifuncional, itens que equipam modelos mais caros no Brasil. Por outro lado, não há central multimídia ou rádio. No lugar dela, a Fiat instalou um suporte para o celular.
Interior do Grande Panda é sofisticado em alguns tópicos e simples em outros
Divulgação
Este é mais um choque cultural em comparação com os carros de entrada no Brasil. Para muitos clientes, a central multimídia é indispensável, mas a Fiat não se importou de deixá-la de fora do Grande Panda “basicão” no velho continente.
Seguindo pela cabine, os bancos são inteiriços para aliviar os custos. Chama atenção o fato de terem duas cores, em uma bonita combinação de azul e cinza escuro. O mesmo acabamento continua pelas portas. Já o painel tem filetes amarelos neon para dar um toque de modernidade.
Detalhes amarelos neon incorporam características joviais ao hatch
Divulgação
Híbrido desde a versão básica
Outro ponto de destaque, e que também está totalmente relacionado à disparidade do Grande Panda contra o Fiat Mobi, é o conjunto mecânico. Desde o pacote de entrada, oferece motor 1.2 turbo de três cilindros que desenvolve 100 cv de potência e 10,5 kgfm de torque, atrelado a um conjunto elétrico de 48 Volts. Seu câmbio é automatizado de dupla embreagem e seis marchas.
Carro híbrido leve: como funcionam e qual é a diferença?
Conjunto de 48 V é semelhante ao que será adotado no Jeep Compass em breve
Divulgação
Tal configuração jamais faria sentido em um carro básico no Brasil. Por aqui, modelos de entrada trazem, impreterivelmente, a combinação do motor 1.0 aspirado com câmbio manual de cinco marchas. No caso do Mobi, são 71 cv e 9,3 kgfm.
É inusitado para nós, brasileiros imaginar que um carro como a configuração mais barata do Grande Panda exista. Ele tem conjunto híbrido, câmbio automático, painel digital e freio de estacionamento eletrônico, mas abdica as rodas com calotas e a central multimídia, itens que seriam indispensáveis no Brasil. Não deixa de ser um choque cultural.
Isso porque o cliente europeu muitas vezes não se importa com itens que são praticamente obrigatórios no Brasil. É normal encontrar carros de marcas premium com rodas de calotas, bancos de tecido, rádio simples e painel analógico. O brasileiro dá mais valor para certos itens, principalmente relacionados à conectividade. Talvez isso até explique os preços cada vez mais altos.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Mais Lidas
Fonte: Read More