A passagem aérea ficou 3,65% mais barata em novembro. No entanto, os aumentos na gasolina, na energia elétrica e nos alimentos puxaram o ranking de principais pressões sobre a inflação no varejo medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de novembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) saiu de uma alta de 0,69% em outubro para uma elevação de 0,57% em novembro.
Duas das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas: Educação, Leitura e Recreação (de 3,07% em outubro para -0,74% em novembro) e Habitação (de 0,58% para 0,43%). Houve influência dos itens: passagem aérea (de 14,06% para -3,65%) e taxa de água e esgoto residencial (de 3,35% para 0,76%).
Na direção oposta, as taxas foram mais elevadas nos grupos Transportes (de -0,19% para 0,92%), Alimentação (de 0,74% para 1,06%), Comunicação (de -0,73% para -0,35%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,85% para 0,89%), Vestuário (de 0,73% para 0,76%) e Despesas Diversas (de 0,19% para 0,20%). Os resultados foram impactados pelos itens: gasolina (de -1,44% para 2,28%), hortaliças e legumes (de 8,56% para 11,45%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de -1,86% para -0,53%), serviços de cuidados pessoais (de 0,35% para 0,48%), calçados (de 0,16% para 0,66%) e serviço religioso e funerário (de -0,08% para 0,41%).
O núcleo do IPC-DI passou de 0,30% em outubro para elevação de 0,27% em novembro. Dos 85 itens componentes do IPC, 37 foram excluídos do cálculo do núcleo. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumentos de preços, passou de 62,58% para 67,42% no mês passado.
Construção
Os aumentos de custos tanto dos materiais de construção quanto da mão de obra aceleraram a inflação do setor no IGP-DI de novembro, informou a FGV. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) passou de um avanço de 0,12% em outubro para uma elevação de 0,36% no mês passado.
O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de um recuo de 0,02% em outubro para uma alta de 0,14% em novembro. O custo dos Materiais e Equipamentos passou de uma redução de 0,09% em outubro para aumento de 0,15% em novembro, enquanto os Serviços saíram de alta de 0,36% para elevação de 0,10%.
Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de aumento de 0,27% em outubro para elevação de 0,59% em novembro.
Atacado
A queda menos intensa no preço do minério de ferro e a alta na cotação da soja desaceleraram a magnitude da deflação no atacado medida pelo IGP-DI de novembro – que saiu de uma queda de 0,62% em outubro para um recuo de 0,18% em novembro. Com este resultado, o índice acumulou avanço de 6,02% em 12 meses.
“A queda menos intensa no preço do minério de ferro (de -5,01% para -1,17%) e aumento do preço da soja (de -0,51% para 1,29%) justificam a aceleração registrada pelo índice ao produtor. No âmbito do consumidor, a contribuição para a desaceleração partiu de passagens aéreas, cujos preços apresentaram forte recuo, passando de 14,06% para -3,65%”, afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), em nota oficial.
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