Stellantis diz que estudos já existem e decisão depende das vendas dos modelos com o motor 2.0 turbo de 272 cv de potência O Jeep Compass 2025 acaba de ser lançado e a principal novidade é a chegada do motor Hurricane 2.0 turbo de 272 cv de potência já usado na Ram Rampage. O upgrade no conjunto mecânico veio acompanhado do simbólico título de SUV médio mais rápido do país, com aceleração de 0 a 100 km/h em 6,3 segundos. O único porém é que esse motor só pode ser abastecido com gasolina. Ao menos por enquanto.
Saiba-mais taboola
Autoesporte apurou com exclusividade que a Stellantis (dona das marcas Jeep e Ram) já faz estudos para tornar bicombustível o Hurricane 2.0 turbo.
“Sempre estudamos e trabalhamos no desenvolvimento de motores flex. A questão é se o volume justifica. Temos que ver como serão as vendas”, disse Marcio Tonani, vice-presidente de desenvolvimento de produtos da Stellantis na América do Sul.
Motor 2.0 turbo de Compass e Rampage é feito na Itália
Divulgação
A decisão final será tomada de acordo com o desempenho das vendas dos modelos que recebem esse motor. Até então, apenas o volume de vendas Rampage não justificaria o investimento. Com a adição do Compass (e eventualmente outros produtos), a conta pode fechar. Atualmente, o SUV médio tem emplacamentos na casa das 4 mil unidades mensais.
+ Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte.
Considerando a estimativa da própria Jeep de que o Hurricane vá representar 20% das vendas, seriam cerca de 800 carros com esse motor.
No caso da Rampage, a porcentagem é maior. Segundo a Jato do Brasil, entre janeiro e março, 42,6% das picapes vendidas saíram de fábrica com o motor 2.0. Projetando a média mensal de emplacamentos de 2 mil exemplares, estamos falando de mais 800 veículos podendo receber motor flex, alcançando expressivas 1.600 unidades mensais de demanda.
Jeep Compass acaba de receber motor 2.0 turbo
Divulgação
Tonani, porém, não revelou qual é o “número mágico” para viabilizar a transformação do motor a gasolina em flex.
Motor importado
Essa decisão também tem a ver com um fator logístico. Apesar de a engenharia brasileira ter larga experiência em adaptar motores a gasolina para serem abastecidos com qualquer porcentagem de etanol, o 2.0 turbo da família Hurricane é produzido na Itália, o que dificulta a operação.
Por outro lado, a legislação brasileira estabelece que a gasolina tenha 27,5% de etanol anidro (a proposta para aumentar para até 35% ainda não foi aprovada). Ou seja, modificações já são necessárias apenas para homologar um motor como esse, aceitando a gasolina “temperada” com etanol brasileira. O processo para transformar o motor em flex seria uma segunda etapa.
Caso as vendas justifiquem a operação, podemos esperar que o Hurricane se torne flex apenas em uma mudança de ano/modelo. Para a Stellantis, a vantagem dessa manobra seria pagar um IPI menor para os veículos equipados com o motor Hurricane. A adição de um sistema híbrido leve para melhorar os números de consumo também pode estar no radar.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Mais Lidas
Fonte: Read More