Stellantis negocia fabricar veículos elétricos da Leapmotor no país; complexos de Goiana e Porto Real são as opções Após escolher Zaragoza (Espanha) para produzir veículos da sócia Leapmotor na Europa, a Stellantis move seus tentáculos a fim de definir onde produzirá os carros elétricos da marca de origem chinesa no Brasil. Autoesporte apurou que as conversas para se chegar a um consenso seguem a pleno vapor – e devem se intensificar nos próximos meses. E são três principais pilares que vão definir essa nacionalização.
Inicialmente, a prioridade da Leapmotor International, joint venture entre Stellantis e Leapmotor, era estabelecer um local de produção na Europa. Como revelado pela agência Reuters e confirmado por Autoesporte, a planta de Zaragoza foi escolhida especialmente pelo custo da mão de obra, que é mais em conta do que em outros países do continente.
No entanto, também pesou na escolha a existência prévia de uma linha dedicada a EVs, bem como o investimento de até 4,1 bilhões de euros em uma fábrica de baterias de fosfato de ferro-lítio (LFP) – por meio de parceria 50/50 com a gigante chinesa CATL.
Leapmotor B10 será feito na Espanha e poderá ser produzido no Brasil
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Com a situação na Europa resolvida, Stellantis e Leapmotor agora olham com mais cuidado para a América Latina, outro mercado considerado fundamental para o sucesso da marca chinesa. Fontes, inclusive, já garantem à Autoesporte que haverá produção local. Isso porque as empresas creem que apenas assim serão capazes de escalar o negócio.
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Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis América do Sul, em coletiva realizada em janeiro passado, já havia comentado sobre a possibilidade. “A operação [da Leapmotor] irá começar com carros importados, mas dificilmente creio que teremos crescimento sem a localização dos nossos produtos. Estamos trabalhando em várias frentes para isso”, disse à época o executivo.
Onde será a fábrica da Leapmotor no Brasil?
Para definir quando e onde será essa produção nacional, três fatores são fundamentais. O primeiro deles é que a produção local, segundo fontes, ainda está atrelada ao volume e, por conseguinte, ao segundo motivo: a aceitação da marca Leapmotor no Brasil.
A última questão é que a Stellantis já avalia qual de suas fábricas no país poderá receber a operação. A princípio, a fabricante de maior operação no Brasil tinha maior preferência pela unidade de Porto Real (RJ). Fontes, contudo, apontam a unidade de Goiana (PE) como a favorita, por ora, a receber a Leapmotor.
Fábrica da Stellantis em Goiana (PE) poderá ser a “casa” dos produtos da Leapmotor no país
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Trata-se de uma fábrica mais moderna, com capacidade para absorver tal operação. E mais: os chineses, especialmente, veem nos incentivos concedidos na Região Nordeste como ponto crucial em sua estratégia, a fim de combater a rival BYD – esta, por sua vez, instalada em Camaçari (BA).
Além disso, Goiana também é favorecida por conta da logística, especialmente na seara de exportação. Caso a produção local, de fato, se torne uma realidade, os embarques dos veículos no Porto de Suape seriam um facilitador. Até mesmo porque, o objetivo, evidentemente, é tornar o Brasil no principal hub do continente.
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Além disso, interlocutores indicam que o país é visto como uma importante ferramenta para a Leapmotor International no futuro. Caso a operação no Brasil “vingue”, as duas parceiras podem estreitar ainda mais a sociedade em âmbito global.
E tudo isso passa ainda, claro, por investimentos. Para que a Leapmotor faça carros no país, haverá a necessidade de nova injeção de dinheiro por parte da Stellantis. A marca chinesa não se encaixa no aporte de R$ 30 bilhões anunciado pelo grupo em suas operações no Brasil.
Por fim, é importante salientar que a Stellantis também tem interesse na localização de baterias. Todavia, o grupo poderá ainda se aproveitar da já citada fábrica espanhola para suprir necessidades dos veículos elétricos da Leapmotor montados no Brasil.
Bom dizer que, por aqui, a BYD já faz baterias de fosfato de ferro-lítio (LFP) no Polo Industrial de Manaus (PIM), mas direcionadas a veículos comerciais. A BorgWarner é uma fabricante não OEM que pretende fazer o mesmo a partir de 2026.
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