SUV deixa o visual polêmico no passado e vem cheio de moral com 193 cv para enfrentar os rivais O Hyundai Creta 2025 chegou de surpresa às lojas e tem como novidade a adoção de um motor 1.6 turbo, com 193 cv e 27 kgfm, que substitui o antigo 2.0 aspirado na versão Ultimate (além do visual repaginado, é claro). Por mais que o nosso primeiro contato com o SUV — que concorre na principal categoria do Carro do Ano 2025 — tenha deixado impressões positivas, resta saber como ele se comporta contra os maiores rivais. O sarrafo está alto!
Começando pelo Volkswagen T-Cross, que foi o SUV mais vendido no Brasil em 2023 e mantém o posto neste ano, pelo menos até o último trimestre. A versão topo de linha, Highline, custa R$ 180.690 e tem motor 250 TSI (1.4 turbo flex) de 150 cv e 25,5 kgfm, associado ao câmbio automático de seis marchas.
O Honda HR-V é o modelo de menor desvalorização. A versão Advance custa R$ 190.100 e fica abaixo da Touring (R$ 201.500), com a qual compartilha o motor 1.5 DI VTEC turbo flex de 177 cv e 24,5 kgfm, com câmbio CVT que simula sete marchas.
O Jeep Renegade tem um público fiel e, até então, era o mais potente do segmento com seu motor T270 (1.3 turbo flex) de até 185 cv e 27,5 kgfm com câmbio automático de seis marchas. A versão Sahara, de R$ 173.990, foi a escolhida.
Por último, o Renault Duster é o mais simples de todos, mas tem bom custo/benefício. Seu motor 1.3 TCe, também turbo flex, foi desenvolvido junto com a Mercedes-Benz e chega a 170 cv e 27,5 kgfm, associado a um câmbio CVT que simula oito marchas. O SUV francês é representado por sua versão topo de linha, Iconic Plus, de R$ 160.090.
Será que o novo Hyundai Creta poderá desbancar os rivais no segmento mais desejado pelos brasileiros? A disputa será acirrada. Então, vamos ao que interessa!
Hyundai Creta
Visual repaginado e novo motor são a base da receita do SUV coreano. Muitos nem vão perceber que ele está na mesma geração desde 2016
Hyundai Creta Ultimate é equipado com motor 1.6 TGDi de 193 cv, e se tornou o SUV compacto mais potente do Brasil
Renato Durães/Autoesporte
Teste: novo Hyundai Creta 1.6 turbo anda mais que rivais. Mas é melhor?
O Hyundai Creta vem cheio de moral por ser o SUV compacto mais potente do Brasil. Apesar deste motor 1.6 turbo (o único apenas a gasolina neste comparativo) ter feito sua estreia no modelo, já era utilizado por aqui no Tucson. Atualmente, também equipa o Kia Sportage com conjunto híbrido leve, o que abre espaço a uma eventual eletrificação do Creta no futuro.
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Outra novidade é o câmbio automatizado de dupla embreagem com sete marchas com embreagem seca e engrenagens banhadas a óleo. Em relação ao consumo, pelo Inmetro, o novo Creta 1.6 TGDi faz 11,9 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada sempre com gasolina.
Hyundai Creta 2025 recebeu mudanças profundas no visual após ter design que dividiu opiniões da última geração
Renato Durães/Autoesporte
Sentado no banco do motorista, a altura de 19 cm em relação ao solo faz você se sentir na mesma posição do Creta anterior. Porém, basta pisar no acelerador que o incremento de 16 cv e 6,5 kgfm do 1.6 TGDi em relação ao antigo 2.0 dará as caras. O conforto continua sendo a principal característica ao volante, com boa sustentação por parte dos amortecedores.
No teste de Autoesporte realizado no Rota 127 Campo de Provas, o Creta 1.6 turbo acelerou de zero a 100 km/h em 7,5 segundos (0,3 s mais veloz que o dado oficial da fabricante, uau!). As trocas de marchas são precisas e sem trancos, exceto em retomadas a velocidades mais elevadas, o que é de se esperar de um SUV compacto.
Hyundai Creta Ultimate 1.6 TGDi 2025 oferece painel de instrumentos digital e central multimídia integrados
Renato Durães/Autoesporte
O novo Hyundai Creta evoluiu demais. Trocou o visual polêmico por linhas bem mais modernas e que parecem ter caído no gosto dos brasileiros. O pacote de equipamentos (veja na íntegra aqui) é bem servido e, agora amparado pelos resultados em pista, deu para sentir que o motor 1.6 turbo deu um fôlego ao modelo da marca coreana que nenhum concorrente tem.
Pontos positivos: desempenho do motor 1.6 de 193 cv e bons equipamentos de série
Ponto negativo: falta de conexão com Android Auto e Apple CarPlay sem cabo
Renault Duster
Modelo da marca francesa entra como o menos badalado neste embate, mas tem boas armas a seu favor
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Lançado em 2011, o Duster passou por várias mudanças sem trocar de plataforma. A mais significativa delas foi a chegada do motor 1.3 TCe de quatro cilindros com injeção direta, em 2022. Tal propulsor teve sua produção nacionalizada recentemente. Com ele, o Renault é uma boa opção para quem quer um SUV compacto espaçoso e robusto, com 23,7 centímetros de vão livre do solo e suspensão bem acertada para a cidade. São ótimos 2,67 metros de entre-eixos e 475 litros no porta-malas.
Como já se esperaria, até devido à idade do projeto, o Duster deixa a desejar com a simplicidade do acabamento. O painel de instrumentos, por exemplo, tem uma tela digital simples, de 3,5 polegadas e cercada por dois mostradores analógicos (velocímetro e conta-giros).
Renault Duster oferece cabine com acabamento simples, com quadro de instrumentos semidigital
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Na traseira, não há apoio de braço macio nas portas nem saída de ar-condicionado — itens presentes no Creta e nos outros três rivais. Em compensação, o Duster tem duas entradas USB-C; o Creta, por sua vez, tem apenas uma entrada, do tipo A, na fileira de trás.
O pedal sensível do acelerador, a posição alta para dirigir e as acelerações e retomadas rápidas, com torque máximo de 27,5 kgfm a 1.600 rpm, dão excelente fôlego ao Duster no dia a dia. São necessários 9,2 segundos para ir de zero a 100 km/h, de acordo com a marca francesa. Apesar desse bom desempenho, em alguns momentos parece que o motor de 162 cv com gasolina é muito forte para ele.
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Em curvas mais rápidas, o carro “canta pneu” com facilidade — algo que não acontece nos rivais. Segundo o Inmetro, com gasolina o Duster faz 10,8 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada. Com etanol, os números caem para 7,7 km/l e 8,4 km/, respectivamente. Ou seja, consumo não é o seu forte, mas um “econômetro” no sistema multimídia ajuda a dosar o pé.
Renault Duster oferece acelerações e retomadas rápidas ao condutor, mas pode “cantar pneu” em curvas mais rápidas
Renato Durães/Autoesporte
Entre os itens de série, a versão Iconic tem seis airbags, ar digital e faróis de LED. Faltam itens ADAS de segurança ativa, mas há câmera de 360 graus, embora tenha resolução bem inferior à do Creta.
Pontos positivos: desempenho do motor turbo e preço bem abaixo do dos rivais
Ponto negativo: por R$ 160 mil, dá para exigir um acabamento mais refinado
Jeep Renegade
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O auge do Renegade já passou: foi o SUV mais vendido no Brasil em 2019 e 2021, mas hoje está no sexto lugar na categoria. Quando o assunto é potência, o modelo da Stellantis é o que mais se aproxima do Creta com seus 180 cv com gasolina — 13 cv a menos que o rival. Quem já dirigiu o Renegade 1.8 EtorQ, que saiu de linha em 2022, sabe como o desempenho melhorou com a chegada do 1.3 T270 turbo flex, ainda que o SUV pese 1.476 kg na versão Sahara, apresente certo turbo lag nas retomadas e trabalhe frequentemente a rotações altas, comprometendo o consumo.
Ainda assim, o zero a 100 km/h é feito em bons 8,8 s e não dá para negar que o SUV é robusto para o dia a dia, com um acerto de suspensão confortável. Ele é o único desse grupo com arquitetura traseira independente. A versão escolhida, Sahara, é a mais cara, com tração 4×2 dianteira.
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O torque de 27,5 kgfm a 1.750 rpm dá elasticidade e, diferentemente do Duster, o Renegade não passa a sensação de ter um motor forte demais para o carro. Por outro lado, o consumo também é elevado. Com etanol, as médias são de 7,7 km/l na cidade e 9,1 km/l em rodovia. Com gasolina, saltam para 10,9 km/l e 12,7 km/l (Inmetro).
O novo Creta evoluiu muito no design externo e interno, mas nem ele nem qualquer um dos rivais tem acabamento melhor que o do Renegade com seu painel emborrachado. Porém, se você prioriza espaço, o modelo da Jeep é o que mais deixa a desejar. São 2,57 m de entre-eixos e 385 litros no porta-malas. Uma pessoa da minha altura, de 1,87 m, fica com um espaço apertado para as pernas no banco de trás, algo difícil de assimilar em um modelo desse porte.
Jeep Renegade oferece painel emborrachado desde as versões de entrada
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O apoio de braço das portas traseiras é macio e há saídas de ar e uma entrada USB do tipo A. Entre os equipamentos de série, o Renegade traz frenagem autônoma de emergência, faróis e lanternas de LED e teto solar panorâmico.
Pontos positivos: boa suspensão e um motor com ótimo fôlego para o dia a dia
Pontos negativos: consumo elevado; espaço limitado no interior e porta-malas
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Volkswagen T-Cross
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Se o Creta passou por duas revoluções visuais em apenas três anos, o T-Cross demorou mais de cinco para mudar (e bem discretamente). Mas é “o” rival a ser batido. Afinal, só no ano passado o SUV mais vendido no Brasil emplacou 72.440 unidades, sua maior marca desde o lançamento, em 2019. Neste ano, vem mantendo a liderança com o Creta logo atrás. Ou seja, mudou no auge.
Na reestilização, o T-Cross perdeu os faróis de neblina, mas a traseira recebeu — finalmente — lanternas de LED interligadas por uma barra iluminada. A versão topo de linha, Highline, tem um dos melhores motores entre os SUVs, ainda que seja o mais antigo e o menos potente dos cinco. O torque de 25,5 kgfm a 1.500 rpm dá ótimo fôlego para um carro que pesa só 1.305 kg — 171 kg a menos que o Renegade Sahara e exatos 50 kg a menos que o Creta Ultimate 1.6 TGDi.
Volkswagen T-Cross 2025 passou por reestilização discreta e ainda é líder entre os SUVs compactos mais vendidos
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Por isso, sua marca de zero a 100 km/h é feita em 8,6 segundos, 0,1 s a menos do que o Jeep, embora ainda acima dos 7,8 s do Hyundai. O banco do motorista deixa a posição de dirigir ereta e o ajuste de suspensão é mais firme e duro, mas não a ponto de comprometer o conforto. Em relação ao consumo, os números do Inmetro são: 8,1 km/l na cidade e 9,8 km/l na estrada com etanol e 11,6 km/l e 14,3 km/l com gasolina.
Nesse grupo, o T-Cross é o SUV que tem menos robustez, o que menos passa sensação de imponência e o de acabamento mais simples. Por outro lado, conquista pelo design sóbrio e acertado e pela agilidade no trânsito. O bom aproveitamento de espaço é outro ponto positivo: são 420 litros no porta-malas e 2,65 m de entre-eixos.
Central multimídia VW Play do T-Cross é rápida, intuitiva e tem Android Auto e Apple CarPlay sem fio
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Esticar as pernas no banco de trás não é problema. Há duas saídas de ar traseiras e duas entradas USB-C. Entre os principais itens de série na versão Highline estão: seis airbags, frenagem automática de emergência, carregador de celular por indução, ar digital e faróis e lanternas de LED.
Pontos positivos: desempenho ágil e aproveitamento de espaço excelente
Ponto negativo: acabamento muito simples para um carro de R$ 180 mil
Honda HR-V
Modelo japonês custa caro, mas entrega mecânica confiável e desvalorização bem menor que a dos rivais
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Apesar de ser o mais caro de todos neste comparativo — é o único a aparecer em versão intermediária —, o HR-V tem boa vantagem sobre os rivais na desvalorização. O Qual Comprar 2024 indicou, em parceria com a Mobiauto, que o HR-V apresenta desvalorização de apenas 2,6% após um ano de uso, enquanto os rivais têm números bem maiores: T-Cross, 10,5%; Renegade, 16,9%; Duster, 10,2%; no caso do Creta, 9,6% para o modelo pré-reestilização.
O SUV japonês possui 2,61 m de entre-eixos e consegue ter um espaço no banco de trás melhor que o do Duster. O segredo? A Honda fez os bancos dianteiros confortáveis e sem exagero de preenchimento interno. Isso faz com que o espaço para os joelhos seja bastante bom para quem está no assento traseiro. Como itens de conforto atrás, oferece duplo difusor de ar e duas entradas USB-A.
Honda HR-V participa do comparativo em versão intermediária, já que é o SUV mais caro entre os rivais
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O motor 1.5 turbo flex VTEC com injeção direta rende 177 cv e 24,5 kgfm com gasolina. Assim, o zero a 100 km/h oficial é feito em 8,9 s. O consumo (Inmetro) é de 8 km/l na cidade e 9,2 km/l na rodovia com etanol; com gasolina, chega a 11,4 km/l e 13,1 km/l, respectivamente.
A suspensão do HR-V é mais rígida, como a do VW T-Cross, só que tem um ajuste mais refinado do que o do Volkswagen, gerando impactos menos “secos”. A principal crítica fica para o câmbio CVT barulhento a giros mais altos. Sorte que há borboletas atrás do volante para minimizar esse problema. O porta-malas de 354 litros também fica abaixo da média e nessa versão não é elétrico.
Honda HR-V oferece central multimídia na cabine, mas esta é mais “conservadora” que as demais neste comparativo
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Além do bom desempenho, o HR-V é muito bem servido em segurança, com ACC, frenagem de emergência com detecção de pedestres e ciclistas e assistente de faixa. Tem câmera de ponto cego só do lado direito e a imagem aparece na central multimídia; o Creta tem dos dois lados e mostra a imagem no painel de instrumentos. O sistema de entretenimento muito conservador é outro ponto abaixo dos rivais.
Pontos positivos: espaço na cabine, nível de segurança e baixa desvalorização
Pontos negativos: porta-malas poderia ser maior e o câmbio emite muito ruído
Honda HR-V fica mais caro e preço passa de R$ 200 mil
Vencedor: Honda HR-V
Honda HR-V é vencedor de comparativo com Creta, Duster, Renegade e T-Cross
Renato Durães/Autoesporte
A vitória foi no aperto. As notas da cesta de peças (veja abaixo) não foram consideradas na soma para sermos justos com o novo Creta. Porém, embora seja o modelo mais caro deste comparativo, o HR-V teve dois fatores que pesaram muito para sua vitória: o pacote de segurança e a baixa desvalorização, que a longo prazo compensa o preço elevado. Além disso, o SUV da Honda tem ótimos desempenho e nível de conforto.
O números falam
Autoesporte realizou testes instrumentados em todos os SUVs em pista. Veja os resultados abaixo:
Teste instrumentado: Autoesporte
Compare os dados técnicos, itens de série e notas do novo Creta com os de seus rivais
Seu bolso
*Autoesporte considerou o Creta pré-reestilização nos critérios de revisões, desvalorização, seguro e garantia para ter uma base de custos
** O consumo de todos é calculado em gasolina, segundo o Inmetro
***A Volkswagen oferece as três primeiras revisões básicas do T-Cross grátis, mas cobra por itens extras considerados essenciais para a manutenção da garantia
Cesta de peças: retrovisor direito, farol direito, para-choque dianteiro, lanterna traseira direita, filtro de ar (elemento), filtro de ar do motor, jogo de quatro amortecedores, pastilhas de freio dianteiras, filtro de óleo do motor e filtro de combustível (se aplicável)
Seguro: o valor é uma média entre as cotações para homem e mulher da Minuto Seguros, com base no perfil padrão de Autoesporte, sem bônus
Dados da montadora
Itens
Notas
Zero a 100 km/h e dados de pista
Veja o tempo que os SUVs Hyundai Creta, VW T-Cross, Jeep Renegade, Honda HR-V e Renault Duster levam para ir de 0 a 100 km/h
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