Taxa básica de juros subiu para 13,25% em 2025; especialista revela dicas valiosas antes da compra O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) aumentou a Selic para 13,25% na última quarta-feira (29), representando acréscimo de um ponto percentual na taxa básica de juros da economia brasileira. A decisão unânime tem o objetivo de conter o avanço da inflação, mas vai impactar diretamente no acesso ao crédito para o financiamento de um carro.
Em 2024, o mercado automotivo brasileiro cresceu 14%, bem acima da média global de vendas de veículos zero-quilômetro, que ficou na casa de 2%. Muito desse aumento na procura se deve ao acesso mais facilitado ao financiamento, realidade que deve mudar um pouco com a nova realidade dos juros brasileiros em 2025.
Para quem pretende comprar um automóvel, a alta na Selic tem impacto direto. É o que disse a consultora de finanças pessoais Paula Bazzo em entrevista para a Autoesporte. A especialista explicou os motivos que levaram o Copom à decisão e deu dicas aos leitores que pretendem comprar um carro novo após a alta.
Alta dos juros vai dificultar o acesso a crédito para financiamento
“Existem dois motivos principais para a alta na Selic neste começo de ano. Primeiro, trata-se de uma iniciativa de gestão fiscal, pois o risco de endividamento também está alto […]. Para liberar crédito, os bancos acabam elevando os juros”, explicou Paula Bazzo.
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“Também observamos que a inflação começa a tomar corpo. Elevar a taxa de juros é uma ferramenta de controle. Funciona como uma contenção de risco fiscal”, continua. “Quando a Selic aumenta, as taxas de empréstimo e financiamento também sobem”. Consequentemente, os índices de aprovação de crédito tendem a cair.
Como planejar a compra de um carro após a alta da Selic?
Apetite ao risco das instituições financeiras diminuiu em 2025
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A consultora de finanças pessoais diz que o acesso limitado ao crédito pode se refletir na redução da demanda por financiamentos. “Até por isso, as concessionárias criaram instituições de pagamento próprias para se blindarem das taxas mais altas dos bancos”, disse.
Em dezembro de 2024, a taxa anual cobrada pela Caixa Econômica Federal para financiamento de um carro foi de 25,86%. No Banco do Brasil, eram cobrados 26,41%. Já os bancos vinculados a marcas de carros têm taxas menores (Stellantis, 18,40%; Volkswagen, 18,51%; Hyundai, 15,25%). Dessa forma, as concessionárias proporcionam taxas mais competitivas.
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Ainda segundo Bazzo, quem pretende comprar um carro em 2025 e não quer pagar mais juros (e, claro, está com a saúde financeira em dia) pode elevar o valor da entrada, pois os juros incidem apenas no saldo devedor. “Quem não estiver com pressa para trocar de carro também pode aplicar o valor mensal da parcela [em investimentos] pelo período de dois anos. Ao fim deste período, não será necessário financiar”, afirmou.
Para os leitores com o bolso mais curto, a recomendação é considerar a compra de um carro de valor inferior. “O mercado de usados é repleto de opções confiáveis, seguras e econômicas. Pode ser a solução para quem está com pouco dinheiro em caixa e não quer pagar altas taxas de financiamento”.
Impacto não incide apenas sobre o financiamento
Seguro, IPVA e outras despesas devem ser consideradas
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Por fim, a especialista faz um alerta: o valor de um carro financiado não é o único ponto que exige cautela neste período. “O motorista deve considerar todos os gastos de um automóvel: IPVA, seguro, manutenção, pneus e combustível. Assim, evitará cenários de instabilidade financeira com um planejamento mais estruturado”, finalizou a especialista.
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