Velocidade, ar-condicionado, modo de dirigir, peso desnecessário e calibragem dos pneus são fatores que alteram o consumo de um carro O preço do litro da gasolina no Brasil praticamente obriga os motoristas a encontrarem soluções para economizar combustível. No entanto, a tarefa de obter o máximo de desempenho de um carro para garantir que um veículo seja menos beberrão está longe de ser fácil.
É exatamente por esse motivo que a Autoesporte foi até o campo de provas da GM, em Indaiatuba (SP), para tentar responder à uma série de perguntas relacionadas ao consumo de combustível e ao comportamento dos condutores.
Acompanhados por nossos jornalistas e pela engenharia da Chevrolet, cinco testes foram realizados com dois cobaias: o Onix Plus, um dos carros mais econômicos à venda no Brasil, e o Tracker.
Veja também
TESTE 1: Qual é a velocidade mais econômica?
No primeiro teste, os pilotos da GM simularam o consumo rodoviário em velocidades de 60 km/h a 140 km/h, com intervalos de 20 km/h. Para eliminar variáveis, essa avaliação foi feita em um percurso circular que replica uma reta infinita. Isso significa que consideramos uma velocidade constante e uma pista sem subidas ou descidas.
Assim, descobrimos que a velocidade mais econômica é também a menor. A 60 km/h, o Chevrolet Onix Plus registrou impressionantes 30,7 km/l. Mas é claro que dirigir em uma condição como essa acaba sacrificando o tempo de viagem.
Com uma velocidade constante de 60 km/h, o Chevrolet Onix Plus faz 30,7 km/l
Autoesporte
O gráfico abaixo mostra como a velocidade interfere no tempo gasto para completar uma viagem de 200 quilômetros. Por isso, o melhor equilíbrio entre consumo e tempo é dirigir a 100 km/h. Nessa condição, foram 22,4 litros de gasolina, R$ 67 e 1h40.
Se o motorista optar por acelerar a 120 km/h, o limite máximo permitido nas rodovias brasileiras, o tempo seria reduzido em apenas 20 minutos e o gasto adicional seria de 4,3 litros, o equivalente a R$ 16 na época do teste.
É preciso considerar o risco das estradas antes de exceder o limite de velocidade estabelecido por lei
Autoesporte
TESTE 2: Ar ligado ou janela aberta?
O segundo teste foi feito para mostrar se um dos maiores mitos se confirma. Será que rodar com ar-condicionado ligado realmente deixa o carro mais beberrão? Se sim, quanto?
Para isso, fizemos três voltas de controle a 100 km/h com o Chevrolet Tracker. O consumo com as janelas fechadas foi de 18,6 km/l. Em seguida, só com a janela dianteira aberta, o rendimento já caiu para 18 km/l.
Por fim, no último teste, com o ar-condicionado gelando a cabine, o registro foi de 17,4 km/l. Ou seja, a diferença de custo é bem pequena. Se você optar por não ficar com vento no rosto, o acréscimo é de R$ 2,27 a cada 100 km.
Vento na cara ou vento gelado?
TESTE 3: O modo de dirigir faz diferença?
O terceiro teste foi realizado para descobrir se adotar uma postura mais calma ao volante faz diferença no consumo. Para isso, levamos o Tracker 1.0 turbo em um circuito que simula o trânsito das grandes cidades. São diversas marcações na pista que obrigam o condutor a parar, voltar a acelerar e ainda dirigir em velocidades entre 8 km/h e 50 km/h.
A pista City Traffic simula um trajeto urbano, onde se roda em baixa velocidade. Há pontos fixos para trocas de marcha e paradas em todo o traçado
Renan Sesicki
Em uma primeira simulação, respeitamos os pedidos da pista, mas fizemos acelerações progressivas e antecipamos frenagens. Depois, passamos pelo mesmo trecho acelerando mais e freando mais forte nas paradas.
Em um comportamento mais progressivo, o SUV da Chevrolet fez 13,1 km/l na pista. Por outro lado, o consumo caiu para 11 km/l em uma condução mais agressiva. Levando em consideração aqueles 15 mil km rodados em um ano, a diferença de gastos chega a R$ 1.658. Veja abaixo:
Temperamento importa
TESTE 4: Carregar peso faz o carro gastar mais?
Será que rodar com peso adicional no porta-malas faz um veículo ser menos econômico? Para responder à essa pergunta fizemos um trajeto sem carga, apenas com o motorista no Onix Plus, e outro percurso utilizando a capacidade máxima do carro (350 kg).
Nesse caso, a diferença é bem significativa. De acordo com a GM, o consumo sobe 1% a cada 35 kg extras. A prova disso está nos registros do sedã.
Só com o motorista, o consumo foi de 13,1 km/l. Com carga máxima, o sedã marcou 9,6 km/l. Isso significa que você pode gastar mais de R$ 3.330 em um ano rodando com peso desnecessário.
Seja fitness ao dirigir
TESTE 5: Pneu descalibrado aumenta o consumo?
Por fim, o último e não menos importante teste foi feito para descobrir se a calibragem dos pneus altera o consumo de combustível de um carro.
Dirigir com pneu descalibrado ainda reduz vida útil dos componentes
Divulgação
Para isso, começamos avaliando quanto o Onix Plus gasta com a condição ideal e recomendada de 35 psi. Depois, utilizando os mesmos parâmetros, mas reduzimos a pressão dos compostos para 20 psi.
Nesse caso, a diferença anual é baixa e de pouco mais de R$ 100. No entanto, o mais importante aqui é a segurança, já que existem riscos em rodar com a calibragem abaixa do recomendado.
O risco da pouca pressão
Quanto é possível economizar?
Depois de todos os testes, percebemos que é possível economizar um bom dinheiro com algumas mudanças de hábitos ao volante. Se você optar por ter uma postura mais progressiva ao dirigir, não carregar peso desnecessário e calibrar os pneus da forma correta, saiba que no final de um ano a sua economia pode ser de mais de R$ 5 mil.
Quanto custa ser vacilão?
5 dicas para economizar combustível em qualquer situação
Cuidado com o pé direito: Acelere progressivamente, apenas o necessário, e tenha calma para acompanhar o tráfego. Ao antecipar paradas você gasta menos.
Siga as manutenções previstas no manual: Conserve o veículo em condições perfeitas de rodagem. Manutenções preventiva e preditiva ajudam a manter o consumo baixo.
Não leve peso para passear: Não carregue volumes desnecessários. Peso extra gera mais despesas a longo prazo. A cada 35 kg adicionais, o consumo aumenta em 1%.
Fique de olho na aerodinâmica: Evite enfeites bobos, como adornos na antena de teto, e acessórios sem uso, como rack e bagageiros. Até rodas erradas podem piorar o gasto.
Mude seus hábitos ao volante: Não use recursos à toa, como ligar o farol de neblina para dar efeito estético. Acessórios elétricos usam a energia produzida pelo motor.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Mais Lidas
Fonte: Read More