As enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul recentemente causaram danos materiais e imateriais significativos, inclusive no mercado de seguros.
Aliás, o aumento da frequência e da intensidade de desastres naturais devido às mudanças climáticas está forçando as seguradoras a reavaliarem seus riscos e a ajustar suas estratégias de precificação.
Estima-se que mais de 200 mil veículos foram danificados apenas no estado gaúcho, com prejuízos calculados em aproximadamente R$ 8 bilhões.
Muitos desses veículos estavam sem seguro adequado contra alagamentos, o que agrava ainda mais a situação para seus proprietários e para as empresas afetadas, como as locadoras de automóveis.
Como resultado direto das enchentes, espera-se um aumento generalizado das apólices de seguros em todo o país. Isso ocorre porque as seguradoras precisam ajustar seus prêmios para refletir o aumento do risco climático e garantir sua sustentabilidade a longo prazo.
Especialistas do setor alertam que não há mágica nesse processo, e que as seguradoras precisam equilibrar cuidadosamente o preço das apólices com a capacidade de pagar sinistros sem comprometer sua solvência.
De acordo com a especialista em seguro automotivo do Grupo Sentinela, Adriane Aranha, já se observa esse reajuste nos seguros dos clientes localizados no Espírito Santo. “É natural que tenhamos um aumento nos valores em praticamente todos os tipos de seguros, pois as seguradoras precisam se reorganizar não só para atender ao Rio Grande do Sul, mas também outros sinistros”.
Nesse contexto vale ressaltar que mais de 95% das carteiras de seguros no Brasil são resseguradas, o que significa que as seguradoras transferem parte do risco para empresas resseguradoras globais, como IRB, Munich Re, Swiss Re e Hannover Re.
Essas empresas, por sua vez, repassam os aumentos de custo às seguradoras locais, que distribuem o impacto por todo o seu portfólio de seguros, incluindo seguros automotivos, residenciais, de vida, patrimoniais e operacionais.
E a previsão é que eventos climáticos extremos se tornem mais frequentes e intensos no Brasil, o que coloca um desafio adicional para o setor de seguros. A necessidade de adaptação às mudanças climáticas será crucial para a sustentabilidade das seguradoras e para a proteção financeira dos brasileiros.
Ainda nesse contexto, um alerta importante da especialista é dado às pessoas que não tem seguro. “Infelizmente, muitos consideram o seguro algo desnecessário. Mas sabemos que em casos como o vivido pelos gaúchos, o seguro ajudará na recuperação de diversos bens, inclusive para empresas. E como não temos conhecimento sobre o dia de amanhã, o melhor é investir em um seguro”, orienta Adriane.
Outro ponto de atenção aos segurados se refere a imprudência, que é diferente do ocorrido no sul do país. A seguradora não se responsabiliza pelos danos em que o motorista, de forma imprudente, assume o risco de causar danos ao veículo, durante alagamentos, enchentes, chuvas de granizo, entre outras situações.
“Quando o proprietário do veículo se arrisca durante estes eventos, a seguradora pode alegar que o dano foi causado pelo próprio condutor, e, desta forma, se recusar a pagar a indenização”, explica Adriane.
Em casos de tempestades e enchentes a orientação é dentro do possível parar por um tempo em local seguro e abrigado, tanto melhor.
Caso não haja jeito, tente se deslocar apenas até um local com menores chances de alagamento seguro e espere a chuva ceder e a água baixar.
Se a água estiver acima da metade da roda, não vale pena correr o risco. Nestas condições, além da possibilidade de estragos na mecânica e da carroceria do veículo, o risco de acidentes também cresce.
A proteção contra desastres naturais se tornará cada vez mais importante, e a conscientização sobre os riscos associados às mudanças climáticas é fundamental para a adaptação e a mitigação de futuros impactos.
Por fim, seguro não é custo, mas um investimento na proteção dos bens que você adquiriu. Te convidamos a acompanhar as atualizações sobre seguros e serviços de despachantes postados em nosso Instagram.
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