SUV mais barato do Brasil agrada pelo espaço interno generoso e amplo porta-malas, mas também é o carro novo mais lento do país Não faz muito tempo que o Citroën Basalt Feel 1.0 MT, versão mais barata do crossover da marca do grupo Stellantis, saía por menos de R$ 90 mil. Mesmo assim, ainda tem o preço como seu principal chamariz. Custa, atualmente, R$ 92.990 no esquema de venda direta da empresa e, neste cenário, se enquadra tranquilamente na lista de carros mais baratos do Brasil.
Mas será que no caso desse SUV de entrada o barato pode sair caro? Para responder tal pergunta, Autoesporte selecionou 5 razões para comprar o Citroën Basalt de entrada e 5 motivos para pensar bem antes de entrar em uma concessionária da marca.
5 motivos para comprar o Citroën Basalt
1) Cosumo de combustível
O Citroën Basalt é um carro que preza pela acessibilidade. Como não poderia deixar de ser, a fim de se encaixar na proposta, é um veículo eficiente e dono de consumo de combustível mais do que interessante. Um prato cheio para aqueles que não querem colocar o tempo todo as mãos no bolso para gastar aquele dinheirinho no posto.
Segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o Citroën Basalt Feel 1.0 MT faz 13,2 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada quando abastecido com gasolina. Já com etanol no tanque as médias ficam em 9,2 km/l para ciclo urbano e 10,1 km/l para o rodoviário. Os números já seguem as atualizações pedidas pelo Proconve L8.
Initial plugin text
No entanto, é importante frisar que Autoesporte obteve dado ainda mais interessante na estrada. Com gasolina, o crossover fez 16,3 km/l em ciclo rodoviário. De fato, não dá para reclamar da economia de combustível do Basalt de entrada.
2) Preço
O Basalt de entrada sai, como já mencionamos, por R$ 92.990. A título de comparação, o Renault Kardian equipado com câmbio manual (e motor turbo) tem preço sugerido de R$ 106.990. Dentro do grupo Stellantis, se pegarmos o Fiat Pulse como exemplo, temos a opção mais barata (embora com transmissão automático) à venda por R$ 116.990. O crossover da Citroën, portanto, também cumpre com muita dignidade sua proposta de acessibilidade neste quesito.
É também mais barato que sedãs com motor 1.0 aspirado, como Fiat Cronos (a partir de R$ 100.990), Chevrolet Onix Plus (R$ 105.490) e Hyundai HB20S (R$ 103.010)
3) Espaço interno e porta-malas
Espaço interno é farto no Citroën Basalt
Renato Durães/Autoesporte
Aqui o Basalt não economiza. Espaço interno é o que não falta no SUV da Citroën. Há conforto de sobra para os passageiros que vão no banco traseiro sem ter necessidade de prejudicar condutor e ocupante do assento dianteiro. Isso se dá muito por conta das dimensões do modelo: são 4,34 metros de comprimento e 2,64 m de entre-eixos que garantem habitáculo bem generoso.
Além disso, temos porta-malas com capacidade para 490 litros no padrão VDA. O Kardian, por exemplo, leva 385 litros — o que não é de todo ruim. Não à toa o Basalt realmente se destaca no segmento neste tópico, um de seus ases na manga.
Citroën Basalt Feel tem porta-malas com capacidade para 490 litros
Renato Durães/Autoesporte
4) Lista de equipamentos
Pega aqui comigo a visão: trata-se de um crossover que custa menos de R$ 95 mil. Parta desta premissa e se surpreenda com a lista de equipamentos do Citroën Basalt Feel 1.0 MT. É, de fato, muito boa para o preço do veículo.
Temos ar-condicionado, central multimídia de 10 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay, câmera de ré, painel de instrumentos digital de 7”, desembaçador do vidro traseiro, rodas de liga leve de 16”, retrovisores pintados de preto, vidros elétricos dianteiros e traseiros com função “one touch”, quatro airbags, assistente de partida em rampa e outras “cositas más”.
Central multimídia de 10 polegadas se faz presente no Basalt de entrada
Renato Durães/Autoesporte
5) Conjunto mecânico conhecido
O conjunto mecânico é um trunfo por já ser conhecido e ser de fácil manutenção. É fruto, claro, da sinergia entre as marcas da Stellantis — e garante ao proprietário do Citroën Basalt certa tranquilidade em caso de reparos.
Citroën Basalt Feel vem com
Renato Durães/Autoesporte
O compacto vem equipado com o motor 1.0 Firefly aspirado flex, de três cilindros em linha e seis válvulas, que rende 71 cv de potência e 10 kgfm de torque com gasolina e 75 cv de potência e 10,7 kgfm de torque com etanol no tanque. O câmbio é manual de cinco marchas.
5 motivos para pensar bem antes de comprar o Citroën Basalt
1) Carro mais lento do Brasil
Tudo bem que o conjunto mecânico é conhecido e de manutenção fácil. No entanto se mostra incapaz de empurrar a massa de 1.120 kg que compõe o Citroën Basalt de forma célere. Tanto que este é o carro zero km mais lento à venda no Brasil.
Initial plugin text
Quer uma prova? Nos testes realizados por Autoesporte, no Rota 127 Campo de Provas, o modelo levou eternos 16,9 segundos para fazer o 0 a 100 km/h. O 0 a 120 km/h, então, foi completado em intermináveis 26,2 s.
O Volkswagen Polo Track, até então dono do pior 0 a 100 km/h em nossa avaliação, levou 16,6 s para cumprir a tarefa. Além disso, aí mais para descontrair, o Porsche Taycan Turbo GT, carro mais rápido do Brasil, faz o mesmo em 2,2 s. O Basalt vai de 0 a 40 km/h em 3,9 segundos. Pois é.
Basalt pode ser espaçoso e econômico, mas é lento que só
Renato Durães/Autoesporte
2) Ergonomia
Para começo de conversa, é quase impossível encontrar a posição de dirigir adequada no Basalt. E isso vale para todas as suas versões. O motorista, mesmo que involuntariamente, se vê num posto elevado até demais — o que é prejudicial até mesmo para quem gosta desse tipo de configuração.
+ Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte
Ademais, vale ainda dizer que não há ajuste de profundidade para a coluna de direção e os botões que acionam os vidros traseiros ficam numa ingrata posição. Dificulta a vida tanto de motorista e passageiro da dianteira quanto daqueles que vão atrás e que, em tese, poderiam ser beneficiados por essa disposição.
3º) Acabamento
Beleza que este é um veículo de R$ 92.990, mas nada justifica a frugalidade da cabine do Citroën Basalt. Tudo aqui é muito, muito simples. Temos plástico (com rebarbas) em excesso, forração apenas digna dos bancos e um console central do tempo da Embrafilme (os mais velhos entenderão). A gente até entende a proposta acessível em alguns tópicos, mas neste aqui não tem como perdoar.
Interior tem visual agradável, mas excesso de plástico e console central muito simples pesam contra
Renato Durães/Autoesporte
4) Isolamento acústico
O isolamento acústico do Basalt também é um ponto a ser considerado. A experiência no habitáculo é deveras barulhenta, especialmente em rodovias, a velocidades mais elevadas. Acima de 100 km/h, a rotação do motor passa de 3.500 rpm. Para conversar, ocupantes têm de falar alto. Só assim para se manter um diálogo dentro da cabine do crossover.
5) Itens de Segurança
Aqui pesa a comparação com o Basalt comercializado na Índia. Enquanto o SUV oferece seis airbags no país asiático, o modelo fabricado em Porto Real (RJ) tem apenas quatro bolsas. Aqui temos um caso de economia desnecessária que não justifica , nem mesmo dentro do repetitivo mantra de acessibilidade da Citroën.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Mais Lidas
Fonte: Read More