Segundo presidente da marca na América Latina afirma, caminhonete terá plataforma da Saic, mas será fortemente adaptada, incluindo motorização inédita Uma das maiores preocupações da Volkswagen ao anunciar o investimento de US$ 580 milhões (R$ 3,3 bilhões) para a produção de uma segunda geração da Amarok na Argentina, a partir de 2027, foi dissociar o projeto da família Maxus da chinesa Saic, de quem a picape média sul-americana herdará a plataforma.
Conforme Autoesporte reportou em primeira mão na última sexta-feira (4), a nova Volkswagen Amarok terá como base técnica não a Maxus T90, conforme amplamente propagado pela imprensa da região, mas sim a Maxus Terron 9, uma caminhonete de porte maior que a média do segmento de picapes médias – são 5,50 metros de comprimento, contra 5,35 m da atual geração.
Entretanto, em entrevista a jornalistas brasileiros após o evento de anúncio do investimento, o presidente da Volkswagen na América Latina, Alexander Seitz, reforçou diversas vezes que a nova Amarok não será apenas uma picape Maxus rebatizada.
Volkswagen Amarok nova geração
Divulgação
“Acha que faríamos um investimento alto assim se não fosse para ter um produto inteiramente novo? Se fosse só para trocar o logotipo no volante, a grade, os amortecedores e os faróis, custaria 30 milhões [de dólares]. Nós estamos investindo 580 milhões [de dólares]. Isso mostra o nível adaptação e regionalização do projeto”, comparou.
“A plataforma será a mesma, mas mais de 50% [do projeto] será regionalizado. Não será um ‘copia e cola’. Os chineses ainda não conhecem tão bem o gosto do consumidor sul-americano, então vamos adaptar muita coisa. O consumidor local não aceita qualquer produto [no segmento de picapes médias]. Então vamos dar a ele o que ele demanda”, prosseguiu.
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Projeto regionalizado
De acordo com Seitz, a Volkswagen Amarok de segunda geração terá mudanças não apenas em visual externo e o acabamento interno, mas também vai adaptar softwares como o sistema Adas de segurança [ativa] e até a central multimídia para a realidade do consumidor da região, em especial o brasileiro. Tudo liderado pelo time de design e de engenharia da região.
Talvez a principal surpresa é que, para cumprir os parâmetros de emissões do Proconve L8, a nova Amarok deve abandonar o consagrado motor V6 com 258 cv de origem Audi, talvez o seu elemento mais cultuado. Porém, conforme sinalizou Seitz, a fabricante vai buscar manter o predicado de ter uma picape referência em desempenho na segunda geração sul-americana.
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“Sabemos que esse tema [o motor] é importante para o consumidor brasileiro. E queremos que [a nova Amarok] seja referência em potência, tecnologia e segurança. Por isso fomos muito claros nas negociações com a parceira [Saic]: ‘Vocês têm um trem de força que atenda o que precisamos? Não? Então vamos desenvolver um novo’”, declarou o executivo.
Cultuado motor V6 da atual Volkswagen Amarok deve dar lugar a uma motorização inédita a diesel e outra híbrida flex
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Motorização a diesel inédita
A afirmação deixa claro que a nova Volkswagen Amarok não deve mais usar o consagrado motor V6 da atual geração. Por outro lado, sua motorização também não deve ser o 2.5 quatro-cilindros turbodiesel de 223 cv da Maxus Terron, picape média-grande da Saic que cederá a arquitetura de chassi à nova Amarok. Ou, se for, terá o projeto profundamente modificado.
Em outro momento da conversa de mais de 40 minutos, Seitz contou que a Volkswagen está usando sua expertise de décadas no Brasil para ajudar a Saic a criar um motor “adaptado ao diesel brasileiro”. Isso dá indícios de que a Amarok de segunda geração deve manter versões com o tradicional combustível derivado do petróleo.
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Versões híbridas em estudo
Contudo, quando questionado sobre versões híbridas, o executivo afirmou que, embora um conjunto híbrido a diesel esteja em estudo, tem poucas chances de ser adotado, pois faria mais sentido apostar em configurações híbridas flex.
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“Como o [motor] elétrico já gera muita potência, [ter um híbrido a diesel] perde um pouco de sentido. Ao mesmo tempo, o consumidor do agro cada vez mais armazena etanol nas suas fazendas, além de instalar painéis solares [para recargas]. Não estou dizendo que a Amarok seguirá esse caminho, mas será que não faz mais sentido [um híbrido flex do que um híbrido a diesel]?”, analisou.
“Estamos estudando todas as possibilidades. O mais importante é que nossa picape terá uma plataforma multitração, que permite qualquer tipo de motorização”, enfatizou o presidente da Volkswagen na América Latina.
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