Grupo comemora dois anos com um lançamento por mês. E prevê avanços em novas tecnologias Um lançamento por mês, liderança em 2021 e 2022 nos mercados do Brasil e da Argentina, primeiro lugar em vendas no Chile ano passado. Esse é o balanço dos dois primeiros anos de existência da Stellantis, completados em 20 de janeiro e celebrados por Antonio Filosa, presidente do grupo para a América do Sul em um encontro virtual com jornalistas.
Animado, o executivo ressaltou o rápido crescimento da Stellantis no período (como mostra a imagem abaixo). O grupo é representado na região pelas marcas Abarth, Chrysler, Citroën, Fiat, Jeep, Peugeot e Ram. Essa última cresceu 83% no mercado em 2022, com a venda de mais de 5 mil caminhonetes: “Temos muita confiança no projeto Ram”, afirma Filosa.
Participação de mercado da Stellantis em 2022 no Brasil, Argentina e Chile
Arte Autoesporte
A divulgação dos resultados globais do grupo Stellantis está prevista para 27 de fevereiro, o que envolve as Bolsas de Valores de Paris, Milão e Nova York. Por conta disso, os executivos estão no chamado “período de silêncio”, invocado a todo momento por Filosa para não poder fazer projeções e anúncio.
Se não pode falar do futuro imediato, o executivo lembrou o programa de 43 lançamentos entre 2021 e 2025, dos quais 19 totalmente novos. Serão 19 SUVs, 9 carros de passeio, 9 vans e 8 picapes – lembrando que vários já estão no mercado. Um plano de cinco anos (este é o terceiro), que consumiu investimento de R$ 16 bilhões.
Filosa destacou também os planos estratégicos globais do grupo, que incluem o Brasil, preveem reduzir a emissão de carbono em 50% até 2030 e ser neutro até 2038. Até 2030, a Stellantis quer ser 100% elétrica na Europa, 50% nos EUA, mas.
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Essa descarbonização, diz o executivo, envolve toda a cadeia automotiva, da extração de matéria prima até a reciclagem do veículo ao fim da vida – iniciativa inédita entre as montadoras instaladas no país. “Pelo uso do etanol, o Brasil já tem hoje a equivalência da frota de carros eletrificados, emite menos CO2 na atmosfera. O país pode liderar o projeto global”, afirma Filosa.
Outro programa em que o grupo aposta é o Bio-eletro, que busca resultados a curto e médio prazos no híbrido flex com o envolvimento de parceiros: Academy (universidades), Tech (empresas) e Lab (incubadoras de startups). “As primeiras tecnologias serão geradas em Betim (MG) até fim deste ano e lançadas oportunamente; não posso detalhar por conta do período de silêncio”, disse o executivo, que negou a construção de novas fábricas: “Vamos atualizar as atuais.”
A cooperação entre as marcas alinhadas com a fusão da francesa PSA com a ítalo-americana FCA tem sido muito positiva, segundo ressaltou o presidente da Stellantis na América do Sul: “Envolve sinergias técnicas com fornecedores de negócios que saíram da Índia e vieram para o Brasil; sinergia fabril e de fornecedores para gerar mais escala e ainda as sinergias ocultas. Vamos aprofundar em motores, transmissões e plataformas”.
Antonio Filosa, presidente do grupo para a América do Sul (Foto: Divulgação)
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Filosa disse ainda que o plano é “trazer cabeças da Ásia para desenvolvimento e localizar fornecedores aqui para produção local”. E exaltou o corpo de engenheiros do grupo no país – 1.500 em Minas e 200 em Goiana (PE): “Betim está vendendo tecnologia para os EUA, Europa e outros lugares, é um dos cinco centros de engenharia do grupo”.
O executivo comentou ainda as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a intenção de reindustrializar o país: “Concordo com essa ideia, mas a Stellantis nunca deixou de investir na indústria local. 95% de nossos componentes são feitos no Brasil. Sempre incentivamos a engenharia e a industrialização daqui; nossa pauta de indústria nunca desacelerou.”
O Pulse Abarth foi lançado no Brasil no final do ano passado
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Filosa afirmou ainda que “qualquer medida que suavize a carga fiscal é boa para nós e para o consumidor”. Quanto às discussões sobre a carga tributária, “ainda não temos os detalhes e nos sentimos representados pela Anfavea. Mas é necessário investir em reforma tributária e infraestrutura logística. São Paulo tem rede rodoviária a nível da Europa e dois aeroportos, mas não é assim em todo Brasil.”
Para o executivo, a Stellantis está preparada para avançar: “Queremos bombar o sistema industrial brasileiro. Quando se fala em fábricas, temos o mesmo padrão do que se tem no exterior. O problema é da porta para fora, do ponto de vista logístico e tributário. A mão de obra no Brasil não é pior, ao contrário, é melhor, mais motivada. O que falta é arranjo tributário e logística.”
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