SUVs híbridos plug-in são os mais vendidos do Brasil e foram renovados na linha 2025. Qual leva a melhor? Pouco se falava em carros chineses no Brasil há dez anos. Acrescentando híbridos nessa busca, a conta ficava ainda menor. Hoje, a história é (bem) diferente. BYD e GWM já fazem parte das 15 marcas de veículos mais vendidas no país e são até rivais diretas por liderarem as vendas de híbridos plug-in no Brasil com o Song Plus e o Haval H6, respectivamente.
Até julho deste ano, o BYD Song Plus garantiu 11.735 emplacamentos. O GWM Haval H6 teve 8.393 registros no período. Será que os números mostram qual deles é o melhor? Como essa regra nem sempre é válida, Autoesporte coloca os chineses lado a lado para um comparativo. É hora de descobrir qual deles é o verdadeiro vencedor.
GWM Haval H6 PHEV19 e BYD Song Plus foram renovados recentemente
Murilo Góes/Autoesporte
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E não, você não está tendo um déjà-vu. A dupla realmente já foi comparada antes. Só que a concorrência nessa categoria é acirrada e as fabricantes resolveram fazer alterações em seus dois SUVs médios na linha 2025.
A BYD, por exemplo, lançou o Song Plus 2025 com um conjunto de baterias maior. Foi-se o de 8,3 kWh, veio no lugar dele um de 18,3 kWh do tipo Blade. Como consequência, o SUV ficou R$ 10 mil mais caro: R$ 239.800.
BYD Song Plus é vendido por R$ 239.800
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Isso tudo foi feito só para bater de frente com o Haval H6 PHEV, que já trazia baterias de 34 kWh. A entrega superior, no entanto, fazia o GWM ter um preço de R$ 269 mil — diferença significativa de R$ 29.200.
Como resposta, a GWM introduziu uma nova configuração intermediária na gama de seu best-seller. Trata-se do H6 PHEV19, que, como o nome já diz, traz baterias de 19 kWh e custa R$ 239 mil. Parece feito na medida para encarar o Song Plus, tanto que a diferença de valores agora é de apenas R$ 800, deixando a disputa de igual para igual.
GWM Haval H6 PHEV19 custa R$ 239 mil
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Justamente as baterias colocam os chineses em posições diferentes. Enquanto o BYD Song Plus 2025 roda 68 km apenas no modo elétrico, segundo o Inmetro, o H6 PHEV19 chega um pouco mais longe sem gastar uma gota de gasolina: 74 km. Se fosse um jogo, o árbitro marcaria ponto para a GWM.
Durante os testes, comprovamos que os dois rivais permitem ir até um pouco além desses números na vida real. Tudo depende de fatores como o estilo de condução, o relevo do trajeto (com mais subidas ou descidas) e o nível de regeneração escolhido.
BYD Song Plus e GWM Haval H6 PHEV19 são os híbridos plug-in mais vendidos do Brasil
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O BYD oferece duas opções: padrão e alto. Já o GWM tem um nível a mais, deixando a variação mais perceptível. Boa notícia, pois o condutor precisa pressionar menos vezes o pedal do freio do H6 caso escolha o nível mais alto de frenagem regenerativa. E o pedal fundo, borrachudo, é uma das características mais incômodas do H6.
Na linha 2025, o Song Plus melhorou a potência de carregamento de 3,3 kW para 6,6 kW, o que manteve em cerca de 3 horas o tempo de uma recarga completa (visto que a bateria mais que dobrou). Contudo, continua a oferecer apenas carga lenta em corrente alternada (AC). O H6 PHEV19, por sua vez, oferece carga rápida em corrente contínua (DC) a até 33 kW, para completar 80% da capacidade em apenas 28 minutos.
BYD Song Plus tem 235 cv e 40,8 kgfm de potência e torque combinados
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Próxima análise: motorização. O Song Plus 2025 mantém o conjunto híbrido com o motor 1.5 DM-i quatro-cilindros 16V aspirado a gasolina de ciclo Atkinson, que entrega 110 cv de potência e 13,8 kgfm de torque, e um motor elétrico dianteiro de 179 cv e 32,5 kgfm. São 235 cv e 40,8 kgfm de potência e torque combinados. O câmbio, chamado e-CVT, tem uma marcha física e preenche as demais relações com o motor elétrico.
Já a GWM tirou o motor elétrico traseiro e a tração integral do H6 PHEV19. O conjunto dianteiro combina a unidade 1.5 quatro-cilindros 16V turbo a gasolina, de ciclo Miller, de 150 cv e 23,4 kgfm, a um elétrico de 177 cv e 30,6 kgfm.
GWM Haval H6 PHEV19 entrega 325 cv de potência e 54 kgfm de torque
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Em relação à versão PHEV34, a potência combinada cai de 393 cv para 326 cv. O torque, de 54 kgfm, é o mesmo da versão HEV2, a única híbrida sem recarga externa do SUV. O câmbio, chamado DHT, é automatizado de dupla embreagem com duas marchas físicas, uma para médias velocidades e outra para altas. Demais relações advêm do motor elétrico.
Ainda que a potência tenha caído e mesmo pesando 100 kg a mais, o H6 PHEV19 continua mais rápido que o Song Plus, por causa dos 91 cv extras. Em nosso teste no Rota 127 Campo de Provas, o 0 a 100 km/h levou 7,7 segundos, contra 8,2 s do BYD.
Song Plus é equipado com seletor de marchas no estilo joystick; H6 PHEV19 traz sistema giratório no seletor de marchas
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Tão importante quanto acelerar é parar. E aquele que desempenha melhor esse papel é também o H6 PHEV19. Foram 46,3 metros para ir de 100 km/h até a imobilidade, contra 48,5 m do rival. Só que há um ponto negativo: como dissemos, é preciso apertar o pedal do freio do GWM com muito mais força que o do Song Plus para realizar a frenagem. Ainda assim, já são cinco a zero no placar.
O acerto da suspensão faz o BYD marcar seu primeiro ponto. A experiência a bordo é voltada ao conforto e há uma melhor filtragem das irregularidades do solo. No Haval, impactos mais fortes são sentidos na cabine.
BYD Song Plus tem acabamento com costuras laranjas
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A direção de ambos é leve, mas o H6 traz ajustes com os modos Conforto, Normal e Esportivo, o que deixa a sensação mais ao gosto do freguês. Por outro lado, o Song Plus garante um ponto extra em ruído: por ter vidro duplo e não simples, como o do GWM, seu isolamento acústico é melhor. Além disso, o H6 transmite na cabine um som similar ao que escutamos em filmes de carros do futuro.
Outro ponto vem com a posição de dirigir. Ainda que ambos tenham ajustes de altura e de profundidade da direção e elétrico dos bancos do motorista, o volante do GWM faz com que a pegada das mãos seja muito alta e desconfortável. O Song Plus reduz a desvantagem para 6 x 3.
GWM Haval H6 traz acabamento com tom de bronze exclusivo na versão PHEV19
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Usando o modo híbrido (com os dois motores em funcionamento), nossos testes apontaram 24,4 km/l de consumo na cidade e 18,2 km/l na estrada para o Song Plus. O H6 apresentou números menores: 22,7 km/l no ciclo urbano e 17,2 km/l no rodoviário. Aqui, o peso maior e a carroceria mais alta cobram a conta: 6 x 4.
No espaço interno, apesar do entre-eixos 2 cm mais longo do Song Plus, 2,76 m ante 2,74 m, três adultos viajam na segunda fileira de forma confortável nos dois SUVs. Em ambos o assoalho é praticamente plano e há saída de ar e entradas USB do tipo A nas fileiras traseiras. O porta-malas do BYD é maior, 574 litros contra 560 l do GWM, o que torna o placar mais apertado: 6 x 5.
BYD Song Plus tem entre-eixos 2 cm maior do que o do rival
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E o acabamento? O Song Plus vence também nesse cenário e empata a disputa. Traz boas texturas e encaixes, além de uma variedade de cores. O H6 não fica tão para trás, mas tem menos refinamento e aplicações mais simples. O destaque é o tom bronze exclusivo da versão PHEV19.
A análise final fica para a lista de equipamentos. Na linha 2025, o Song Plus tem central multimídia giratória maior, de 15,6 polegadas — que impressiona qualquer um. O painel de instrumentos é de 12,3”. Por outro lado, o GWM oferece telas menores: de 12,3” e de 10,25”.
Central multimídia do Song Plus é giratória e tem 15,6 polegadas; Haval H6 oferece telas menores do que as do rival, de 12,3 polegadas
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Só que ambos têm conexão com Apple CarPlay e Android Auto sem fio e funcionamento simples. O único problema da BYD é o atraso de informações na hora de usar o Waze, falha compensada pelas câmeras de 360 graus de alta qualidade — bem melhores que as do H6. A BYD vira o jogo.
A lista dos dois ainda inclui seis airbags, teto solar panorâmico, carregador de celular por indução e sistemas ativos de auxílio à condução (ADAS). Veja a lista completa no fim da página. O BYD traz aquecimento nos bancos dianteiros e faróis altos automáticos, mas o GWM se sobressai com alerta de tráfego cruzado traseiro, head-up display e distância em centímetros para os demais objetos. Tudo igual novamente: 7 x 7.
Dupla chinesa é equipada de série com teto solar panorâmico e freio de estacionamento eletrônico
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Porém, como prometi mostrar um vencedor, vamos ao critério de desempate: pontos mais relevantes. O GWM Haval H6 é um pouco mais barato, mais potente e tem recarga bem mais rápida. Há, ainda, um último detalhe: os seis anos de garantia da BYD (sendo oito anos para as baterias) não cobrem todos os itens do carro. Alguns componentes possuem cobertura menor. A da GWM é de cinco anos para o veículo inteiro, sendo oito anos para as baterias.
A vitória foi apertada. Afinal, quando se fala de GWM Haval H6 e BYD Song Plus, a disputa parece ser sempre assim: acirrada e com marcação cerrada. Mas uma coisa é certa: nem sempre o mais bem-sucedido nas vendas vence no “mano a mano”.
Vencedor: GWM Haval H6
GWM Haval H6 PHEV19 vence o comparativo
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Ainda que o BYD Song Plus seja mais econômico, tenha dirigibilidade superior e melhor acabamento, o GWM Haval H6 PHEV19 vence em quesitos relevantes do comparativo: é R$ 800 mais barato, muito mais potente, proporciona recarga da bateria em apenas 28 minutos e tem maior autonomia no modo elétrico.
Principais informações: BYD Song Plus x GWM Haval H6
*Cesta de peças: Retrovisor direito, farol direito, para-choque dianteiro, lanterna traseira direita, filtro de ar (elemento), filtro de ar do motor, jogo de quatro amortecedores, pastilhas de freio dianteiras, filtro de óleo do motor e filtro de combustível (se aplicável).
**Seguro: O valor é uma média entre as cotações das principais seguradoras do país com base no perfil padrão de Autoesporte, sem bônus.
Teste: BYD Song Plus x GWM Haval H6
Dados da montadora
Itens de série: BYD Song Plus x GWM Haval H6
Notas: BYD Song Plus x GWM Haval H6
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