Condições favoráveis no mercado internacional e matriz energética limpa do Brasil podem contribuir para produção do H2V Uma série de condições favoráveis pode tornar o Brasil líder em exportação de hidrogênio verde (H2V), que é classificado assim quando é obtido por meio de fontes renováveis. A afirmação foi feita no estudo Green Hydrogen Opportunity in Brazil, publicado em janeiro, pela Roland Berger.
A expectativa é de que o Brasil seja a referência do combustível sustentável, assim como a Arábia Saudita é no petróleo. E há algumas condições e indicam isso.
A primeira dela é da busca do Governo Federal em resgatar o protagonismo ambiental de outros tempos. O segundo cenário, que também está se confirmando, é a busca da Alemanha, principal economia europeia, pela transformação de sua matriz energia, que ainda depende muito de petróleo, gás e carvão.
Saiba mais
O terceiro ponto é mais difícil. É necessário um aumento de seis vezes no consumo global de hidrogênio, passando dos atuais 90 milhões de toneladas por ano para 527 milhões de toneladas até 2050.
Essa mudança deverá movimentar US$ 1 trilhão, enquanto o Brasil deverá gerar R$ 150 bilhões, sendo R$ 100 bilhões em exportações.
Alemanha já se programa, Brasil competitivo
Com as complicações da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Alemanha precisou acelerar a transformação da sua matriz energética. Vale ressaltar que a Rússia fornece boa parte do gás utilizado pelos alemães.
Dessa forma, a maior economia da União Europeia lançou o primeiro edital para compra de hidrogênio verde em contratos de 10 anos.
Um dos cenários favoráveis é a busca da Alemanha pela transformação de sua matriz energia, que ainda depende muito de petróleo
Getty Images
No entanto, a grande vantagem do Brasil já está no uso de energias gerada em usinas hidroelétricas, eólicas ou solares. Dessa forma, enquanto o mercado internacional tem custo entre US$ 3 e US$ 8, o Brasil flutuaria entre US$ 2,2 e US$ 5,2.
Brasil se movimento
Em julho de 2021, o Ministério de Minas e Energia (MME) lançou o Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2). O programa prevê um plano estratégico nacional para o hidrogênio. Já há uma série de estudos e iniciativas de parceria com a Alemanha para desenvolver o mercado de H2V.
O atual governo também deixou clara a importância do hidrogênio, especialmente em falas do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
O H2V é produzido com um processo químico que quebra as moléculas da água em hidrogênio e oxigênio por meio da eletricidade. Sendo assim, não há emissão de carbono.
O hidrogênio verde reduz a zero a emissão de carbono
Ansa Brasil
Em janeiro, foi lançada a primeira molécula de hidrogênio verde em grande escala na América Latina, produzida pela EDP Brasil no Complexo Pecém, no Ceará. A unidade, que recebeu investimento de R$ 42 milhões, contempla uma usina solar e módulo eletrolisador.
Com a usina piloto, o Brasil poderá estudar melhor o H2V, a cadeia produtiva do gás, modelos de negócios, entre outros. Até mesmo a indústria automotiva poderá se beneficiar e acelerar a mobilidade urbana limpa com hidrogênio.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Mais Lidas
Fonte: Read More