O mercado está há mais de um ano fechado para aberturas de capital, depois de dois anos de recordes seguidos na Bolsa brasileira, a B3. Pela primeira vez desde 1998, o País poderá fechar um ano sem registrar um único IPO (oferta inicial de ações, em inglês).
Isso não quer dizer, contudo, que o mercado esteja travado para todos: algumas empresas que já estão na Bolsa conseguiram acessar o bolso dos investidores e vender ações para captar recursos em 2022, a despeito da volatilidade que vem chacoalhando o mercado. Trata-se de um seleto grupo com histórico comprovado de crescimento.
“Foi um ano desafiador para os IPOs, em um momento pós-pandemia, com uma guerra, e isso espantou os investidores internacionais”, diz a responsável pela área de renda variável do Bradesco BBI, Claudia Mesquita. Em meio ao deserto de IPOs, foram realizadas 13 ofertas subsequentes – ou seja, de empresas que já tinham o capital aberto.
Os IPOs, contudo, sofreram um hiato, o que não acontecia havia mais de 20 anos, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No entanto, a fila de empresas que querem abrir capital é grande a partir do próximo ano, já que mais de cem empresas que chegaram a anunciar seus planos de acessar a Bolsa tiveram de colocar o projeto na gaveta por causa da maior aversão ao risco.
Para 2023, há expectativa de que empresas como a BRK Ambiental, do setor de saneamento, e a CSN Cimentos sigam com os planos de ir à Bolsa. O consenso, contudo, é de que ao menos inicialmente apenas as grandes ofertas conseguirão um espaço para lançar um IPO.
ÚLTIMA CHANCE. Para este ano, há uma única empresa ainda com planos para tentar abrir o capital, logo depois das eleições: a empresa do setor imobiliário Urca, com uma oferta avaliada em R$ 480 milhões – mas se trata de uma possibilidade remota, segundo fontes. É consenso nos bancos de investimento de que o mercado de aberturas de capital só voltará com operações bem mais vultosas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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