Unidade do sedã médio ano-modelo 1987 é toda original e está à venda com pouco mais de 60 mil km rodados Em uma época de proibição dos carros importados, desde meados dos anos 1970 até o final dos anos 1990, quem quisesse se destacar pelas ruas brasileiras, teria de recorrer aos veículos nacionais de luxo. Nesse cenário chegaram modelos que fizeram história no Brasil, como o clássico Volkswagen Santana, rival direto do Chevrolet Monza.
O Volkswagen Santana se destacava pelas linhas mais sóbrias e elegantes que as do Monza. Somada esta a outras qualidades, não demorou para que o sedã fosse eleito o Carro do Ano 1989 pela revista Autoesporte. Autoesporte achou um Santana GLS 1987 que, segundo Misael Domingos, da Padrão Misa, encontra-se em perfeitas condições, sem ter sofrido nenhum tipo de restauração.
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Volkswagen Santana GLS 1.8 AP 1987
“O nosso carrão está com apenas 61 mil km originais, a pintura não tem nenhum retoque e ainda possui o estepe e todos os vidros originais”, orgulha-se.
Oferecido por R$ 95 mil, o preço de um Polo MPI 0 km (R$ 90.990), o Santana GLS da Padrão Misa é um exemplar colecionável com direito a direção hidráulica, ar-condicionado, antena elétrica e trio elétrico em perfeito estado de funcionamento. Para os mais exigentes colecionadores, Misa frisa que o sedã acompanha manual, livretos e chave cópia originais e, claro, a placa preta de colecionador.
Primeiro Volkswagen de “luxo” no Brasil
O Volkswagen Santana chegou ao Brasil em meados de 1984, apostando em um segmento até então desconhecido para a marca, o dos sedãs de luxo. A ideia era ocupar o lugar do Passat, um fastback que não estava à altura de modelos como Chevrolet Monza, Chevrolet Opala e Ford Del Rey. O Santana trazia clara inspiração na segunda geração da versão alemã, que por lá era batizada de Passat.
Volkswagen Santana GLS 1987 à venda tem placa preta
Divulgação/Padrão Misa
No Brasil, as versões do Volkswagen Santana se limitavam a três: CS (Comfort Silver), CG (Comfort Gold) e CD (Comfort Diamond), todas com duas ou quatro portas. Quanto à motorização, todas dispunham do mesmo motor 1.8 com carburador de corpo duplo e potência de 92,4 cv (álcool).
Close no Volkswagen Santana GLS 1987 exibe uma dianteira em estado quase impecável
Divulgação/Padrão Misa
Um dos pontos mais elogiados pelos clientes do sedã da Volkswagen era, sem dúvida, o conforto e, para isso, o espaço interno favorecia o ‘pacote’. O Santana nacional de primeira geração media 4,58 metros de comprimento, 1,70 m de largura, 1.40 m de altura e 2,55 m de entre-eixos.
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O cultuado motor AP 1800 do Santana GLS 1987, que rendia 92,4 cv com etanol e tinha carburador de corpo duplo
Divulgação/Padrão Misa
Entre os itens de série, trazia regulagem de altura para o banco do motorista, vidros elétricos, antena elétrica, câmbio manual de marchas marchas (CD). Opcionalmente, oferecia câmbio automático, direção hidráulica e ar-condicionado. Como convinha a um carro de luxo da Volkswagen, as opções de cores e acabamento eram clássicas, sendo as mais populares preto, vinho, prata e dourado.
Três anos após o lançamento, a família Santana, que incluía a perua Quantum também disponível, foi renovada com para-choques mais envolventes e de plástico injetado de polipropileno. As versões passavam a ser C, CL, GL e GLS. A C era a mais simples e contava com câmbio de quatro marchas e motor a álcool, sem nenhum opcional.
Cabine do Santana GLS também está muito bem preservada
Divulgação/Padrão Misa
Esta versão “pé-de-boi” foi uma estratégia da Volkswagen para burlar o congelamento de preços do Plano Cruzado, numa alternativa de oferecer um produto mais simples pelo mesmo preço de antes.
Em 1989, chegou a clássica opção 2.0, que a marca batizou como 2000. Oferecido como opcional na versão CL, o motor AP 2000 trazia um ganho extra de 18 cv de potência e 2,1 kgfm de torque (álcool). Com 112 cv e 17,5 kgfm brutos, o sedã atingia velocidade máxima de 187 km/h e tinha uma excelente retomada.
Versão era a mais equipada da época e trazia itens como ar-condicionado, direção hidráulica e vidros dianteiros elétricos
Divulgação/Padrão Misa
Em 1990, o Santana ganhou “roupagem de gala” com a versão topo de linha Executivo ou EX. Era na verdade um GLS ainda mais requintado. Vinha somente nas cores azul Astral, vermelho Monarca e preto Ônix. Porém, o destaque mesmo ficou por conta dos 121 cv, graças à adoção da injeção multiponto analógica Bosch LE-Jetronic.
Por fora, o enorme aerofólio com luz-de-freio embutida e as belas rodas BBS raiadas de aro 14 denunciavam a série exclusiva. Completavam o visual a grade exclusiva, lanternas fumê, antena de teto, novos frisos, para-choques pintados entre outros pequenos detalhes.
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Primeiro nacional com ABS e catalisador
Com a idade avançando, no final de 1991, a Volkswagen deu ao Santana uma completa reestilização, batizada de segunda geração, com direito a ser o primeiro automóvel do Brasil a receber, como opcional, sistema de freios ABS (antiblocantes) para a versão GLS. Além disso, toda a gama ganharia o catalisador na linha 1992. Mas isso é um assunto para um próximo capítulo…
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