O primeiro veículo de passeio da GM nacional também foi o mais rápido do Brasil O Chevrolet Opala, primeiro carro de passeio da GM do Brasil, tornou-se um fenômeno durante 24 anos sem ter tido grandes revoluções mecânicas e estilísticas. Tudo era novidade, já que a fabricante, até então, só vendia no país caminhões e utilitários.
Com o mercado carente de veículos de passeio, o sedã estreou em traje de gala em resposta aos Ford Galaxie e Dodge Dart, equipados com seus poderosos motores V8. Sua primeira aparição não poderia ocorrer de outra forma a não ser durante o Salão do Automóvel de São Paulo de 1968. Imediatamente causou furor e admiração entre os visitantes.
Pouco depois, em 1970, chegou a esportiva SS (Super Sport), sempre com quatro portas. A diferença externa ficava por conta das rodas esportivas e faixas nas laterais com inscrição ‘SS’ e ‘4100’ nos para-lamas dianteiros – indicando a nova motorização 4.1 (250 pol³) de 140 cv no lugar do 3.8 (125 cv). Além disso, ainda havia outros atrativos, como o primeiro câmbio de quatro marchas no assoalho, volante de três raios entre outros detalhes.
Chevrolet Opala SS6 1977 é versão cupê do clássico equipada com motor 250-S de seis cilindros
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Já ao fim de 1971 chegou o Opala com opção de duas portas (cupê), com carroceria estilo fastback e ausência da coluna B. Estes detalhes davam um charme especial ao modelo. As janelas traseiras, por exemplo, podiam ser abertas por completo. Com o período da crise de petróleo e a consequente gasolina cada vez mais cara, em 1973 surgiria a SS4 com motor 151-S de quatro cilindros de 98 cv. Assim, o de seis cilindros passou a ser chamado de SS6.
Autoesporte achou um raro Chevrolet Opala SS cupê de 1977, todo restaurado, na bela cor amarelo Lotus, que está à venda pela GG World Premium Classic Cars. As rodas esportivas de 5 polegadas de tala, sem calotas com porcas cromadas, por gosto do dono, são “emprestadas” do modelo 1976 com pneus Wide Oval. Todos os vidros são de fábrica e a parte da tapeçaria foi refeita no padrão original – exceto os bancos em tecido que conseguiram sobreviver aos quase 50 anos de história.
Apesar de ter passado por algumas restaurações, bancos do Chevrolet Opala SS6 1977 seguem originais
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O rádio AC Delco está em pleno funcionamento. Já o painel de instrumentos é novo, e foi trocado pelo do modelo SS6, com escala até 200 km/h (visto que o exemplar é um SS4 originalmente e transformado para SS6). Com isso, o motor que equipa o modelo é o famoso 250-S, seis-cilindros, que inaugurou a série SS.
“Impecável, o carro é maravilhoso e zero de andar… O cofre do motor dispensa comentários de tão bonito que é… É um carro para participar de um concurso e sair vencedor”, comentou Alex ‘GG’ Fabiano, dono da GG World Premium Classic Cars.
Chevrolet Opala SS6 1977, na verdade, era versão SS4 transformada na mais potente ao ser equipada com propulsor 250-S
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Oferecido por R$ 380 mil, este SS da GG é um exemplar único e cada vez mais raro de ser encontrado nos dias de hoje.
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Opala SS6, o carro mais rápido fabricado no Brasil
A edição n° 177 da revista Autoesporte (agosto de 1979) deu destaque aos dois dos carros mais rápidos produzidos no Brasil na década de 1970: o Opala SS6 com motor 250-S e o Dodge Charger R/T.
No comparativo dos dois esportivos, com o SS6, o jornalista Paulo Celso Facin registrou 8,0 segundos na prova de 0 a 80 km/h e 12,3 s de 0 a 100 km/h. Nas mesmas condições, o R/T cumpriu a mesma prova em 8,2 s e 12,6 s, respectivamente, o que deu uma ligeira vantagem ao esportivo da Chevrolet.
Chevrolet Opala SS6 já encarou Dodge Charger R/T em comparativo da Revista Autoesporte, em 1979
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Na reportagem, o repórter destacou a velocidade máxima do Opala, que nesse quesito também superou o Charger: 182 km/h contra os 179 km/h.
“Já nas simulações de ultrapassagens com acelerações de retomada de velocidade feitas na mesma marcha, surgiu uma certa igualdade entre ambos, até mesmo com algumas vantagens para o R/T. Quanto aos motores, ambos são resistentes e de elevada confiabilidade, capazes de atingir uma longa vida útil. Os oito cilindros em V do Charger, com 208 cv de potência, trabalham com maior maciez e menor nível de ruído, além de suportar melhor eventuais sobrecargas do ar-condicionado. Já os seis cilindros em linha da GM, dotados de tuchos mecânicos no caso do motor 250-S, se mostram mais esportivos, mais nervosos no comando, oferecendo respostas mais adequadas à categoria”.
Painel do Chevrolet Opala SS6 1977 passou por restauração, já que antes era da configuração SS4
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No consumo, Facin também deu ligeira vantagem ao Opala SS6. Consumo este, bom frisar, compatível com a finalidade dos esportivos.
“Com média geral, pelo padrão Autoesporte, de 6,3 km/litro, o SS6 foi 5 por cento mais econômico do que o R/T, mostrando medições parciais quase sempre superiores. Apenas na verificação feita a 100 km/horários constantes é que o Charger foi superior, com 7,6 km/litro contra 7,5 do SS6. As melhores marcas de cada carro surgiram a 80 por hora em estrada pouco movimentada, quando o Opala revelou 8,9 km/litro e o Charger 8,3. A média de consumo urbano, reunindo diferentes utilizações em centro movimentado, bairros periféricos e avenidas expressas, foi de 5,6 km/litro para o SS6 e 5,3 para seu concorrente”.
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