SUV é o primeiro híbrido integral da marca no Brasil; consumo chega a 19,8 km/l na cidade O Kia Niro é o terceiro carro eletrificado que a marca lança no Brasil (depois de Stonic e Sportage), mas o primeiro híbrido full. Em português, isso significa que o SUV roda com dois motores: um elétrico e outro a combustão.
Eles trabalham juntos para gerar 141 cv e rodar até 800 km antes de reabastecer. Apesar do tanque pequeno (42 litros de gasolina), essa autonomia rodoviária (17,7 km/l) nem é o grande destaque da novidade. Em ciclo urbano, chega a 19,8 km/l, conforme avaliação do Inmetro.
SUV tem 4,42 m e vai concorrer com Jeep Compass 4xe e Toyota Corolla Cross Hybrid
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O rendimento superior dentro da cidade é melhor, pois nesta condição o motor elétrico trabalha mais. Na estrada, e em altas velocidades, o propulsor Gamma 1.6 é quem funciona por mais tempo.
O bate-bola entre os dois é automático. Ou seja, o motorista não precisa se preocupar com energia. Essa versão que chega ao Brasil não é do tipo plug-in – não carrega na tomada.
Coluna C do Kia Niro tem detalhe em tom diferente da carroceria. Capa de plástico é removível
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Na versão SX Prestige, a mais cara (que custa R$ 239.990), o motorista não precisa se preocupar nem mesmo com o câmbio. A marcha é acionada por meio de um botão giratório para acionar a ré, neutro e drive. Ao desligar o carro, nem mesmo a posição P é necessária – já que tudo é feito de forma automática.
Uma novidade é a função dupla para as borboletas atrás do volante. Quando o modo de condução ECO está acionado, o motorista pode ativar a aleta esquerda para controlar a intensidade da regeneração de energia.
Funciona assim: em descidas ou desacelerações (ao levantar o pé do acelerador), um inversor conectado às rodas dianteiras passa a gerar energia para a bateria. A intensidade desse recarregamento (em três níveis) pode ser selecionada pelo condutor. Na prática, esse aparelho funciona como uma espécie de freio-motor, só que mais intenso e ajustável.
Painel do Kia Niro tem uma moldura panorâmica que abriga duas telas de 10,25 polegadas cada
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Quando o acelerador deixa de ser pressionado, dá para sentir o carro desacelerando nos níveis mais intensos. No dia a dia, é possível conduzir o Niro praticamente sem acionar os freios regulares, de pastilha e disco. Ou seja, você gera energia e deixa de gastar com esse componente.
Console do Niro SX tem botão giratório para controlar o câmbio; versão EX conta com alavanca tradicional
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Outra peça que não precisa de atenção é a bateria auxiliar. Sabe a bateria de 12V do seu carro? Então, a bateria do Niro não precisa de substituição como nos carros que conhecemos. Trata-se de um acumulador de polímero de lítio, em vez do tradicional chumbo-ácido.
Volante do Kia Niro tem dois raios. Quem teve carro nos 80 vai lembrar do…. Passat?
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Ela tem a mesma garantia das baterias de alta tensão e evita que o motorista sofra com alguma eventual falta de energia quando, por exemplo, esquece alguma luz acesa ou passa muito tempo com o som ligado e motor desligado.
Outros híbridos da categoria
Outra diferença curiosa é a falta de engrenagens mecânicas na caixa de câmbio para a marcha à ré. Essa manobra é executada exclusivamente pelo motor elétrico, utilizado na função reversa quando o motorista engata o “R” no seletor. De acordo com a engenharia da Kia, essa providência permite o alívio de 2,3 kg apenas com a eliminação dessas peças da caixa comum.
O Niro vem recheado de praticidades que livram o motorista de algumas tarefas. Tem detector de faixas (capaz de manter o carro dentro de sua pista de rodagem), freio de emergência autônomo e controle de cruzeiro adaptativo. Ele segue o trânsito, acelerando ou freando conforme o ritmo do tráfego.
Também consegue identificar carros no ponto cego nas faixas laterais e até mesmo dá sinais no volante para que o motorista não invada a faixa do vizinho.
Apesar de seus 141 cv e 27 kgfm, considerando os números combinados de ambos os motores, desempenho não é forte do SUV. Vai de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos, segundo os dados de fábrica, mas a sensação ao volante é de letargia nas retomadas.
Rodas são de 18 polegadas. Na foto, modelo é da versão SX Prestige, topo de gama, por R$ 239.990
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Claro que o desempenho excepcional não é o principal atributo neste tipo de veículo, então o Niro compensa com um alto nível de conforto e bastante espaço na cabine.
Chama atenção o baixo ruído interno e a suavidade da suspensão em curvas. Na dianteira, é do tipo McPherson, com eixo independente multilink na traseira.
O comprimento é relativamente contido (4,42 metros), mas o entre-eixos é generoso: 2,72 m – 8 cm a mais que o de um Toyota Corolla Cross. Isso rende bom espaço nos assentos traseiros (que carregam três com conforto). Os passageiros de trás estão bem atendidos, com banco confortável, do tipo plano, com saída de ar dedicada e duas portas USB-C posicionadas no encosto dos bancos da frente.
Assentos do Niro são forrados com material feito com fibras de árvores de eucalipto
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A cabine tem um acabamento superior aos dos rivais (Volkswagen Taos e Jeep Compass) e utiliza materiais com viés ecológico. O tecido sintético utilizado nos bancos utiliza até mesmo fibras de árvores de eucalipto. Também são perfurados para favorecer o conforto térmico.
O sistema multimídia conta com uma tela de 10,25 polegadas, que fica emoldurada por uma “telona” panorâmica que se estende até o quadro de instrumentos, onde as informações também são exibidas em um display de mesmo tamanho.
Ou seja, apesar de visualmente o observador ter a impressão de que se trata de uma tela gigante, são dois monitores menores, independentes.
Bancos traseiros do Kia Niro tem espaço para três ocupantes; túnel central é baixo
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Esse pacote também é composto por uma entrada USB comum e um ponto de energia USB-C, bem como um carregador por indução na parte frontal do console, além de uma tomada veicular convencional.
A direção tem assistência elétrica, com coluna ajustável em altura e profundidade. Destaque vai para o volante de dois raios – que, no Brasil, vai ativar a memória afetiva de quem andou de Passat TS nos anos 1980.
Do lado de fora, note que a Kia, em vez de aderir à moda do teto e carroceria em dois tons, preferiu oferecer uma capa na coluna C. A peça é feita de plástico e é removível, o que permite sua pintura em cor diferente da carroceria. Trata-se de um opcional e, de fábrica, a Kia oferece 17 combinações.
Traseira exibe quatro lanternas. As superiores são para o freio. No para-choque, seta e ré
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Aliás, essa capa cobre uma passagem de ar, cujo fluxo começa na área das janelas e sai por trás das lanternas traseiras. Isso ajuda, conforme o fabricante, a reduzir o arrasto aerodinâmico. Não por menos, o coeficiente aerodinâmico (Cx) do Niro é de apenas 0,29 – o que é considerado bastante baixo para um SUV deste porte.
O visual é composto por uma assinatura de luzes bastante marcante, com uso massivo de leds. Na dianteira, os faróis são full-LED e, na traseira, utilizam lanternas segmentadas. Brake lights na parte superior, enquanto as setas, luz de posição e luz de ré ficam na parte de baixo, nas extremidades do para-choque.
O Kia Niro HEV será vendido no Brasil em duas versões. A EX, por R$ 204.990, e a SX Prestige, a R$ 239.990. Como referência, o Toyota Corolla Cross XRX Hybrid custa R$ 208.390 e o Jeep Compass 4xe, R$ 349.990. A avaliação do modelo da Jeep está aqui.
Kia Niro HEV
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