Model S Plaid e Model X Plaid recebem componentes comuns, mas trazem capa de pinças vermelhas para que consumidores pensem que são freios de alta performance Os Model S Plaid e Model X Plaid (já testado pela Autoesporte) são os carros mais potentes produzidos pela Tesla, superando os 1.000 cv. Com esses veículos, o objetivo da fabricante foi conquistar os fãs de esportivos que ainda torciam o nariz para modelos elétricos, além de pessoas que gostam de dirigir em pista e participar de arrancadas.
Devido às suas capacidades, seria presumível que a Tesla tivesse equipado a dupla com componentes de alto desempenho, como suspensão, transmissão e freios. De fato, os dois carros que levam a nomenclatura Plaid recebem desde janeiro deste ano o aviso de “pinças de freio com maior capacidade térmica” no site da marca, seja lá o que esse termo signifique, já que a marca também não fornece informações mais detalhadas.
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Ao contrário dos modelos S e X Plaid, porém, o Model Y Performance traz na página da Tesla a descrição de “freios de alta performance” entre as suas características. Porém, os clientes descobriram que a fabricante substituiu os freios mais potentes por versões normais e instalou chamativas capas de pinças vermelhas para parecer que os componentes foram desenvolvidos para modelos de alto desempenho.
Isso enfureceu muitos donos de carros da marca e gerou acusações conta a empresa, embora a desconfiança viesse há algum tempo, uma vez que os recentes cortes de preços e margens de lucro insanas impostas por Elon Musk precisassem sair de algum lugar… Agora a Tesla aparentemente vai repetir a estratégia com os Model S e Model X Plaid, que receberão uma reestilização em breve.
Cobertura vermelha normalmente usada em freios potentes é falsa nos carros da Tesla
Resprodução
A expectativa dos clientes era de que a fabricante apresentasse os carros com freios melhores nessa nova versão, com pinças de quatro ou seis pistões. Mas não é o que deve acontecer, já que todos os carros Plaid flagrados em transporte continham apenas as mesmas coberturas plásticas vermelhas sobre pinças e rotores comuns, sem qualquer indício de componentes mais potentes, assim como foi constatado no Model Y Performance no mês passado.
Consumidores alegam que, mais uma vez, a Tesla está enganando seus clientes, que acreditam estar levando para casa um carro com freios de alta performance como nos velhos tempos, mas estão comprando gato por lebre. Isso em um automóvel que parte de US$ 115 mil (R$ 592 mil na conversão direta), o que é um valor alto para os padrões norte-americanos (mais caro que Nissan GT-R, BMW X6 M ou Maserati Quattroporte, por exemplo).
Model X Plaid é visto na fábrica com as falsas coberturas das pinças dos freios
Reprodução
A fabricante, inclusive, baixou a velocidade máxima declarada dos modelos no mercado europeu de 300 km/h para 280 km/h, já que existem estradas sem limites de velocidade por lá. Pode não ser muito, mas essa seria uma demonstração de que os freios dos carros não estão preparados caso seja necessária uma eventual frenagem de emergência, mesmo tendo “capacidade térmica mais alta”.
Do outro lado, a Tesla se prepara para oferecer um kit de freios de carbono-cerâmica para sua linha Plaid. Como opcional, claro. A compra extra será necessária para “desbloquear” a real velocidade máxima do Model S Plaid divulgada pela marca, de 322 km/h, por exemplo.
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Os consumidores que quiserem realmente levar seus carros para a pista vão precisar gastar mais alguns milhares de dólares para aumentar a segurança em condições extremas. Mas mesmo que vá oferecer uma alternativa para aqueles que precisam de freios mais fortes, a imagem de marca da Tesla não sai menos manchada desse episódio.
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