Especialistas dizem que um equipamento que permite regulagens de graves, médios e agudos já melhora a experiência dos usuários A primeira dica para quem quer melhorar o som do carro é não confundir qualidade sonora com potência. Os Watts RMS de um sistema de som (potência real) estão mais relacionados ao volume, pura e simplesmente. Já a qualidade, a fidelidade de som, diz respeito ao equilíbrio entre as frequências graves, médias e agudas.
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Julio Lucchi, engenheiro elétrico e coordenador de cursos de pós-graduação do Instituto Mauá de Tecnologia, diz que o equipamento de som que vem de fábrica nos carros é, geralmente, bem satisfatório. No entanto, o engenheiro explica que a maneira mais simples e eficiente de melhorar o som automotivo é contar com os serviços de um instalador de confiança para substituir os alto-falantes.
“Os alto-falantes que vêm de série são, em geral, muito simples, com baixa eficiência e distorção alta. Assim, trocar o conjunto de falantes por unidades mais eficientes, de alta qualidade e com baixa distorção, é, na maioria das vezes, o suficiente. Sugiro abrir a carteira para comprar falantes de qualidade”, ressalta Lucchi.
Especialistas afirmam que bons alto-falantes são essenciais para melhora na qualidade do som
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De acordo com Jefferson Reis da Silva, dono da World Multimídias, em São Paulo, para ter um som legal no carro duas coisas são necessárias: um bom rádio ou central multimídia e bons alto-falantes. O empresário concorda que há melhora apenas com a troca dos falantes originais, mas indica a aquisição de uma central multimídia para elevar o nível de qualidade do som. A dica para quem quiser subir ainda mais o padrão é instalar um módulo amplificador.
“Há pessoas que gostam mais de sons agudos, outras preferem os graves. Normalmente, a substituição de um rádio original, que não tenha muita equalização, por uma central multimídia de qualidade, equipada com regulagens de graves, médios e agudos, já melhora bem o som. Então, não necessariamente é preciso trocar os alto-falantes”, diz Jefferson.
Configurações de som permitem equalização de acordo com estilo musical
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Uma opção para quem deseja uma melhora mínima que proporcione mais qualidade para ouvir música a bordo são os chamados kits. Esses conjuntos são compostos de um par de alto-falantes de 6 polegadas com duas vias, um par de twitters (para os agudos) e outro de crossovers (separam o tipo de som para o falante que vai reproduzi-lo melhor). É o suficiente para atingir frequências ainda mais altas e com mais qualidade. Os valores variam muito, dependendo da marca, do modelo e da origem – nacional ou importado.
“Nós temos kits nacionais que custam a partir de R$ 250 e importados a partir de R$ 850. Depende do que a pessoa quer, mas só com a troca da central já se tem um ganho. Aqui na loja, uma central multimídia com equalizadores gráficos custa a partir de R$ 1.200. Como curiosidade, nosso maior projeto custou R$ 20 mil: foi destinado a fechar um porta-malas com alto-falantes, cornetas, twitters, processadores de som, fonte de alimentação de tomada, bateria auxiliar e cabos. No dia a dia, entretanto, os itens mais procurados são os kits multimídia, porque todos querem ter Waze e câmera de ré”, destaca Jefferson.
Central multimídia com câmera de ré está entre os itens mais procurados por quem busca melhora no sistema de som
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Cabos também podem fazer a diferença na qualidade do som, mas Jefferson afirma que condutores de cobre comuns, de 2 milímetros ou 2,5 mm, bastam para a instalação do som no veículo. O empresário, porém, indica cabos RCA para alta performance – quando módulo e subwoofer são incluídos no projeto.
“Hoje, existem cabos RCA até com tripla blindagem, que são indicados para diminuir os ruídos do sistema quando o volume estiver alto. Nós também aplicamos uma manta dentro dos forros das portas para fazer o isolamento acústico. Isso ajuda a reduzir ruídos externos, a vibração do subwoofer, dos alto-falantes e da própria lataria do carro. Para quem ouve o som com os vidros fechados é uma experiência totalmente diferente”, diz o dono da World Multimídias.
O principal centro de comércio de produtos eletrônicos de São Paulo, a Rua Santa Ifigênia, no coração da cidade, também se rende à conectividade quando o assunto é som automotivo. “Atualmente, o que se usa em termos de som é a conectividade com aplicativos – o conceito de multimídia. São recursos de vídeo com áudio”, explica João Antunes, dono da loja W+Som.
O empresário ressalta que a parte central de um som automotivo, hoje, é a multimídia. E conta que esses equipamentos podem ser usados com falantes originais ou ainda podem receber um subwoofer para resultar em um efeito similar ao de um home theater.
Clientes têm buscado centrais com espelhamento Android Auto e Apple CarPlay
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“Com um investimento a partir de R$ 1.200 é possível montar um som completo com multimídia de 7 polegadas, espelhamento, mais quatro falantes para os espaços originais do veículo e um subwoofer conectado a um módulo mono para o porta-malas. Se a opção for por uma multimídia de 9 polegadas, com sistema Android, além de recursos e amplificadores mais potentes, o valor sobe para até R$ 4 mil ou R$ 5 mil”, diz Antunes.
Contudo, exagerar no som pode sair caro. Imagine aquele paredão cheio de cornetas e alto-falantes que você tanto admira ver em um trio elétrico berrando em um porta-malas. Saiba que, segundo o artigo 228 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), ele pode resultar em multa e dor de cabeça.
Diz o CTB: “Art. 1º – Fica proibida a utilização, em veículos de qualquer espécie, de equipamento que produza som audível pelo lado externo, independentemente do volume ou frequência, que perturbe o sossego público, nas vias terrestres abertas à circulação”. Assim, o dono do automóvel pode ser autuado por infração grave. Além da multa de R$ 195,23 e de cinco pontos na CNH, corre o risco de ter o veículo retido para regularização.
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