Piloto francês foi alvo de muitas polêmicas na temporada de 1991 ao criticar o carro publicamente diversas vezes Carros de F1 da Ferrari normalmente são vendidos por cifras astronômicas nos leilões. Dos cinco mais caros da história, quatro são da Ferrari. O recordista é um Mercedes-Benz que pertenceu a Manuel Fangio, arrematado por mais de R$ 140 milhões. Agora, uma das Ferrari mais polêmicas de todos os tempos está à venda: a que causou a demissão de Alain Prost da equipe em 1991.
Projetado pelo diretor técnico da Ferrari, Steve Nichols, e pelo designer-chefe Jean-Claude Migeot, o carro será leiloado pela Sotheby’s em Paris (França) no dia 1º de fevereiro. A expectativa é de que o martelo seja batido em 3,4 milhões de euros, ou R$ 18,9 milhões na conversão atual.
Saiba mais
Essa Ferrari 643 foi construída depois que a equipe teve vários problemas com a 642 nas seis primeiras corridas daquela temporada. Prost instaurou uma crise na equipe após criticar o carro publicamente na mídia.
“Nunca pilotei um carro tão ruim. Ontem com o tanque cheio notamos que a direção trava completamente em curvas grandes, é um problema mecânico muito sério que se agravou durante a temporada”, disparou o piloto após o GP do México, na sexta etapa da temporada de 1991.
A Ferrari 643 fez sua estreia no Grande Prêmio da França em julho de 1991
Divulgação
A Ferrari 643 fez sua estreia no Grande Prêmio da França, em julho de 1991. O chassi número 127 foi confiado ao italiano Alesi, companheiro de Prost na época, que terminou a corrida na terceira posição.
A estreia de Prost com este carro foi na corrida seguinte, durante o GP de Silverstone (Inglaterra), mas o francês amargou um sétimo lugar.
O carro tem a assinatura de Alain Prost no interior
Divulgação
O chassi 127 serviu como carro da equipe na Alemanha, Hungria e Bélgica antes de ser disputado. Após novas críticas públicas mesmo após a mudança do carro, Prost foi demitido da equipe ao final daquela temporada, na qual terminou na quinta colocação da classificação geral. O campeão foi o nosso saudoso Ayrton Senna.
O motor da Ferrari é um barulhento V12 3.5 de 710 cv a 13.800 rpm aliado a uma caixa de câmbio semiautomática de sete marchas — tecnologia pioneira da Ferrari dois anos antes.
O carro passou uma grande restauração após ser comprado por um entusiasta francês
Divulgação
Após a temporada de 1991, o chassi 127 foi totalmente reformado na fábrica de Maranello e vendido a um colecionador sul-africano. O carro passou passou ainda pela garagem de outro colecionador da África do Sul até chegar às mãos de um entusiasta alemão, em 2016.
Transmissão, suspensão, freios e motor foram restaurados pelo colecionador, que levou a Ferrari a alguns eventos públicos como o Minardi Days 2018, em Imola (Itália), e o Grande Prêmio Oldtimer de 2020, em Nürburgring (Alemanha).
Segundo a Sotheby’s, o perfil do comprador deve ser justamente alguém que queria participar de eventos históricos.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Mais Lidas
Fonte: Read More