Dólar valorizado, crise econômica e baixa aprovação do consumidor fizeram com que as montadoras dessem adeus ao mercado Fabricantes como Volkswagen, Chevrolet e Fiat, por exemplo, somam décadas de história de produção nacional e de grandes volumes de venda de carros no Brasil. Porém, não foram todas as montadoras que conseguiram a mesma façanha.
Algumas marcas, mesmo sobre a administração da Volkswagen e da Nissan, até tentaram vender no país, mas não conseguiram convencer o consumidor brasileiro e fizeram o caminho de volta para a casa pouco tempo depois. A seguir, relembre de sete fabricantes que tiveram vida curta no mercado nacional.
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MG Motors
MG Motors trouxe apenas dois veículos ao Brasil e contava com uma única concessionária no país, em São Paulo
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Muitos não lembram, mas a britânica (controlada pela chinesa SAIC) MG Motor já se aventurou no mercado brasileiro. A fabricante chegou ao Brasil pelas mãos do Grupo Forest Trade em 2011. O objetivo da marca era oferecer opções de veículos premium mais por um valor mais em conta que Audi, Mercedes-Benz e BMW – com a expectativa de vender 22 modelos diferentes e 1.500 unidades anuais.
No final, a MG lançou apenas dois veículos – o 550 e o 6 – e operava com uma única concessionária em todo o Brasil, localizada em São Paulo. Após baixa divulgação e uma fraquíssima demanda, a britânica cessou os trabalhos por aqui em 2013, dois anos depois da sua chegada.
Geely
Importado do Uruguai, o EC7 é equipado com o motor 1.8 de 130 cv e 16,7 kgfm
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Atual dona da Volvo, a Geely também se aventurou no mercado brasileiro em 2014 por meio do Grupo Gandini, que hoje opera a Kia. Na época, lançou o sedã EC7 e o hatch compacto GC2 – um dos carros mais baratos do Brasil, que custava menos de R$ 30 mil.
No início de 2016, no entanto, a montadora afirmou que entrou em comum acordo com o Grupo Gandini para suspender a operação. De acordo com a Geely, o dólar alto, a fraca demanda e a impossibilidade de trazer outros veículos ao país dificultou sua atividade. Em pouco mais de dois anos, a chinesa comercializou pouco mais de 1.000 unidades.
Dahiatsu
Dahiatsu Terios foi vendido entre 1997 e 1999 no Brasil e era equipado com o propulsor 1.3 de 82 cv e 10,8 kgfm
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A Daihatsu, marca de baixo custo adquirida pela Toyota e famosa pelos pequenos kei cars, ingressou ao Brasil em 1994, no início do plano Real.
Nessa época, importou para o Brasil modelos como o jipe Terios, o kei car Cuore, e o hatch compacto Charade. A proposta da marca, embora fosse de entrada, era oferecer veículos completos para a época, com trio elétrico, ar, direção, painel com conta-giros e marcador de temperatura, por exemplo.
No entanto, a alta do dólar no final dos anos de 1990 e as vendas inexpressivas fizeram com que a Toyota suspendesse as atividades da Daihatsu por aqui, que se despediu do mercado antes mesmo da virada do século, em 1999.
Seat
Seat Cordoba compartilha peças com Polo Classic e Santana
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A rápida passagem da espanhola SEAT pelo Brasil começou em 1995 com o sedã Córdoba. A montadora, representada pelo próprio Grupo Volkswagen, até trouxe uma gama diversificada de veículos, como o hatch Ibiza, a van Inca e a perua Córdoba Vario, todos importados da Argentina.
No entanto, os preços dos veículos eram mais caros do que os da Volkswagen, que tinha mais anos de expertise com o mercado local e confiança com o consumidor. Assim, a SEAT não empolgou os brasileiros e saiu de linha poucos anos depois, em 2002.
Infiniti
Infiniti FX35 compartilhava peças e o motor com o Nissan Murano
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A Infiniti, marca premium que foi aposta da Nissan no final dos anos 2000 no Brasil, também não conseguiu se manter aqui mesmo com a expertise da fabricante japonesa. Nesse caso, no entanto, foi um pouco diferente, visto que a Infitini não chegou a instalar operações independentes no Brasil e seus carros eram vendidos nas concessionárias da própria Nissan.
Seu maior lançamento na época foi o SUV premium FX35, que era equipado com o mesmo motor do Nissan Murano, o 3.5 V6 de 307 cv e 36 kgfm de torque.
Em 2012, a Infiniti divulgou que retornaria ao mercado nacional em 2014, desta vez com concessionárias próprias e uma operação maior. Em 2014, porém, revelou que à piora na crise econômica fez com que reavaliasse sua entrada no Brasil.
SsangYong
O Actyon sobreviveu no Brasil entre 2008 e 2012, mas a verdade é que a fabricante coreana nunca conseguiu fazer sucesso por aqui
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Se a sul-coreana Hyundai tem o carro mais vendido do Brasil e colhe bons frutos no mercado nacional, o mesmo não pode ser dito sobre sua conterrânea, a SsangYong. E olha que não foi falta de tentativa: fabricante tentou emplacar no país três vezes, entre 1995 e 1998, de 2001 a 2015 e entre 2017 e 2019.
Em sua última passagem, lançou um o SUV compacto Tivoli, na tentativa de concorrer no segmento já ascendente, com Honda HR-V, Hyundai Creta e Jeep Renegade. Além da desconfiança dos consumidores – que foram abandonados outras duas vezes -, a montadora se afundava em dívidas.
Tanto é que entrou em falência e depois de diversas negativas, foi comprada pela empresa metalúrgica KG Group. No início deste ano, a SsangYoung passou a se chamar KG Motors.
Lifan
Pouquíssimas concessionárias multimarca ainda têm unidades remanescentes da Lifan para vender, mesmo 3 anos após sair do Brasil
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Com carros compactos simples e baratos, a Lifan chegou ao Brasil no início da década passada – no auge da chegada das montadoras chinesas ao país. O primeiro carro lançado, o 320, chamava atenção pela sua semelhança com o Mini Cooper. Em 2013, foi a vez de estreia do SUV compacto X60, que era montado no Uruguai.
Além de não empolgar a clientela por aqui e amargurar prejuízos, um dos maiores empecilhos enfrentados pela Lifan no mercado sul-americano foi a crise econômica de meados dos anos de 2010, o que a levou a suspender a produção na fábrica uruguaia entre 2016 e 2017.
Com a chegada da pandemia, em 2020, a Lifan passou a reduzir a operação no Brasil. O site e as redes sociais da marca estão desatualizados e não há registros de emplacamentos desde 2019, sendo o último grande lançamento da marca em 2018, com o SUV X80. Além disso, as poucas concessionárias listadas no site da empresa já fecharam ou viraram loja de carros multimarcas.
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