Motoristas já contam com diversos assistentes para o auxílio à direção. O próximo passo das empresas de tecnologia é assumir mais e mais funções importantes dos carros A ciência automotiva já tem uma certeza que, lamento, é difícil de engolir: nós, motoristas humanos, somos menos eficazes que as máquinas. Então, em nome da segurança, várias funções do automóvel já vêm se tornando autônomas, do acionamento automático dos faróis à correção de saída de faixa — para citar apenas dois exemplos.
Agora, depois de decidir o momento ideal de frenagem, de liberar ou não o acelerador em uma iminente colisão, a inteligência artificial e os assistentes de voz se apresentam a bordo com a tendência mais recente da eletrônica embarcada.
Se a primeira onda substituiu tarefas do motorista, a atual assume funções do próprio carro.
Veja também
Há oito anos, a Ford apresentou aquela que seria a última geração do compacto Ka com uma inovação: em caso de acidente, o sistema emitia um pedido de socorro. A previsão era de que, caso as pessoas — ou pessoa — estivessem sem reação no interior do carro ou próximo a ele, o Samu fosse notificado. Para isso, a fabricante firmou parceria com a rede pública de atendimento de urgências.
Não se sabe se o recurso chegou a ser utilizado, e a produção do Ka foi encerrada pela Ford em janeiro de 2021. Em 7 de setembro deste ano, a Apple, em seu evento anual, anunciou a mesma funcionalidade para o iPhone 14. Ainda que o celular esteja sem sinal, a promessa é de que um pedido de socorro seja emitido em caso de batida ou capotamento.
Em outro evento, a Worldwide Developer Conference, que ocorreu em junho, a Apple apresentou a nova versão do CarPlay. O sistema foi lançado em 2014 para conectar funções do iPhone com o multimídia do carro, mesma tarefa executada pelo Android Auto, do concorrente Google.
Atualização do Apple CarPlay vai permitir que motoristas abasteçam o carro pela central multimídia
Divulgação
Esse novo CarPlay, no entanto, abraça funções do painel e substitui instrumentos como velocímetro, conta-giros, indicador de nível de combustível ou carga de bateria e outros mostradores.
Android Auto e CarPlay deixaram para trás os sistemas multimídia nativos das montadoras na preferência dos usuários. No mínimo, porque as pessoas já estão habituadas às funcionalidades dos smartphones, sempre ao seu alcance, considerando que a experiência de uso a bordo de um carro é muito intuitiva.
Conhecer os hábitos de consumo das pessoas é uma mina de ouro que as grandes empresas de tecnologia descobriram como explorar. Saber por onde um motorista circula, o que ele ouve ou consome — os recursos de compra em trânsito estão vindo aí — vale dinheiro, muito dinheiro.
Google e Apple já anunciaram sua intenção de produzir veículos. Seria uma transição enorme, mas o fato é que essas empresas já estão invadindo o interior dos automóveis atuais e seus fabricantes. Para quem achava que o grande problema da indústria automobilística era a eletrificação, o desafio está apenas começando.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Mais Lidas
Fonte: Read More