O modelo com valor mais alto de toda a história custou mais de R$ 700 milhões Leilões de carros podem ter as mais diversas finalidades, como esvaziar pátios ou arrecadar fundos para instituições de caridades. Os veículos oferecidos também são dos mais variados. Nesta retrospectiva, vamos falar de uma categoria bastante específica de leilões: a de carros raros – e caros.
O site britânico Classic Car Auctions selecionou os cinco carros mais caros vendidos em leilões em 2022. Um deles, sozinho, foi arrematado por R$ 700 milhões e é o veículo mais caro de todos os tempos. A soma de todos ultrapassa da casa de R$ 1 bilhão.
Mas, vamos começar pelo “mais barato”, se é que podemos escrever assim.
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5- Bugatti Type 57SC Atalante 1937 – R$ 55,5 milhões
Bugatti Type 57SC teve apenas 42 exemplares produzidos – 17 com a carroceria Atalante
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Este Bugatti Type 57SC Atalante de 1937 foi vendido por US$ 10,3 milhões, cerca de R$ 55,5 milhões na conversão da época. O clássico foi o carro mais caro arrematado no Gooding Pebble Beach 2022 (EUA), em setembro. Apenas 710 exemplares foram produzidos, entre 1934 e 1940. Entretanto, a Bugatti fabricou apenas 42 com o chassi Type 57S, dos quais só 17 foram equipados com carroceria Atalante. O motor 3.3 produzia impressionantes 170 cv para a época.
4- Teardrop 1937 Talbot-Lago T150-C-SS 1937 – R$ 69,1 milhões
Teardrop 1937 Talbot-Lago T150-C-SS só teve essa unidade produzida no mundo
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Este magnífico Talbot-Lago T150-C-SS Teardrop Coupe de 1937 foi vendido em março por US$ 13,4 milhões (R$ 69,1 milhões, na conversão da época) no leilão de Amelia Island 2022, também nos Estados Unidos.
A Talbot-Lago foi um fabricante francesa que encerrou as atividades em 1959. O clássico é raríssimo, pois só essa unidade foi produzida. Debaixo do gigantesco capô há um motor 4.0 de seis cilindros que entrega 142 cv.
3- Ferrari F2003-GA de Michael Schumacher – R$ 81,1 milhões
Ferrari F2003-GA tem uma motor V10 capaz de gerar 845 cv de potência a 19.000 rpm.
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A lendária Ferrari F2003-GA que ajudou Michael Schumacher a conquistar o campeonato mundial de Fórmula 1 em 2003 foi vendida no Sotheby’s Geneva 2022 (Suíça) por nada menos que 14,8 milhões de euros, o equivalente a R$ 81,1 milhões na cotação da época. O estrondoso motor é um V10 capaz de gerar 845 cv de potência a 19.000 rpm.
O carro só não é o mais caro da história da Fórmula 1 porque ainda fica atrás do Mercedes W196R de 1954 do argentino Juan Manuel Fangio, que foi leiloado em 2013 pelo equivalente a R$ 140,3 milhões.
2- Ferrari 410 Sport Spider 1955 – R$ 114,4 milhões
Ferrari 410 Sport Spider participou de 40 corridas, venceu 11 e alcançou o pódio 19 vezes
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A Ferrari 410 Sport Spider de 1955 fica com a medalha de prata. Vendido por US$ 22 milhões ou R$ 114,4 milhões na conversão da época, o clássico foi arrematado no RM Sotheby’s Monterey 2022 (EUA). O modelo participou de várias corridas na década de 1950 e foi pilotado por ninguém menos que Juan Manuel Fangio, Phil Hill e Carroll Shelby. O motor é um poderoso V12 5.0 de 335 cv.
1- Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupé – R$ 700 milhões
Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupé é o carro mais caro da história
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Alguns sites estrangeiros afirmaram que a Mercedes-Benz havia vendido um de seus raríssimos 300 SLR Uhlenhaut Coupé em um leilão secreto por um valor entre 130 e 135 milhões de euros. Isso faria dele o carro mais caro do mundo. Na ocasião, a fabricante alemã não confirmou nem negou os rumores.
Pois bem. Dias depois a Mercedes não apenas confirmou que a venda foi realizada como também deu detalhes da transação e do destino do dinheiro. Construído em 1955, o cupê foi arrematado por 135 milhões de euros, pouco mais de R$ 700 milhões na conversão direta. A identidade do novo dono, porém, não foi revelada. A marca apenas disse que é um colecionador particular.
A fortuna arrecadada com o superesportivo será usada para dar o pontapé inicial em um programa de financiamento de bolsas de estudo.
Mercedes-Benz 300 SLR cupê foi desenvolvido para as pistas, mas nunca disputou uma prova
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O chamado “Fundo Mercedes-Benz’ será dividido em duas categorias (escolar e universitário) e terá como objetivo incentivar os alunos a realizarem pesquisas e projetos ambientais em suas regiões. A fabricante também disse que vai colocar mais dinheiro no programa, além daquele arrecadado com a venda do 300 SLR.
Carro mais caro da história
Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupé acabou sendo usado como carro do chefe de testes da empresa
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Com a venda, o esportivo alemão toma, com sobras, o lugar da Ferrari 250 GTO de 1963, vendida em 2018 por US$ 70 milhões (R$ 359,1 milhões). O 300 SLR “Uhlenhaut Coupé” é uma derivação com carroceria cupê e teto rígido do 300 SLR que dominava as pistas de corrida no início da década de 1950. Esse, por sinal, já era uma evolução do 300 SL que deu origem ao termo “Flechas de Prata” para os carros de competição da Mercedes-Benz.
Com o sucesso do 300 SLR nas pistas em 1955, a Mercedes resolveu desenvolver uma variação com teto rígido para disputar outras corridas no ano seguinte. Duas unidades chegaram a ser construídas pela empresa.
Versão de corrida sem teto do Mercedes-Benz 300 SLR
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Até que um acidente envolvendo o modelo nas 24 Horas de Le Mans de 1955 deixou mais de 80 mortos, incluindo o francês Pierre Levegh, piloto do 300 SLR.
Após o trágico evento, a Mercedes-Benz se retirou do automobilismo até meados dos anos 1980. Assim, os dois 300 SLR cupê construídos na época jamais disputaram uma prova. O apelido Uhlenhaut Coupé foi dado porque um dos carros acabou sendo usado pelo chefe do departamento de testes da Mercedes, Rudolf Uhlenhaut.
Feito com chassi tubular de aço, carroceria de alumínio e motor 3.0 de oito cilindros em linha e 310 cv, o esportivo era um dos carros mais rápidos de sua época – alcançava os 290 km/h.
Mercedes-Benz 300 SLR cupê tem motor de oito cilindros e 310 cv
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