Mercado brasileiro oferece cinco níveis de blindagem, que podem salvar o motorista até de tiros de fuzis Se você está perplexo com as cenas de um Porsche sendo baleado diversas vezes em São Paulo na última sexta-feira (23), deve ter percebido como a blindagem cumpriu perfeitamente o seu papel, permitindo ao motorista escapar ileso.
Porém, dependendo do tipo de armamento utilizado durante o crime, e do nível de proteção do veículo, o interior do veículo poderia ter sido facilmente atingido.
Porsche Panamera 4 foi atingido por disparos em São Paulo
Reprodução
Isso porque o mercado brasileiro oferece cinco níveis de blindagem. Portanto, quanto mais alto o nível, maior a sua resistência balística – podendo resistir até a fuzis e submetralhadoras.
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O nível I de blindagem oferece proteção às armas de calibre .22 a .38, como alguns tipos de pistolas e revólveres de potência similar, além de resistir à ataques com pedras e ferros.
Menos oferecidos entre as blindadoras, os níveis II e II-A fornecem resistência a projéteis de pistola de 9 mm e revólver .357 Magnum. O que difere entre as duas é a que blindagem do nível II oferece proteção à balas de maior alcance – que podem percorrer até 425 metros em 15 segundos.
O mercado de blindagem oferece quatro tipos de proteção para carros de civis
Divulgação
Por sua vez, a blindagem mais procurada no mercado é a de nível III-A, que garante proteção contra disparos de armas de mão, bem como revólveres .44 Magnum e até submetralhadoras de 9 mm. Essa é a que oferece nível máximo de segurança contra disparos oferecida para civis.
A proteção de nível III requer uma autorização especial do Exército para ser instalada do veículo e consegue suportar tiros de calibre 7.62 e de fuzis FAL, AR-15 ou AK-47.
Proibida no Brasil, há ainda a blindagem de nível IV, que garante proteção às armas de uso militar, como granadas e metralhadoras de calibre 12.7 mm.
O que você precisa saber antes de blindar seu carro:
O que o motorista deve fazer?
“Procurar uma blindadora idônea de responsabilidade, que tenha autorizações e licenças”, explica Marcelo Ramos, gerente comercial da Avallon Blindagens.
Para iniciar o processo da blindagem, o motorista precisa apresentar RG, CPF, comprovante de endereço, número do chassi, placa e RENAVAM do veículo, CNPJ e razão social para pessoas jurídicas e certidão negativa de antecedentes criminais, para conseguir uma autorização.
Desde 2017, o proprietário também deve solicitar o Certificado de Registro do Exército.
Que tipo de veículo pode ser blindado?
Uma vez que o motorista já esteja autorizado a blindar seu carro, é necessário checar se vale a pena colocar seu veículo pelo processo. Marcelo reforça que a maioria dos modelos pode ser blindado, mas carros com motorização 1.0 não compensam o ganho de peso. Além disso, veículos conversíveis não são blindados.
Qual é o custo para blindar?
Pode custar de R$ 40 mil a R$ 90 mil, dependendo do carro e do tipo de blindagem escolhida.
Quando é feita a manutenção de um carro blindado?
Depois de 10 mil km rodados, o veículo deve passar por uma revisão na blindagem.
O consumo de combustível aumenta?
Muito se fala sobre os impactos que o aumento do peso do carro pode gerar, como gasto maior de combustível e desgaste das peças. De acordo com Marcelo, a blindagem de um veículo adiciona cerca de 180 à 200 kg ao veículo, mas a tecnologia de blindagem hoje é mais avançada e não faz com que ele seja muito prejudicado.
“Você pode imaginar como se estivesse colocando dois adultos a mais dentro do carro, em todos os trajetos que ele irá fazer”, explica. Sendo assim, o desgaste das peças pode ser um pouco antecipado.
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