Fiat Argo e Citroën C3 têm o mesmo motor: 1.0 de três cilindros da família Firefly de 75 cv e 10,7 kgfm Fiat Argo e Citroën C3 vão a campo com o mesmo esquema tático — ou melhor, conjunto mecânico. A escalação começa com o motor 1.0 de três cilindros da família Firefly de 75 cv e 10,7 kgfm e passa pelo câmbio manual de cinco marchas. No ataque, a dupla formada por preço de compra e custo das revisões, valores entre os mais baixos de todo o comparativo, é quase imbatível.
Tudo isso é fruto de um trabalho forte da Stellantis para recuperar a imagem arranhada da Citroën nos últimos anos e manter o predomínio da Fiat no mercado brasileiro. Mas se engana quem pensa que não há competição interna entre os craques das marcas francesa e italiana.
Os dois modelos compartilham o mesmo motor
Bruno Guerreiro
Argo Drive e C3 Feel, as versões mais adequadas para o embate, farão de tudo para provar que merecem passar para a segunda fase. O primeiro até se parece com a seleção italiana. Tem uma origem vencedora, com Uno e Palio, mas, desde que essas estrelas se aposentaram, não consegue repetir os bons resultados. Já o segundo está mais para a seleção da Dinamarca. O conjunto é promissor, porém ainda precisa se provar.
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E o C3 começa fazendo isso ao oferecer, com sobras, a cesta de peças mais barata de todo o comparativo e cerca de R$ 3 mil mais em conta do que a do Argo. Outra jogada ensaiada que sempre dá certo é apostar no espaço interno. Com 2,54 m de entre-eixos e 1,60 m de altura, o C3 é muito mais espaçoso do que o Argo. Isso acontece porque o Citroën tem carroceria com formato de caixote, repleta de linhas retas que fazem menção a um SUV.
Já o Argo é o típico hatch compacto, mais baixo e com aspecto mirrado. Essa diferença também pode ser observada na capacidade do porta-malas: 315 litros contra 300 l.
Fiat Argo – Volante com novo logo é uma das poucas novidades da linha 2023
Bruno Guerreiro
O porte avantajado, contudo, tem suas desvantagens. A maior área frontal provavelmente é a causa de um desequilíbrio improvável. Mesmo compartilhando o conjunto mecânico com o C3, o hatch da Fiat anda mais e bebe menos, ainda que seja quase 20 kg mais pesado e tenha uma plataforma menos moderna do que a CMP usada pelo C3.
No consumo, quando o combustível é o etanol, o Argo leva vantagem não apenas em relação ao C3, mas sobre todos os demais. Com gasolina, perde somente para o Onix, que tem uma marcha a mais para o overdrive.
Citröen C3 – Tela grande contrasta com design interno pouco inspirado
Bruno Guerreiro
Placar empatado, o C3 retoma a dianteira com uma oferta um pouco melhor de itens de segurança. Mas não por méritos próprios, já que fornece apenas controles de tração e de estabilidade além dos itens obrigatórios por lei. O Argo é que marca um verdadeiro gol contra ao não oferecer nenhum recurso adicional. Nesse quesito, o vencedor certamente terá vida dura ao encarar alguns rivais que saem de fábrica com seis bolsas. Mas quem de fato tem a perder é o consumidor.
Para liquidar a fatura e levar o confronto caseiro, o Citroën ainda aposta no frescor do lançamento recente, na suspensão mais bem ajustada e no menor preço de compra. O Argo acaba decepcionando, já que seus equipamentos mais interessantes são vendidos como opcionais — o que eleva o preço para quase R$ 84 mil. Mas é bom o C3 se preparar, pois a segunda fase promete ser bem mais desafiadora.
Fiat Argo v.s. Citröen C3
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