(FOLHAPRESS) – A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do governo federal, notificou nesta terça-feira (29) a Qatar Airways após uma modelo plus size acusar a empresa de discriminação no Líbano.
Na terça-feira passada (22), a modelo Juliana Nehme diz que tentou voltar do país ao Brasil pela companhia, mas que teria sido impedida de embarcar em um aeroporto por ser “muito gorda”, segundo seus relatos nas redes sociais.
“A aeromoça da Qatar disse que eu não posso embarcar porque eu sou muito gorda e não tenho direito a essa passagem”, afirmou Juliana em uma sequência de vídeos ainda no aeroporto. “Eles estão negando o meu direito de viajar.”
A empresa aérea informou à reportagem que Juliana embarcou na quinta-feira de volta ao Brasil e enviou nota na qual afirma que “trata todos os passageiros com respeito e dignidade”.
“Qualquer pessoa que impossibilite o espaço de um outro passageiro e não consiga prender o cinto de segurança ou abaixar os apoios de braço pode ser solicitada a comprar um assento adicional tanto como uma precaução de segurança quanto para o conforto de todos os passageiros”, afirmou a companhia.
A companhia teria exigido que a modelo comprasse uma passagem executiva, que custaria US$ 3.000 (R$ 15,9 mil).
Na impossibilidade de fazer a compra, ela e sua mãe permaneceram no Líbano, e sua irmã e seu sobrinho voltaram -eles faziam turismo no país e ainda teriam uma conexão em Doha, no Qatar, antes de voltar ao Brasil.
Por ter perdido o voo, segundo o testemunho de Juliana, ela e sua mãe ainda precisariam pagar uma multa à empresa para realocar a passagem.
Também nas redes sociais, a ativista Rayane Souza, fundadora do Gorda na Lei, comentou sobre o caso.
“É óbvio que a gente está diante de uma situação de gordofobia. É um direito negado pelo fator peso”, afirmou. O projeto estava em contato com Juliana na semana passada.
“A Senacon apura se houve prática infrativa na prestação de serviços do grupo Qatar Airways Group, uma vez que a conduta da companhia pode afetar inúmeros cidadãos brasileiros em condições iguais a da consumidora em questão”, afirmou o órgão brasileiro nesta segunda.
A secretaria também pede esclarecimentos sobre quais medidas serão adotadas para eliminar práticas do tipo. A companhia aérea precisa responder ao órgão em até dez dias.
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