Utilitário chega às lojas em 2023 e tem como principal apelo os quase 400 cv e a capacidade de rodar 170 km apenas com o motor elétrico A Great Wall Motors (GWM) chega oficialmente ao Brasil com o SUV híbrido plug-in Haval H6 PHEV. E seu plano é para lá de ousado: uma montadora desconhecida dos brasileiros que já quer bater de frente com as gigantes Jeep, Toyota e Volkswagen, de acordo com eles mesmos. Nada de brigar com os conterrâneos chineses de Caoa Chery e BYD.
A Volkswagen não tem SUVs híbridos, então o foco da GWM é tirar clientes do Taos. Já a Jeep e a Toyota têm eletrificados, com Compass 4xe, Corolla Cross e RAV4. Pelo menos o Haval H6 traz bons atributos para ter uma autoestima grande desse jeito, como uma boa autonomia só com o motor elétrico, baixo consumo de combustível e espaço interno tamanho família.
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Qual será o preço?
Ainda não podemos cravar porque o SUV começa a ser vendido no Brasil somente no primeiro trimestre do ano que vem, mas já dá para ter uma ideia da faixa de preço. O valor deve ficar entre R$ 230 mil e R$ 250 mil. Ou seja, ficará mais próximo ao de um Toyota Corolla Cross híbrido – que parte de R$ 200 mil – que de um RAV4, na faixa dos R$ 300 mil. E muito menos que o o cobrado por um Jeep Compass 4xe, que fica na casa dos R$ 350 mil.
H6 exclusivo para o Brasil
O H6 é o primeiro de dez lançamentos que a fabricante chinesa fará no Brasil nos próximos três anos. Inicialmente, o modelo será importado da China, mas há planos de produzi-lo na fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo. O que se sabe é que o primeiro veículo nacional da marca será uma picape híbrida, prevista para estrear no ano que vem.
A marca chinesa mudou a fonte da escritura “Haval H6” que vai na tampa do porta-malas
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O SUV ainda não é nacional, mas traz detalhes exclusivos para o Brasil, com visual bem agressivo, principalmente na dianteira. O logotipo Haval, por exemplo, está menor e escrito em uma fonte diferente. O exterior também recebe acabamento preto brilhante, rack de teto, spoiler traseiro e frisos. As rodas de liga leve de 19 polegadas também são exclusivas para o nosso país.
Bom espaço interno
Um dos pontos positivos do Great Wall Haval H6 é o tamanho: são 4,65 metros de comprimento, 1,88 m de largura, 2,74 m de entre-eixos e 560 litros de capacidade do porta-malas.
O bom entre-eixos garante um ótimo espaço para pessoas altas, inclusive no banco de trás. Eu tenho 1,87 m e, mesmo com o banco do motorista ajustado para mim, sobrou um palmo de espaço para os meus joelhos. Para quem vai no assento central a notícia também é boa, já que o túnel é quase plano. Em relação às comodidades, há duas entradas USB e saídas de ar-condicionado.
Haval H6 será produzido em Iracemápolis, na antiga fábrica da Mercedes-Benz
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O Compass, por exemplo, tem 4,40 m de comprimento, 1,82 m de largura, entre-eixos de 2,64 m e 420 litros de capacidade do porta-malas. Já Corolla Cross tem 4,46 de comprimento, 1,82 m de largura, 2,64 m de entre-eixos e um porta-malas de 440 litros.
O porte mais semelhante dos rivais citados é o do RAV4, que tem 4,60 m de comprimento, entre-eixos de 2,69 m e porta-malas com 580 litros de capacidade.
Novo SUV tem central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem a necessidade de cabo
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Equipamentos de série
O Haval H6 será vendido no Brasil em versão única e, como um bom carro chinês, itens de série não faltam. Destaque para os seis airbags (frontais, laterais e cortina), ar-condicionado digital de duas zonas, central multimídia com tela de 12,3 polegadas e conectividade com Apple CarPlay e Android Auto sem fio, faróis e lanternas de LED, controle de cruzeiro adaptativo, frenagem de emergência com reconhecimento de pedestres e ciclistas, alerta de ponto cego e assistência de permanência em faixa.
Como opcional, só o teto solar para clientes que não fazem questão de blindar o veículo. Algumas tecnologias que estarão presentes no carro ainda não estão prontas, como a própria central multimídia e os comandos de voz em português.
Motor
O Haval H6 tem motor 1.5 turbo a gasolina que funciona em conjunto com dois elétricos alimentados por uma bateria de 34 kWh. A marca diz que o SUV desenvolve 393 cv de potência, mas o torque, os números de desempenho e a velocidade máxima não foram revelados.
GMW Haval H6 tem 560 litros de capacidade do porta-malas
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Apenas no modo elétrico, o Haval H6 pode rodar 170 km. A autonomia completa, combinando todos os motores, supera os 1.000 km, de acordo com a marca. Assim como o Tiggo 8, o SUV da Great Wall tem câmbio do tipo DHT com duas marchas, pois trabalha na maior parte do tempo apenas com o elétrico. A tração é integral sob demanda.
H6 em ação
O test-drive foi curto, com cerca de 15 minutos, mas com um belíssimo cenário do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, ao fund. É importante dizer que o carro é um protótipo, portanto, a suspensão ainda não está corretamente calibrada para o Brasil e nem as afinações do volante são as que veremos no carro de produção.
Sentado no banco do motorista, os ajustes de posição são elétricos e o conforto é bom, apesar de sentir que após longas jornadas – que não foi o caso neste teste – a maciez do banco pode comprometer um pouco o conforto. A posição de dirigir é boa e você se sente dentro de um SUV grande.
Com a ótima autonomia elétrica, a GWM diz se o motorista pisar só até metade do curso do acelerador, o motor trabalha apenas no modo elétrico. Não dá para saber exatamente qual é essa calibração certa, mas fato é que eu cheguei até os 90 km/h, velocidade máxima permitida na via, e o motor a combustão sequer deu sinal de vida.
GMW não divulgou os números de desempenho do Haval H6
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Como em qualquer veículo elétrico, o torque é imediato e, mesmo não sabendo o número exato, já dá para adiantar que o fôlego do veículo nas arrancadas é ótimo, mesmo pesando mais de suas toneladas.
O carro pode chegar até os 140 km/h somente com o propulsor elétrico; passando disso, a queima de gasolina começa. E caso a capacidade da bateria fique abaixo de 20%, o motor a combustão também é ligado automaticamente para poupar energia.
O asfalto do percurso estava ótimo, então para sentir uma suspensão ainda em fase de estudos fica difícil. O que posso dizer é que ela segura bem a carroceria nessas condições, mas ainda precisa de um acerto final, uma vez que nos pouquíssimos trechos com desnível do asfalto a tremedeira na cabine foi incômoda.
Em corrente contínua (DC) de até 42 kW, o SUV precisa de 35 minutos para carregar de 20% a 80%
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No modo de condução com a regeneração da bateria mais intensa, quando deixa a desaceleração mais severa, essa intensidade é muito menor que em outros carros, como os da Volvo, por exemplo. O motorista sente apenas uma frenagem leve após tirar o pé do acelerador. Isso é um ponto negativo, porque se for preciso regenerar a bateria rapidamente, a eficiência não será tão grande.
Para a recarga convencional, o carro pode ser colocado na tomada Tipo 2/CCS para corrente alternada (AC) de até 6,6 kW com tempo aproximado de seis horas para chegar a carga completa, ou corrente contínua (DC) de até 42 kW, que vai precisar de 35 minutos para carregar de 20% a 80%.
Em relação aos números de consumo, segundo a GWM, o SUV é capaz de fazer 28,7 km/l na cidade e 25,3 km/l na estrada.
Great Wall no Brasil
O novo SUV terá garantia de cinco anos, sem limite de quilometragem. Para as baterias, a garantia é de oito anos. A Great Wall Motors terá 50 pontos de venda em todo o Brasil em 2023, com planos de ampliar a rede para 133 lojas até 2024.
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