Refletindo os temores com a expansão fiscal planejada pelo governo eleito, o mercado financeiro passou a projetar uma taxa Selic terminal maior em 2023 no Boletim Focus. A estimativa subiu de 11,25% para 11,50% ao ano após dez semanas de estabilidade. Da mesma forma, considerando apenas as 86 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana avançou de 11,25% para 11,50% ao ano.
Para o fim deste ano, o mercado ainda espera 13,75% (pela 22ª semana), com expectativa de nova manutenção na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro. Considerando apenas as 86 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o juro básico no fim deste ano também seguiu em 13,75%.
No Copom de outubro, o BC manteve pela segunda reunião consecutiva a taxa Selic em 13,75% ao ano. A autoridade monetária ainda voltou a indicar a estabilidade da Selic nesse patamar por “período suficientemente prolongado”. Mas também manteve o alerta de que, caso a desinflação não ocorra como o esperado, os juros podem voltar a subir.
O ciclo da Selic voltou à discussão devido aos planos de aumento de gastos do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na curva de juros, já há uma precificação de alta e, na última sexta-feira (18), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que, se houver percepção de que o fiscal vai atrapalhar a convergência da inflação, a autoridade monetária vai reagir.
Atualmente, o horizonte relevante da política monetária considera os anos de 2023 e de 2024. Mas o BC tem dado ênfase ao horizonte seis trimestres à frente, atualmente o segundo trimestre de 2024.
Conforme o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 21, a previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Já a mediana para o fim de 2025 permaneceu em 8,00%, contra 7,75% de quatro semanas antes.
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