Segunda geração desembarca no Brasil na versão elétrica e mira os futuros Renault Mégane e Chevrolet Bolt EUV Se há três anos alguém falasse que a Peugeot – que na época investia em carros de populares como o 208, 308 e o 508 – passaria a apostar em veículos elétricos e de maior valor agregado nos próximos anos, seria quase impossível de acreditar. Mas essa transição veio tão rapidamente que já estamos em 2022 e a montadora francesa acaba de lançar seu terceiro modelo elétrico, o segundo veículo de passeio que carrega na tomada, o e-2008.
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O SUV compacto é a versão elétrica da segunda geração do 2008, apresentada na europa em 2019 e que, até o momento, não havia dado às caras por aqui. O utilitário chega importado de Vigo, na Espanha e tem a missão de ser um dos modelos mais baratos do segmento, embora barato soe estranho quando estamos falando da bagatela de R$ 259.990.
Peugeot E-2008 GT tem motor elétrico de 136 cv e 26,5 kgfm
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Sim, o e-2008 GT é R$ 160 mil mais caro do que a versão de entrada Griffe do 2008 a combustão. Porém, estamos falando de um veículo mais moderno e tecnológico – isso sem mencionar que os carros elétricos normalmente são mais caros do que suas versões movidas à gasolina, por questões cambiais, tributárias e de componentes.
Por outro lado, o SUV compartilha algumas particularidades com o 208 elétrico, com quem compartilha a plataforma modular E-CMP, o conjunto de baterias de 50 kw e o motor dianteiro de 136 cv e 26,5 kgfm, do qual falaremos mais tarde.
Peugeot E-2008 GT ficou maior e adotou a nova identidade visual da arca, já presente no 208 e 3008
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Essa variante da plataforma CMP feita para modelos elétricos, aliás, permitiu que o e-2008 crescesse 14 centímetros no comprimento (4,30 m), 6 cm no entre-eixos (2,60 m), 3 cm na largura (1,77 m), mas ficasse 3 cm mais baixo (1,55 m). O porta-malas tem um volume maior do que a geração antiga do 2008 – 434 litros contra 402 l.
Visual
Para combinar com as proporções maiores, o visual atualizado deixou o 2008 mais robusto. O design segue a nova identidade visual da Peugeot, já presente no 208 e no 3008 vendidos por aqui. Isso inclui a nova grade com pequenos fragmentos na cor da carroceria, assinatura DRLs no formato “dente-de-sabre”, faróis full-LED que fazem alusão às garras de leão.
Peugeot E-2008 GT usa DRLs com assinatura “dente-de-sabre” e faróis com desenho que remete às garras de leão
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Na parte de trás, as lanternas de LED repetem o formato das garras de leão. Elas se unem por uma faixa na cor piano black que atravessa o porta-malas. Diferentemente das rodas de 16” da versão a combustão, a variante elétrica é equipada com rodas diamantadas de 18 polegadas que calçam pneus Michelin 215/55.
Por dentro, o padrão também é superior em relação ao 2008 flex. Os bancos são revestidos de couro sintético (os dianteiros têm aquecimento), o acabamento das portas e do painel é revestido de couro e carbono. O volante é revestido de couro e estampa o emblema GT na porção inferior.
Central multimídia de 10 polegadas é levemente inclinada para a direção do motorista
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Tal como no irmão elétrico, o quadro de instrumentos é digital 3D, com uma tecnologia holográfica que projeta as informações de forma tridimensional A central multimídia de 10 polegadas é levemente inclinada para o motorista. Ela tem aparelhamento com Android Auto e Apple CarPlay, porém, só por fio. Ironicamente, não há a necessidade de cabos para carregar o celular. Há uma pequena porta no painel onde o smartphone fica alocado enquanto carrega.
Novidade na família de elétricos da Peugeot (que terá mais dois integrantes em 2023, diga-se de passagem), um novo seletor de condução toma o lugar da refinada alavanca do tipo joystick presente no E-208 GT. Ele é simples, mas funcional. Ali dá para escolher entre as opções P – Parking, N – Neutro, D -Drive, e B Mode, este último usa a energia da desaceleração para recarregar a bateria.
O novo seletor de condução toma o lugar da alavanca do tipo joystick que equipa o E-208 GT
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Por fim, o console conta também com um pequeno seletor de modo de condução, com três opções: Eco, Normal e Sport.
Assim como no 208 elétrico, o SUV vem equipado com o pacote de direção semiautônoma, que inclui controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, assistente de estacionamento, assistente de manutenção de faixa, frenagem automática de emergência, reconhecimento de placas de velocidade e alerta de fadiga.
Na rua
Não há dúvidas do DNA urbano do 2008. A direção é leve e a suspensão é bem macia, mas suficiente para absorver as imperfeições do asfalto – um carro bastante confortável para o desagradável “anda e pára” do trânsito das grandes cidades. Na pista, em altas velocidades, porém, o volante macio pode gerar algum desconforto.
Peugeot E-2008 GT é vendido em cinco cores: laranja, azul, cinza, branco e preto
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Se os 24,5 kgfm de torque do 2008 a combustão já eram entregues rapidamente (disponíveis a partir dos 1.800 giros), os 26,5 kgfm entregues instantaneamente no modelo elétrico deixam a aceleração ainda mais ágil – especialmente no modo Sport. Entretanto, no modo Eco, que prioriza a carga da bateria à performance, o ganho rápido de velocidade não chega a empolgar. Agora, se a meta for a economia de energia, o uso do modo Eco em combinação ao B-Mode é o ideal.
Segundo a montadora, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 9,9 segundos. Isto é, 1,8 segundo a mais do que a marca alcançada pelo 208 elétrico. A velocidade máxima do SUV é limitada em 150 km/h, mais uma prova de sua veia citadina. A tração é dianteira.
Autonomia
A autonomia de 345 km, aferida no padrão WLTP, até permite viagens curtas. Mas se quiser conhecer lugares mais distantes, o tempo de recarga da bateria pode ser um entrave. Isso porque o utilitário leva cerca de 24 horas e 50 minutos para garantir 80% da carga de sua bateria se for plugado em uma tomada de 220v.
E-2008 GT pode levar de 30 minutos a até quase 25 horas para carregar sua bateria, dependendo da fonte de recarga
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Em fontes Wallbox de 7,4 kw, o tempo cai para 6 horas. Em pontos de corrente contínua (DC), é possível atingir 80% da carga em até 30 minutos. O problema? É necessário uma fonte de recarga ultrarrápida de 100 kw, que são escassas no Brasil.
O novo 2008 chega para consolidar a eletrificação não só da Peugeot, mas do grupo Stellantis. E a fabricante tem uma estratégia sólida para atrair novos consumidores aos modelos elétricos, como um plano de assinatura de longo e curto prazo para o SUV com preços a partir de R$ 199 por dia, novos pontos de recarga e parceria com empresas que focam na infraestrutura para carros elétricos.
Desse modo, o veículo chega ao mercado como o 2º carro elétrico mais “barato” do Brasil, atrás apenas do JAC E-JS4 (R$ 249.990). Mas o mercado dos SUVs elétricos ainda está se aquecendo e deve receber em breve o Renault Mégane, Chevrolet Bolt EUV e o Volkswagen I.D 4. Cabe observar se a Peugeot vai se manter como uma montadora de carros de entrada, só que agora, de um patamar muito mais elevado.
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